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5.12.16

Há 15 anos - Magusto PortugalVespa

Céus, tantas recordações! Antes de existirem fóruns e Facebuques havia algo entitulado PortugalVespa, e era bom. Apanhámos todos um frio descomunal para ir ter ao Louriçal e comer umas castanhas. Foi épico!

Acho que as fotos não são minhas (ainda não tinha máquina fotográfica na altura, creio) e não me lembro quem as tirou; duas ou três são garantidamente do LTB, mas as outras são de autor desconhecido. Já mencionei que estava muito frio? As fotos têm uma resolução Neandertalesca porque naqueles tempos um byte custava 75 mil réis, e os dinossauros estavam sempre a mandar as linhas do telégrafo abaixo.

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Magusto PortugalVespa 2001

Épico.
    

28.11.16

Youtube Monday - mota antiga Rover a ser construída

A tecnologia de há 100 anos afigura-se-nos horrivelmente primitiva mas isso não impedia os nossos bisavós de construírem motas, basicamente à mão. Neste vídeo relaxante de época podemos apreciar a fundição de um cilindro de um modo que qualquer pessoa poderia replicar no seu quintal*, a maquinação do dito num torno do tempo dos Egípcios, a montagem do motor em tempo recorde, e a montagem da mota com a ajuda de trabalho infantil.

É neste ponto que a música pára e começam os saltos e passagens a vau. O tipo que cai no fim certamente morreu com a Peste Negra quatro dias depois.


*necessito de um quintal, com urgência!
     

16.11.16

Bob constrói um armário de ferramentas - parte 2

(a parte 1 está aqui)

Como o armário é ligeiramente maior que o carrinho metálico que lhe vai servir de base, fiz uma estruturazita em madeira robusta para o apoiar. Há umas chapinhas de lado para o monstro não escorregar. (o "Monstro", gosto desse nome...)

DIY particle board toolchest

E aqui está o Monstro na sua nova casa, pela primeira vez. Tive que tirar as gavetas para conseguir pegar nele, é consideravelmente pesado.

DIY particle board toolchest

Ora as arestas do contraplacado* estão todas à mostra e são feias; podia ficar assim mas é como restaurar uma Vespa antiga e meter-lhe parafusos Allen, é mau karma. O que se faz em carpintaria é adicionar uma ripa de madeira sólida ao longo das arestas para as tapar e dar um aspecto acabado. E eu fiz algo semelhante. #todopipi

DIY particle board toolchest

O próximo passo é colocar as frentes falsas nas gavetas, que vão tapar muitas imperfeições e desalinhamentos. Se ficar tudo bem espaçado terei uma hipótese razoável de esconder o amadorismo do Monstro. A foto mostra a colocação da primeira frente falsa, na gaveta de baixo.

DIY particle board toolchest

E agora com todas as frentes já coladas e tudo funcional.

DIY particle board toolchest

Sweet! O passo seguinte foi adicionar duas pegas potentes de cada lado (passei uma fita de carga pelas pegas e por baixo do carrinho para garantir que o armário não tomba), montar uns puxadores de gaveta reciclados de um metro de carpinteiro antigo, e dar uma camada de verniz (a lata recomendava duas ou três camadas mas eu sou preguiçoso rebelde).

DIY particle board toolchest

Feito! Está a funcionar muito bem para já mas vamos ver como o contraplacado fino se aguenta a longo prazo com todo o peso. Calculo que exista uma probabilidade de 40% de ter que reconstruir algo nos próximos 2 anos.

Quanto a custos, gastei uns 30 euros para construir o "Monstro" o que representa um valor muito agradável até me lembrar que também estraguei umas calças de 30 euros. Bah. Por um lado tive sorte em achar material grátis e corrediças baratas, mas por outro lado fui eu que criei a minha sorte estando activamente à procura de madeira na rua e de corrediças no OLX e mexendo-me para os ir buscar. Quero receber algum crédito aqui, não foram só acasos aleatórios do Universo os responsáveis.

DIY particle board toolchest

A gaveta número quatro é a minha preferida. Talvez mais à frente eu faça um armário para baixo, mais alto que o carrinho actual, mas já seria necessária uma estrutura metálica. E, claro, autocolantes.

* Tecnicamente não se trata de contraplacado, mas sim de aglomerado; contraplacado é constituído por várias folhas alternadas, aglomerado é uma mistura de pequenos pedaços de madeira e cola.


