.


30.11.07

Vespino spotting

Aqui está um spotting especial para celebrar a chegada do fim de semana, um Vespino! Coisa rara pelas nossas paragens, hein? O banco está marcado "Vespino", o topo do guiador remete para a PK, os pedais (!!!) exibem o símbolo hexagonal da Piaggio, e por baixo das ranhuras da buzina à frente havia um espaço hexagonal para um símbolo da Piaggio em falta. As cores é que... bem... :-P

29.11.07

Ainda a Regularidade



Os meus colegas da Patocycles puseram no seu blog uma menção à "Patocycles/ Horta das Vespas/ Bob rules Mexe sucks Team", e à sua gloriosa participação na Prova de Regularidade Guimarães-Lisboa.

Isto não tem nada a ver com agradar aos patrocinadores. Para qualquer coisa relacionada com bicicletas, acessórios e assistência técnica, é lá que eu vou. Altamente recomendados à malta do Porto. E vocês não vão acreditar no tamanho da cadela que anda por lá! (o crédito da foto que aparece no blog é de jdteixeira)

28.11.07

Rotação de frota

A minha Rally 180 forneceu-me vários milhares de quilómetros de transporte relativamente fiável e extremamente divertido, enquanto a PX estava no estaleiro. Quando a PX regressou ao seu estatuto de Vespa número 1, a Rally ficou encostada com um pistão marado. Virei os meus esforços para a VBB e consegui desencravar-lhe os documentos e pô-la a andar. Consegui, finalmente e a muito custo, ter duas Vespas a andar.

Isso representa uma proporção de 1 scooter operacional em cada 6, o que é deveras desanimador. A minha frota tem mais potencial que isso, e merece uma proporção de operacionalidade superior a 1/6! Voltei os meus esforços para a Rally, fazendo-lhe um seguro, um polimento e algumas reparações essenciais. Na primeiríssima vez que ela trabalhou com o pistão novo, constatei que o quadro estava podre demais para continuar a andar. Depois de todo aquele trabalho, encostei-a de novo: ainda não era desta que tinha 3 scooters a andar.

Uma rotação de frota impunha-se. A minha Lambretta DL150, que esteve guardada na garagem de um amigo a acumular pó durante anos, já tinha sido transferida para a base avançada e iniciado o processo de operacionalidade. Numa decisão radical, passei a DL das escuridões inóspitas e selvagens do fundo da garagem cá para a frente, arrumei e varri tudo, e transferi cuidadosamente a Rally para o Bunker. Foram 5 quilómetros interessantes: de noite, a chover, sem kicks, e com o pistão novo na sua segunda sessão de funcionamento. Tinha que andar devagar por causa da chuva, do quadro podre e do pistão novo, mas não podia andar muito devagar para não deixar a Rally sem kicks ir abaixo nem deixar o óleo extra na mistura sujar a vela!

Correu tudo bem graças às minhas superiores habilidades de condução, e a Rally encontra-se agora depositada no Bunker para desmontagem e armazenamento a longo prazo, com vista a restauro forçado por motivos de podridão extrema em prazo a definir. Agora, é tentar expulsar os gremlins da DL e, quem sabe, pela primeira vez na vida, ter 3 scooters a andar ao mesmo tempo. Uma proporção de operacionalidade de 1 para 4 era mesmo bom...

27.11.07

ET two tone


Têm uma ET para andar no dia-a-dia? As laterais estão um pouco arranhadas? Querem dar-lhe um toque distinto e pessoal? Façam como este colega!

Uma lata de tinta em spray, um pouco de fita-cola, e aí está uma pintura a dois tons caseira que disfarça os arranhões e permite distinguir a nossa montada no estacionamento do supermercado. Acho que ficou fixe.

