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22.1.07

Bobagens

Para que raio é que servem os toques personalizados com músicas fatelas no telemóvel? Nós sabemos quando é o nosso telemóvel a tocar! É quando o nosso bolso apita e vibra! Doh. Quando o nosso bolso não vibra e o apito vem da virilha do gajo que está à nossa frente, então é lógico que não é o nosso telemóvel que está a tocar, raios! Um toque personalizado apenas anuncia a toda a sociedade que o indivíduo em causa não tem inteligência suficiente para distinguir entre as duas situações acima descritas, para além de ter péssimo gosto ao ponto de achar que a Macarena é uma música com pés e cabeça.

Eu digo-vos o que é que devia ter toques personalizados. Os alarmes dos carros. Não detestam acordar de madrugada e pensar "mas quem é a besta que não vai desligar o alarme do carro?". Se os carros tivessem toques personalizados, quando a vizinhança acordasse às 3 da matina com o tema da Missão Impossível, todos saberiam que era o carro da besta do 1º direito. Isso sim, seria progresso.

Para-lambreta-normal

Hoje foi um bom dia. Fiz 80kms na PX e comprei uma Lambretta.

Há montes de anos atrás, quando as scooters e a gasolina eram baratas, andava eu "à caça" para os lados de Espinho. Andar à caça era e continua a ser apenas uma desculpa para fazer umas dúzias de quilómetros por estradinhas divertidas perdidas no meio de sítio nenhum, com uma paisagem nova e uma surpresa depois de cada curva. O facto de um dia se poder, na realidade, caçar alguma coisa, adicionava um gostinho especial ao passeio.

Ora então andava eu a virar à direita e à esquerda de uma maneira completamente aleatória, quando o meu radar de garageiros começa a apitar. Lá parei e entrei: "ora muita boa tarde!". Ali estava ela, encostada à parede, a olhar para mim, uma DL150. "Ólhe faxavor, por acaso está à venda a lambreta?". Diz sim diz sim diz sim diz sim carago que ela está direitinha. "É de um cliente, foi um amigo que lha deu, ele não a quer vender.". Prontos, não faz mal. Já foi um gostinho ver uma Lambretta tão jeitosinha. Chegado a casa, anotei a rua e a localidade no livrinho preto. Assunto encerrado.

Até há um mês atrás. X diz-me que anda à procura de uma Lambretta. Uma LI era fixe, uma DL era supimpa. "Ora és capaz de ter sorte", digo eu. "Aqui há uns anos eu e uns amigos meus demos uma LI a um amigo que agora trabalha no estrangeiro e já não pode ficar com ela, vou investigar...". Já vos ouço a guinchar: "O quê? Outra Lambretta dada na mesma história? Já são duas! A mim ninguém me dá Lambrettas!". É verdade sim, mais tarde conto a história, prometo. Falei com o meu amigo, mas essa LI não estava disponível (tenho uma forte sensação, no entanto, que aparecerá neste blog mais mês menos mês ihihihih).

É fascinante como funciona o cérebro humano. "Espera lá, no século passado estava uma DL assim e assado ali e acolá... Premonição psíquica... Consulta do livrinho preto... Início imediato de investigação incisiva!".
- "Olhe fáxavor, é aqui a rua Secreta? Não havia aqui um garageiro?"
- "Ele mudou-se ali para a frente, vai por aqui e torce ali à direita e enfia pela esquerda, e é ali."
- "Olhe fáxavor, é aqui o garageiro?"
- "É sim jovem, espere um pouquito que ele vem já."
- "Olhe fáxavor, uma lambreta que estava aqui há muitos anos, lembra-se?"
- "Ui, o cliente já a levou, foi o amigo que lha deu, não sei se ele a quer vender. Você vai, torce, enfia, tem uma subida e uma descida, é no café lá em cima."
- "Olhe fáxavor, queria falar com o filho do sr. Manel que tem uma lambreta."

O resto demorou mais 3 ou 4 dias. Bom estado, bom preço. SMS: "X, parabéns, acabaste de comprar uma DL.". X não sabia que eu tinha ido comprar-lhe a Lambretta. Nesse dia, X tinha estado com um italiano que vestia um casaco da Lambretta. Antes de eu sair, telefonou-me um amigo de nome Félix. A Lambretta estava em S. Félix da Marinha. Uou.