[UPDATE: Acabei mesmo por fazer outro armário para baixo, ver aqui!]
    

15.11.16

Bob constrói um armário de ferramentas - parte 1

Que se lixem as novidades da EICMA, eu construí algo na garagem e isso é mais importante que a Vespa eléctrica!

Se gostam de scooters clássicas então provavelmente também gostam de ferramentas e de passar tardes inteiras a bricolar. A não ser, claro, que sejam do tipo que vai ao concessionário para trocar lâmpadas fundidas. Têm todo o direito a viverem a vossa vida como quiserem mesmo que seja totalmente desprovida de sentido e de unhas sujas. Afinal, quem sou eu para julgar!?                      ...grandas totós...

Eu subscrevo a "garage life", mas a minha mala de ferramentas era uma limalha no óleo da caixa. Estava sempre atafulhada e suja, levando-me a sonhar com um armário de ferramentas metálico, daqueles profissionais com rodas e muitas gavetas. Como são bastante caros, desenhei um igual mas que pudesse ser realizado em contraplacado; no entanto, o somatório dos preços do contraplacado grosso, das corrediças de rolamentos (15 euros o par!) e das rodas rapidamente atingiu um valor incomportável para uma experiência de sucesso não garantido. Arquivei.

DIY particle board toolchest
Tiras de contraplacado originais, primeiras peças cortadas em baixo, e mala de ferramentas original  prestes a explodir

Até ter encontrado contraplacado grátis! O Aki estava a deitar fora tiras longas de 50cm de largura que tinham sido usadas para pendurar publicidade ou algo do género. Tinham alguns furos e tinta mas eram utilizáveis. A espessura também era diminuta (apenas 10mm) e um armário de ferramentas cheio fica muuuito pesado exigindo um material sólido na sua construção mas, ei, que se lixe.

DIY particle board toolchest
O início da carcaça

No entanto, o contraplacado era apenas metade da solução. O segredo do armário de ferramentas está nas corrediças de rolamentos que aguentam com o peso duma gaveta cheia de ferramentas e o facto de serem de extensão total, permitindo à gaveta sair completamente sem cair. Ora estas corrediças são caras (uns 15 euros o par) e esse preço, quando multiplicado por 6 ou 7 gavetas, rapidamente se torna considerável no âmbito da bricolagem amadora.

Poderão deste modo compreender a minha alegria quando apareceram corrediças no OLX a...  2€50 o par! Novas! Até comprei suplentes.

DIY particle board toolchest
Carcaça pronta. O painel das costas também veio da rua.

Como as tiras tinham sido cortadas perfeitamente com 50 centímetros de largura, decidi que o armário teria 50cm de altura e 50cm de profundidade para minimizar o número de cortes. Para fugir a uma estética exageradamente cúbica, estiquei o comprimento para os 70cm. Ficou um pouco maior do que estava à espera mas é melhor isso que ficar sem espaço daqui a um ano. (e já está 80% cheio)

DIY particle board toolchest
A tira escura é um perfil de aço em L para impedir o topo de arquear

A minimização do número de cortes foi importante porque tive que cortar as mais de 40 peças com um tico-tico. Tenho uma serra circular barata mas não tenho espaço para a usar. Se alguma vez tentaram cortar uma linha recta longa com um tico-tico sabem que é uma sensação semelhante a martelar um parafuso.

Não há substituto para boas condições e ferramentas apropriadas quando queremos fazer um trabalho com qualidade mas, por outro lado, é impossível construir algo com as ferramentas que não temos no espaço que não existe. Tal e qual como quando é 1 da manhã, estão 2 graus centígrados a ainda faltam 3 horas de auto-estrada para chegar a casa, a única coisa a fazer é cerrar os dentes e avançar.

DIY particle board toolchest
As cinco primeiras gavetas da minha vida

Depois da carcaça, foi a vez das gavetas. Nesta ordem, pois as corrediças exigem alguma precisão das dimensões e eu quis fazer as gavetas segundo a largura real da carcaça, e não segundo a largura planeada.

A mesma filosofia levou à construção e montagem das primeiras cinco gavetas e, só então, ao corte e construção da sexta gaveta. Assim garanti reduzi ligeiramente a probabilidade das coisas não encaixarem de modo catastrófico.

DIY particle board toolchest
É bastante mais pesado do que parece. Confiem.