26.11.07

O último lote de pesquisas no Google

A Horta quer que os seus leitores comecem a semana relaxados e bem humorados, para serem produtivos e felizes. Desse modo, apresentamos um apanhado das mais recentes frases bizarras que depositaram os seus respectivos criadores no presente blógue depois de estes as terem inserido no Google. "A realidade é mais estranha que a ficção". Qual é a vossa favorita?
  • "xixi de cao nas rodas de mota"
  • "scooter 3000 euros velocidade maxima"
  • "compro documentos casal super boss"
  • "o que fazer com as lamas de estar"
  • "comprar mota enxada"
  • "fotos de vespistas modelo 2007"
  • "limpar parafuso vespa"
  • "vendo ape tuning"
  • "fazet ter hortinha costume"
  • "tinta usada na mesa de ping pong"
  • "construir bicicletas de madeira"
  • "pinturas em carrinhas tuning"
  • "clister a venda"

25.11.07

Exposição Vespa em Felgueiras

Ontem dei um pulo a Felgueiras para ver a "Exposição clássica de Vespas Nobrand-Felgueiras 2007", organizada pelo Vespa Clube de Portugal. Saí ao início da tarde, e soube mesmo bem fazer uma horita de estradas nacionais. Pouco trânsito, muitas curvas e paisagem. Um pouco de frio, mas nada de grave. O motor até agradece.

Chegado às piscinas municipais, estavam logo ali as Vespas à entrada. O carro Vespa 400 do sr. Pinheiro Torres, a GS150 do Mário das Vespas, uma P125X "30 anos", uma ACMA, uma 50ss, uma FNGL, e uma selecção variada dos modelos mais populares. Aí uma dúzia no total, mais alguns banners, posters e uma coleccção completa de miniaturas.

Para o caminho de regresso escolhi a auto-estrada pois estava a ficar escuro e frio. O céu estava limpo e cristalino, com uma mão-cheia de nuvens fofas espalhadas ao acaso. O pôr do Sol transformou-se numa exibição magnífica de tons laranjas intensos, que se reflectiam no lado de baixo das nuvens, contra o azul límpido. Mesmo à minha frente, durante um quarto de hora. E quando olhei para trás, uma Lua cheia de claridade e definição impressionantes tinha acabado de surgir por trás do horizonte, iniciando a sua escalada nocturna. Só esses quinze minutos valeram os 120 quilómetros.

24.11.07

Stander de scouters





Aparentemente, vendem scouters neste stander. Também vos devem poder ajudar se tiverem problemas na fruqueta ou no ralentim da vossa Sprinter.

23.11.07

A tecnologia dos feeds ao serviço da Horta

Recentemente fui apresentado ao Google Reader e à maravilha da internet que são os feeds. Em vez de gastarmos montes de tempo a visitar todos os nossos sites e blogs favoritos a ver se algum deles tem novidades, podemos simplesmente subscrever o feed e todas as novidades aparecerão centralizadas numa única página. Supimpa.

Basta procurarmos um link ou botãozinho que diga RSS ou Atom (dois modelos diferentes de feed ou subscrição), adicionar à nossa lista de subscrições, e esperar que as novidades e updates sejam comodamente apresentados no Reader. Depois podemos seleccionar essa informação com um único click, e enviá-la para a nossa página pública, criando o nosso próprio feed! Esta é a minha, e está lá o link para o Horta-feed, caso desejem subscrevê-lo.

Na coluna à esquerda repararão que a secção "Hortas" foi modificada, apresentando agora os últimos resultados do meu feed, seleccionados de todas as fontes nacionais e estrangeiras de que me consegui lembrar. Se quiserem sugerir alguma, estejam à vontade. Apenas verão material suculento de interesse ao Vespista clássico hardcore, e um ou outro cartoon ocasional do Dilbert. Já não precisam de esquadrinhar a net à procura da good stuff, basta darem um salto à Horta: é um autêntico p(Horta)l scooterista! (algo forçado, não?...)

22.11.07

Arrghhhh! Outro recorde! 3000€

Mas que raio... Estão a brincar comigo? Só pode!... Isto agora é todos os dois dias??!! Esta Vespa "50 TS" (WTF?) de 1978 está descrita como "Excelente estado, completamente restaurada".

Esta senhora de Viseu, para além de estar confusa acerca da designação correcta do modelo da sua Vespa e de tirar péssimas fotografias com o telemóvel, julga que uma 50s vale o mesmo que todas as contas do pintor, estofador, loja de peças e mecânico juntas. Nooooot! Ainda bem que as fotos são fracas e não permitem extrair muita informação, senão ainda me dava um troço e teriam que arrancar os meus dedos frios e rígidos do teclado. Mesmo a esta distância, dá para ver que alguém imaginativo pintou o topo do farolim para se parecer com o farolim de uma large-frame. Como uma TS. Aaaaahhhnnnnn????? Três mil euros???