Dado que o contraplacado tem uma espessura meio anémica, receei que o peso considerável das gavetas carregadas (que recairá quase totalmente nos painéis laterais) fizesse arquear os ditos painéis. Assim, coloquei uma barra de reforço a meio para poder dormir bem à noite. Isto rouba um centímetro de altura à quinta gaveta mas vale a pena.

As corrediças também já estão montadas, o que não é uma operação trivial. Têm todas que ter o mesmo espaçamento, horizontalidade e alinhamentação. E a peça da corrediça que fica na gaveta idem a multiplicar por dois elevado ao quadrado porque são dois lados e têm que ser simétricos. Dispenso este stress na minha vida.

DIY particle board toolchest
Armário de ferramentas potente ou lenha com formato rectangular?

Todas as gavetas funcionam! Great success! O espaçamento vertical entre gavetas tinha a obrigação de ser idêntico, corrigi isso mais tarde. Sim, é correcto afirmar que procedi a uma série não inconsequente de afinações do espaçamento das gavetas. Foi uma experiência de aprendizagem, digamo-lo assim. Mas já cheira a vitória!

A parte 2 está aqui.
    

14.11.16

Youtube Monday - Io, la Vespa

Acho que ainda não vi este. Certamente me lembraria de 20 magníficos minutos de filmagens detalhadas do fabrico de Vespas no início dos anos 60. A narradora é algo irritante mas as  imagens são deslumbrantes para quem gosta de mecânica, maquinação e cenas industriais!

    

1.11.16

Símbolo quadrado da Piaggio mega potente para a minha garagem

Ontem posso ter conspurcado a garagem com símbolos impuros de heresias teutónicas, mas hoje redimo-me e purifico o meu templo de divindade mecânica com este mega potente reclame retrô de pura patine artificial e artesanal totalmente hipster vintage do deslumbrantemente magnífico "símbolo quadrado" da Piaggio. Para mim é das coisas mais bonitas de todo o universo visual das Vespas antigas. E agora tenho um na parede. BAM! **deixa cair o microfone**

retro Piaggio logo sign

retro Piaggio logo sign

retro Piaggio logo sign

Untitled

   

31.10.16

Rui Heinkel, venha buscar a sua prenda

Parece que o Rui Heinkel faz anos, por isso fiz-lhe uma prenda. Como é patente a sua inclinação pouco saudável por scooters germânicas de índole náutica, decidi-me por uma interpretação "retro" de um reclame com o logótipo Heinkel antigo.

retro Heinkel logo sign

A madeira do fundo é de um caixote de fruta que encontrei na rua e as letras foram feitas em contraplacado que o Aki estava a deitar fora.  Montes de pedigree, portanto. O aspecto envelhecido não é para dar classe, é mesmo para disfarçar os defeitos.

retro Heinkel logo sign

É incontornável, no entanto, que o blógue do Rui Heinkel tem 38 postas dedicadas à Lambretta mas apenas 24 dedicadas à Heinkel. Talvez deva antes ser Rui Lambretta...

Imagem via Scooterlounge
    

25.10.16

70 anos da Vespa no AutoClássico

O Sam ofereceu-me um convite para a exposição AutoClássico - a maior do género na Península Ibérica, aparentemente - e, como não me importo de passar uma manhã inteira a olhar gratuitamente para maquinaria antiga, pus-me a caminho. Este ano o evento apresentou-se com um sub-tema que nos toca a todos, os 70 anos da Vespa. Tal era fácil de constatar à entrada.

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

Nem tanto noutros sítios. (aquela Vespa solitária em cima ficou rapidamente acompanhada por uma mão cheia de outras, mas desconfio que muitas mais ficaram à porta por não saberem que poderiam estacionar ali)

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

Lá dentro encontrava-se um pequeno recinto com uma selecção variada de Vespas. Algumas restauradas, outras modificadas, várias em estado de uso regular.

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

Esta era a secção das "antigas", com uma ACMA vermelha e um projecto nacional roda 10" meio rat.

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

E mais um molho delas. Deixei de prestar muita atenção quando vi a Sprint com frisos de GL; esse tipo de coisas vai contra a minha religião.

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

E um OVNI.

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

Salpicados pelo resto da exposição estavam mais alguns artigos Vespistas isolados. Um restauro jeitosito...

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

...restauros comerciais de linha de montagem...

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

...e tralha (muito pouca) variada.

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

70 anos Vespa @ AutoClássico Exponor

Foi uma cena assim nem aquece nem arrefece. Mas eu entusiasmo-me com dificuldade.
  