Pinturas a dois tons que metam as jantes e o estofo ao barulho raramente são bem sucedidas. Esta não é uma dessas ocasiões. (obrigado ao Super-Bock pelo envio do link)

21.11.07

A cor branca e a última PX

Num estabelecimento comercial do Porto, encontra-se uma PX "edição especial 30 anos" na montra, acompanhada por uma automática e por uma PX das "boas". Parei para olhar um pouco e tirar uma foto. Estranhamente, o raio da edição especial parecia menos feia que nas fotos da Piaggio. De facto, até se apresentava minimamente aceitável para os meus padrões rigorosos.

De novo na rua, parado num semáforo, essa ideia teimava em não me abandonar: mas porque é que não parece tão feia? O que mudou? Tentei visualizar na minha mente a imagem da montra de onde tinha acabado de sair. O que está diferente? O que causa esta sensação tão forte de incongruência? Foi difícil concentrar-me, já que os carros atrás de mim apitavam incessantemente, entre gritos de "mexe-te, ó palhaço! Já está verde há dois minutos!", até que descobri: o exemplar da montra não tinha pneus de faixa branca, e isso faz um mundo de diferença.

Não é impressão, mania, desgosto ou tique. O meu subconsciente concorda comigo. Estou convencido que pneus de faixa branca ficam horrorosos em 93% das scooters em que são montados, e não peço desculpa a ninguém por isso. Habituem-se.

[O filme da semana é Mister Roberts. Já não se fazem filmes de guerra como antigamente.]

19.11.07

Parrot Power: video evidence

No seguimento dos comentários acerca da Vespa TT do Papagaio, o Guilherme enviou um vídeo do dito a descer umas conhecidas escadas à beira-mar, cá no Porto. Urban Vespa assault freestyle de produção nacional, só aqui na Horta!


Também redescobri no Youtube outro vídeo da Vespa do Papagaio a ser utilizada de modos criativos. Reparem nos pneus de taco cor-de-rosa, eu sabia que os tinha visto nalgum lado!


18.11.07

Recorde de preço na classe 50s

Foi estabelecido novo recorde de preço na classe 50s, partilhado ex aequo por dois exemplares: 2500 euros. Pois é, porta-chaves a 2000 euros já não incomodam ninguém, o número da moda é 2500. Para quando os 2800?

No exemplar rosa nem vou tocar, a bem da minha sanidade mental. O espécime azul, por outro lado, conseguirá proporcionar um parágrafozito aqui ao pasquim do je. Foi anunciado como "Restauro de qualidade, só visto. 2500 euros não negociável [sic]". Com uma data de fabrico de 1978, não estamos a falar de nenhuma raridade inatingível. A designação de restauro de qualidade também me confunde quando é óbvio que os frisos do chão apresentam comprimentos e localizações criativas. Ah! Já percebi! Os frisos foram chegados ao lado para dar espaço à fita cromada que corre ao longo do chão, e que passa para o guarda-lamas, contornando-o por completo. Os inegáveis ganhos estéticos compensam largamente, numa escala de várias ordens de grandeza, o desrespeito pela originalidade. Aliás, era assim que a Piaggio devia ter feito se percebessem alguma coisa do assunto. Agora sim, já concordo com o texto utilizado no anúncio: "só visto". Bllléerggghhh.

Reparem que não disse nada acerca dos pneus de faixa branca. Foi necessária uma dose massiva de auto-controlo. Mais auto-controlo, aliás, e já conseguiria mover objectos com a mente. Estilo arrancar frisos cromados olhando apenas para uma foto.

17.11.07

Ape spotting

A caça do dia da minha bem usada objectiva de 2.1 megapixel é este Ape 50 do Pingo Doce, estacionado à frente da sua base de operações. As laterais apresentavam inúmeras pancadas e arranhões, provas inequívocas de uso intenso e continuado. Deve ter piada andar de Ape; agora fazê-lo o dia inteiro, dia após dia, nem tanto.

[O filme da semana é The Blues Brothers, uma comédia de 1980 com dois dos meus comediantes favoritos, John Belushi e Dan Aykroyd. O filme está carregado até às bordas de citações inesquecíveis, perseguições de carros fantásticas, e actuações de lendas como a Aretha Franklin e o Ray Charles. Basta dizer que até sair a sequela, este filme deteve o recorde mundial do maior número de carros destruídos num filme. O final é deliciosamente apoteótico.]

16.11.07

100ª posta: DIY Ciclo-Tuga no seu melhor

Para comemorar a 100ª posta da Horta, aqui vão umas fotos enviadas pelo Coriscada. Salvé, colega. Enviem as vossas fotos, notícias, press releases, bitaites, sugestões, críticas e avultados donativos monetários para o email ao lado, a Horta agradece.
  • Motorizada e rodas de sucata: grátis
  • Eléctrodos e discos de rebarbadora: 10 euros
  • Fazer uns drifts de moto-4 num pátio cheio de estrume de vaca: priceless

15.11.07

Porta-luvas em 50s






Capturei este exemplar de 50s à frente do Edifício Transparente, ostentando um porta-luvas adicionado. Até estava com bom aspecto.

14.11.07

Alerta! Restauros vietnamitas!

Um pouco abaixo de Leiria tive o desprazer de encontrar estas duas Vespas em exibição proeminente ao lado da Nacional. Os sinais típicos que indicam a proveniência asiática destes "restauros" estavam lá, bem visíveis: a pintura de dois tons, os embelezadores cromados, a mistura de peças de vários modelos, as borrachas de descanso amarelas, a ausência de matrículas, etc. Em muitas comunidades scooteristas estrangeiras, o flagelo dos restauros vietnamitas é bem real e estes sinais indicadores são sobejamente conhecidos. Não comprem estas Vespas!

As probabilidades de um restauro de origem asiática ter um nível horrorosamente baixo de qualidade, e até de ser inseguro e perigoso de conduzir na estrada, são extremamente altas. Podem parecer bonitas e bem recuperadas a 5 metros de distância, mas por debaixo da pintura brilhante são um cancro mecânico e um jamboree de sucatice terceiro-mundista. O vosso pior pesadelo! Os únicos restauros asiáticos que se distinguem com qualidade semelhante à Ocidental são os do ScootRS. Quase tudo o resto é de evitar como a peste.

Os "Viet bodge" (sucatices Viet) são Vespas (e Lambrettas) italianas importadas para países asiáticos, normalmente o Vietnam, nos anos 50 e 60 quando foram vendidas novas. Durante décadas foram abusadas como veículos de carga e trabalho nas piores condições imagináveis, sendo mantidas a trabalhar graças a sucatices verdadeiramente horripilantes. Quando já deram tudo o que tinham para dar e mais ainda, são decapadas à mão, duas ou três porções de quadros diferentes são soldadas umas às outras no chão de uma oficina suja por um gajo descalço de cócoras, toda a chapa é coberta com uma camada espessa de betume para esconder os defeitos e as soldaduras, o motor que estiver no topo da pilha é ressuscitado com peças completamente gastas e perigosas, e tudo é finalizado com uma pintura nos tons da moda e com montes de acessórios brilhantes e borrachas coloridas.

Era apenas uma questão de tempo até algum comerciante mais empreendedor mandar vir algumas no contentor para Portugal e aproveitar a moda e a elevada procura. Cabe a todos vocês espalharem o aviso acerca dos restauros vietnamitas. Não comprem estas Vespas! "Mas são tão bonitas, e não podem ser assim tão mal restauradas!". Para terem uma ideia do que vos espera se adquirirem um destes poios polidos, peguem em 3000 euros em notas de 100, queimem-nas e peçam a alguém para vos dar um pontapé nos tomates com muita força. É ainda pior do que isso! Eu avisei.

13.11.07

Horta na Scooting


A revista Scooting deste mês traz uma menção ao melhor blógue Vespista da minha rua deste lado, entre o talho e a esquina, porque do outro lado também há uns muita fixes. A Horta é fixe, ponto de paragem obrigatório, Bob tem uns abdominais fantásticos, blá blá blá, a cena do costume. Mais à frente aparecem quatro páginas sobre a Regularidade e a Resistência made in Horta.

"É um pequeno passo para um Bob, mas um salto gigante para a dominação mundial."

12.11.07

Prova do Litro 07 e acessórios

É oficial, eu não me oriento em Lisboa. O terramoto devia ter sido há uns 20 anos atrás, para que hoje estivesse tudo ordenado em quarteirões paralelos e perpendiculares, fáceis de navegar. E as ruas deviam todas ter números. Ainda por cima à noite, no meio do trânsito de 6ª feira. Fónix! Aquilo só mesmo de GPS e lança-chamas.