10.10.16

Balão contra escape

Tenho recebido muitas mensagens de leitores a perguntar-me "Bob, o que acontece quando se enfia um balão de festa num escape duma PX de 87?" *

Como a minha existência é totalmente dedicada ao cumprimento integral e absoluto de todos os caprichos e ânsias dos meus caros leitores*, fui descobrir a resposta. Antes da revelação, tentem adivinhar o que acontece:
  1. o balão voa para fora do escape
  2. o balão derrete
  3. o balão enche e rebenta
  4. o motor não pega por causa do balão



Como vêem, a resposta certa é a 3 e também a 1. E um bocadinho da 4 pois notei que ela não queria pegar à segunda tentativa. Interessante. Tenho que experimentar com 2 ou 3 balões em simultâneo, mas só se receber muitas mensagens de leitores*.

* Nem por isso

TL,DR: Bob tinha um balão, enfiou-o no escape, o balão fez pop.
    

6.10.16

Distinguished Gentleman's ride, uma tragédia em 3 actos

Participei recentemente no Distinguished Gentleman's Ride (DGR) do Porto. O movimento DGR toma a forma de passeios simultâneos organizados por todo o mundo onde os participantes primam pelo vestuário elegante e pelos motociclos clássicos, e tem como nobre missão o combate ao cancro da próstata e ao suicídio masculino (podem realizar um donativo aqui).

DGR Porto 2016

DGR Porto 2016

ACTO I - A Grande Aventura

No ponto de partida estava instalado um ambiente de festa e centenas de motas reluzentes e interessantes encontravam-se alinhadas para inspecção geral. Um começo auspicioso! Arrancámos uns 400 e, apenas três cruzamentos a seguir, fiquei ao lado de um cavalheiro que insistia em acelerar repetidamente o seu motor de alta cilindrada para que toda a rua ficasse informada do diminuto tamanho do seu pénis. Os amigos do cavalheiro pouco dotado serpenteavam entre faixas e tentavam roubar a chave de ignição uns dos outros em andamento. Ao mesmo tempo, eu era constantemente ultrapassado pela direita e pela esquerda por cavalheiros extremamente atrasados para uma consulta médica onde exporiam a sua dificuldade em avaliar distâncias de segurança laterais. Só precisei de uns poucos minutos disto para cortar à direita e ir sozinho até um ponto de encontro mais à frente. "Cavalheiros"...

DGR Porto 2016

DGR Porto 2016

ACTO II - O Herói Vacila

Cinco quilómetros depois reencontrei-me com o desfile. E, infelizmente, com o cavalheiro da Suzuki barulhenta e os seus hiperactivos companheiros. Respirei fundo e centrei os meus chakras. Na paragem seguinte tentei racionalizar a má sensação que me assolava. Dois ou três palhaços não se sabem comportar na estrada: é normal. Um idiota decide sacar cavalo (a sério!!??) no meio da procissão: há sempre algum exibicionismo despropositado. Muitos querem furar para chegar à frente, mesmo que prejudiquem o conforto e a segurança dos outros: não estão habituados a andar em grupo, não sabem. Uma fatiota pipi e uma mota cara não se traduzem automaticamente em classe ou em boas maneiras mas há que ser tolerante e compreensivo e zen, somos todos humanos, certo?

DGR Porto 2016

DGR Porto 2016

ACTO III - Miséria e Desespero

Fui ver as motas para esquecer as pessoas mas rapidamente voltou a sensação de náusea pois eram quase todas desinteressantes, banais, BMW GSs com malas de alumínio, ou pura e simplesmente feias. Encontramo-nos numa autêntica situação de "o Rei vai nu" no campo das motas customizadas pois são na sua maioria ostentativas, derivativas e deselegantes, e ninguém o assume. Olhei à volta e fiquei verdadeiramente triste com a rarefacção do bom gosto, e a idolatração da aparência em detrimento da essência.

O passeio nem ia a meio quando decidi voltar para casa. A minha mota estava bloqueada no estacionamento por isso revi todas as motas estacionadas para ter a certeza que não me estava a enganar e a deixar a minha má disposição guiar o meu julgamento. Não estava. Não planeio participar no Distinguished Gentleman's Ride em 2017 e tenho pena que seja assim.

Nota: este é um relato da minha experiência pessoal, e não uma condenação do evento DGR Porto ou do movimento DGR global; recomendo a todos a participação num passeio DGR e na causa meritória que apoia.