Para a Prova do Litro deste ano, Bob esteve magnificamente bem instalado na zona mais chique de Odivelas Sul, graças à cortesia do Admin, da Rute, e da Luna. Pouco depois da chegada do ferry a Tróia, as baterias recarregáveis da minha máquina sofrem mega-tilt e eu fico a montante do rio da caca sem um remo. Salvou-me o LTB com o empréstimo altruísta da sua máquina poderosa. A prova em si foi espectacular, num cenário e meteorologia ideais, com muito mais a acontecer do que aquilo que eu conseguirei descrever. Por isso, nem farei um grande esforço.



Um pouquinho de geocaching, um jantar no italiano, uma visita aos amigos, risota com as fotos, sabotagens de cachimbos, o pessoal a carregar sobre o atrelado das castanhas sempre que este parava nas imediações, as sessões do costume de Jony-bashing, saltos nas tampas de esgoto, reflexões sobre o "stáche" do LTB, atravessar a ponte à noite, assinar a 50s(ucata) do PV na companhia do Professor Bambo, brincar com a cadela, deixar as PêXizes todas alinhadinhas, e muitos outros num fim de semana de quatro dias memorável.

Na segunda-feira de manhã ainda tive tempo para me embrenhar nos impenetráveis meandros da imprensa especializada nacional e receber outra oferta de emprego. À vinda fui almoçar com o Teletubbie Vespoclube de Leiria (TVL p'rós amigos), visitar uma SX150 na sucata, e depois foi sempre colado à traseira dos TIRs por aí acima. Até ultrapassei uns 2 ou 3, foi a loukura total. "Já dormi na valeta".

Edit: mais fotos aqui.

8.11.07

Diga não ao azul-cueca!

Caríssimos leitores, amigos, colegas scooteristas, pessoas que vieram ter a este blógue por engano já que o que realmente pretendiam do Google era instruções sobre como construir uma horta de legumes no terraço:

É com um sentimento de extrema gravidade que eu me pronuncio sobre o que considero ser uma autêntica doença que floresce insidiosamente no nosso meio, tendo já atingido as fronteiras do catastrófico. Não só os efeitos visíveis desta Peste Negra visual são, por si só, plenamente merecedores de longa série de horrorosos superlativos, mas a capacidade que esta praga possui de se propagar de maneira invisível e escondida é absolutamente aterradora.

Eu, Ranger Bob, farei frente à ameaça que todos vós ignoram miseravelmente e que nos ameaça consumir nas suas mandíbulas fétidas e pútridas. Lutarei com todas as minhas forças até ao meu último suspiro, plenamente consciente que nunca existiu nem existirá, em toda a História da Humanidade, causa tão justa e valorosa quanto a minha: parem de pintar as vossas Vespas de azul-claro!

Azul-claro, azul-bebé, azul-céu, azul-cueca. A Besta tem muitos nomes. Está no meio de nós e não há um que se indigne e lute. Todos a alimentam e propagam. Pois basta! A luta começa aqui e agora. Povo! O que há no azul-cueca que vos hipnotiza e arrasta para esse limbo de dor e sofrimento, onde o nervo óptico arde num fogo eterno de tonalidade azul celeste e o proprietário da scooter clássica vive num mundo irreal e odioso de falso contentamento?

Conheço a poderosa força que se encontra aprisionada dentro dos vossos genes do mau-gosto. Compreendo o sentimento de impotência e resignação que irrompe no vosso âmago perante a luta titânica que se avizinha. Confiem em mim, meus amigos, quando vos digo para lutarem; juntos, conseguiremos travar a Besta. Resistam aos vossos impulsos azul-cueca com toda a força do vosso ser. Distribuam os vossos esforços mutantes para outras tonalidades pirosas. O vermelho-chiclete-Gorila. O verde-chiclete-Gorila. O amarelo-chiclete-Gorila. Uma infinidade de tons metalizados e pérolas de máxima azeiteirice. Pinturas a dois tons. Estofos em couro. Pneus de faixa branca. Cromados! Céus, os cromados! Cromem os vossos descansos e tampas de ventilador abundantemente. Apliquem quilómetros de tubagens reluzentes às linhas puras e elegantes da vossa Vespa, transformando-a num escaparate disforme de canalizações brilhantes. Dispersem os vossos esforços maléficos por outras áreas do mau-gosto e conseguiremos roubar o poder à maldição degradante que nos aterroriza. O seu jugo infernal será quebrado e nós seremos livres, de novo. Livres!

Pois o Homem é capaz de realizações magníficas: a tecnologia, a filosofia, a poesia, a dança, a escultura, o amor. Porque não é capaz de ver mais cores? Porque não é capaz de vencer a Besta? Basta quereremos, irmãos. Digam não ao azul-cueca!

7.11.07

Scooter culture

Andamos tão preocupados com cromados, kits e pinturas metalizadas, que nos esquecemos da verdadeira essência da scooter. Transporte barato. É isso que ela é para a esmagadora maioria dos seus utilizadores, e não o último acessório de moda a tornar-se popular no bairro.

A foto de hoje ilustra essa essência, e revela-se fascinante de inúmeras maneiras. Algures na Ásia existe um país onde o código da estrada permite a circulação de um atrelado de dois andares feito com dexion, propulsionado por uma acelera controlada remotamente (do andar de cima, claro), e estabilizada por rodas de carrinho de carga, uma das quais furada. Notem que o dexion se espalha para cima da acelera, como uma era parasítica que asfixia a árvore que a suporta. Uma assimilação tipo os Borg.

Olhem com atenção para a extremidade esquerda do atrelado/ habitáculo/ sala de estar e verão um pequeno moto-gerador. No meio, verão uma lâmpada pendurada, uma pequena televisão, e o que aparenta ser um rádio "gueto blaster". E pensavam vocês que o triciclo das castanhas tinha pinta!... Conseguem imaginar o potencial desta configuração de veículo nas concentrações? Podemos levar meia dúzia de penduras, todas elas atléticas e com vinte e poucos anos. Podemos fazer filmagens magníficas do grande passeio. Podemos ver a bola e fazer pipocas (micro-ondas não incluído). Se chover, é só levantar os oleados. À noite, dormimos no terraço, longe dos bichos e por baixo das estrelas. Em viagem, podemos ligar o cruise control, virarmo-nos para trás em plena Nacional, e soltar um "Ó Maria, a minha sandes de couratos, sai ou quê?".

A estrutura parece já ter muito uso, o que valida o seu design. Até uma rodinha lateral furada não se revela problemática, graças a uma elevada redundância (muitas rodinhas). Com mais algum dexion e uma bola de espelhos, temos pista de dança móvel para as concentrações.

6.11.07

TT todos os dias

E na secção de Scooter Spotting desta semana, apresento-vos a Vespa TT que serve como transporte diário escolar a algum adolescente entusiasta dos formatos de competição fora de estrada.

Este exemplar parece-me ostentar um nariz de FL2, mas o resto é ireconhecível para qualquer pessoa que não possua um doutoramento em Arqueologia da Universidade de Pontedera. Os cortes radicais e os tubos de reforço não deixam dúvidas em relação ao que é anunciado pelo desaparecimento de grande quantidade de peças estéticas: esta é uma máquina de TT puro e duro. Os pneus de estrada são a única concessão a esta filosofia, e demonstram uso regular no ambiente urbano.

As cores são positivamento horríveis, com um misto de rosa vomitado em cima de um preto gorduroso. Também se pode observar um surto inexplicável de cor no amortecedor traseiro, e um boneco qualquer dos desenhos animados pendurado do cabo da vela (???). O motor apresenta uma tonalidade e textura típicas de uma tábua das obras. O autocolante "Mountain Biking UK" demonstra que o proprietário tem extremo bom gosto na selecção de revistas de bicicletas de montanha, ou que só comprou aquela porque trazia autocolantes.

Se é verdade que as crianças são o futuro, então o futuro do parque Vespista nacional será PKs e FL2s cortadas, misturadas com algumas LX em estado imaculado. Estas últimas pertencerão a raparigas, sem dúvida.

[A música do dia é Rescue Me. Sabiam que não é da Aretha Franklin? Pois, eu também não sabia...]

5.11.07

Tampas de válvula kuztom-gueto-pimp-tuning

Fiz estas para as minhas bicicletas, mas também funcionam nas Vespas e em qualquer outro veículo que faça uso de rodas pneumáticas: escavadora JCB, atrelado do barco, moto-enxada, Casal Boss de entrega de pizzas, etc. Peguem num par de dados, façam-lhes um furo com uma broca de 10mm, enfiem lá dentro uma tampa de válvula normal com super-cola, e presto Luigi! Tampas de válvula gueto-tuning instantâneas. AVISO: o possuidor destas tampas de válvula será objecto de infindáveis atenções e avanços por parte do sexo oposto.

Também podem realizar a mesma operação em bonequitos pequenos, basta usarem a imaginação. Ainda tenho aqui um mini-Hello Kitty para sofrer o mesmo tratamento. Na feira da Vandoma e semelhantes encontrarão montes desta matéria prima, pronta para dar aquele toque especial à vossa Vespa feia e cinzenta, com apenas cinco minutos de trabalho. O mundo será um sítio melhor se todos tivermos uma cabeça de estrumpfe sorridente ou um koala castanho empalados nos nossos pipos de válvula. Utopia? Creio que não.

4.11.07

O relato do fim de semana

A Sexta-feira foi passada toda no FestivalBike, em Santarém, a fazer uns networkings no mundo das duas rodas de propulsão humana. Se tudo correr como previsto, consegui arranjar um dos empregos com mais pinta na história da Humanidade.

Cheguei a casa às 10 da noite e dirigi-me apressadamente para o Plano B, onde também compareceram o Mexe, o "mito" Jony, o Sam, o Chef, o Paulo Viana e o Professor X. Tão apressadamente, de facto, que me esqueci da máquina fotográfica. "The Poppers" subiram ao palco para, de novo, me deliciarem com uma hora de acordes que conseguiriam decapar e polir um quadro de Vespa. Potentes! O Professor X cobriu a rectaguarda mas só apreciei um pouco da sua arte. Foi mais xixi-cama.


No Sábado realizou-se uma mini-tertúlia mecânica nas Oficinas Paperino, onde foi possível apalpar as últimas ofertas das mais conceituadas lojas teutónicas de scooters, e realizar trocas mafiosas envolvendo escapes JL.

Hoje, Domigo, é altura de relax. O dia está tão lindo que vou desligar o PC e fazer um "cruise" de bicla na Marginal e na Foz. Catch you later!

Update: ao fim do dia encontrei-me com o Chef e o PV no Castelo do Queijo, respectivamente em Carina original e 50s putrefacta. Esta última apresentava uma banhoca de tinta recente. Lá estivemos a disparatar sobre a prova do Litro e sobre como obter peças de Carina. No fim, tiveram os dois que empurrar as máquinas para que pegassem, ahaha!

2.11.07

Importação Motovespa




Apresento-vos outro pequeno achado da Feira da Vandoma, um distintivo de pano Motovespa por 50 cêntimos. Nem as várias vozes que ouço na minha cabeça foram capazes de teorizar uma explicação, por mais mirabolante e implausível que fosse, para a presença de um distintivo da marca Espanhola Motovespa na Feira da Vandoma, no Porto, cidade de Portugal.

Mesmo assim, ele lá estava. Escondido entre os bibelôs e as tomadas eléctricas. Mas não o suficiente.

1.11.07

É Natal. Mais ou menos.

Estamos de volta àquela época em que as ondas hertzianas são invadidas por anúncios a bonecas que urinam e pistas de carros com loopings mortais, e onde todos correm a comprar conjuntos de luzes de Natal que deixam de funcionar no Ano Novo. Ainda não determinei se passarei esta época deprimido com o espírito consumista prevalecente, ou imbuído de felicidade e vontade de ajudar o próximo. Depois aviso-vos.

Entretanto, se precisarem de comprar brinquedos, há uma loja grande atrás da Câmara que tem esta Vespa enorme na montra. Como restauro, é uma piada. Podemos facilmente ver que está cheia de massas, a pintura não é original, faltam os distintivos e os frisos de alumínio, os pneus estão carecas, e as rodas não parecem estar alinhadas indicando problemas de sinoblocos. Enfim, as sucatices do costume. Não obstante a sua condição de poio polido, a Vespa sorri incansavelmente aos transeuntes, alegrando a sua vida com um look pimpão e queriducho. I like.