.


23.1.07

Dia 8 - progresso

Ah que sensação! Olhar para o retrovisor do Punto e ver uma massa de metal italiano encostada às costas do meu banco, a vibrar e a gemer com cada irregularidade do piso mal-conservado, totalmente nua de tinta ou ferrugem. Os tipos perderam-me o arame que segura a bateria mas também estava todo comido de ferrugem (ando a dizer isto muitas vezes, começo a notar um padrão) e eu tenho outro em bom estado. A unidade Master Blaster 2000 entrou online às 1656 zulu de 22 de Novembro de 2006, os primeiros testes foram promissores. E à noite fui apresentar-me ao chapeiro XPTO que me recomendaram e suplicar-lhe que tomasse conta da minha menina. Ah, e o chão afinal está um nojo e tem que ser novo. Que surpresa... (sarcasmo). Uma inspecção mais detalhada do material decapado revelou que as superfícies de travagem dos cubos estão em bom estado, o que me leva crer cada vez mais que a minha Sprint tem, na realidade, poucos quilómetros. O descanso exibe as tradicionais extensões agrícolas para descarga da electricidade estática.



Os mais observadores entre vós repararam que o amortecedor traseiro foi com a mola montada. O raio do parafuso não se queria mexer e eu queria mesmo levar aquilo e já era tarde e às tantas até vai ser novo por isso foi mesmo assim. Mas convém ir tudo desmontado, senão é sucatice. Na decapagem estava lá uma VBA com as bichas e instalação ainda dentro do quadro e forqueta completa com guarda-lamas para decapar. Que raio de restauro pode sair daqui? O que nasce torto dificilmente se endireita.



Tempo total gasto até agora: 44h30m
Quilómetragem total efectuada: 70km (sem contar transporte inicial)
Dinheiro total investido: estou a fazer a lista mas acho que não a vou somar ;-)

Até choras



Este distintivo veio agarrado à minha LD. "Até choras" para andar de Lambretta, dizia a publicidade da época. O giro acerca do distintivo é que é a rapariga que vai a conduzir. Hhmmmmm.... Flashback do "Gato branco, gato preto", you know what I mean, wink wink.

Master Blaster has arrived




Dias 7A, 7B, 7C, 7D, e 7E- Construção de cabina de decapagem Master Blaster 2000. Mais fotos no meu Flickr.

Dia 7F- Acabamentos de madeira exótica na unidade Master Blaster. Também fui à decapagem buscar o metal, 3 dias depois da data prevista de entrega para compensar algum atraso, mas mesmo assim não estava pronto. Já estava decapado mas ainda faltava metalizar. Bah.

O regresso da vingança da desmontagem

Dia 4- No dia 4 o pedal de travão recusou-se a sair, o raio do perno está calcinado no sítio. Encharquei-o de óleo e deixei-o para o dia seguinte. As porcas das jantes finalmente descolaram, as jantes estão mais comidas de ferrugem do que eu gostaria. Um dos parafusos inferiores do aro do farol (que fixam o farol ao guiador) pura e simplesmente não se mexia. Já vi mais movimento em estátuas de mármore renascentistas. Eventualmente, a cabeça acabou por moer. Soldei um ferrolho qualquer à cabeça para fazer rodar o sacana. O parafuso partiu, estava meeeeesmo agarrado. Tive que o brocar fora, e já se sabe que a broca foge sempre para o alumínio e a rosca foi-se. Mais um item a mencionar ao soldador de alumínio quando lá fôr o guiador. Desmontei os interiores do motor que já veio aberto.

Dia 5- Arrumadela ao local de trabalho. Mais um round com o pedal de travão. Dobrei uma chave de fendas velha sem ponta de maneira a poder empurrar o perno de baixo para cima, fazendo força no cabo para baixo e com o fulcro no chão da Vespa. Nada. Mais óleo penetrante. Nada. Dá com o martelo na chave de fendas. Nada. Dá com mais força. Alto, já se está a mexer... Bah, é o chão que está a dobrar. Esquece, assim não vai lá. Podia tentar brocar apenas a cabeça do perno para o fazer sair de cima para baixo mas já se estava mesmo a ver que a broca iria fugir para o alumínio do pedal. Talvez com uma mão firme e umas brocas afiadas a coisa fosse lá, mas eu já estava com 12 ou 13 cervejas no bucho, por isso entreti-me a limpar peças variadas com o pincelinho e com o gasóleo.



Dia 6- Desmontei o resto da forqueta e das articulações. Com a desmontagem quase a 100%, já pude começar a separar o material para a decapagem.

Dia 7- Preparei o material para a decapagem. A minha tampa de carburador estava toda picada da ferrugem, já nem se conseguia ler o número IGM no topo. Fui às prateleiras e troquei por outra igual em bom estado. Os amortecedores dianteiro e traseiro também já estavam todos xinados, sem resistência, por isso peguei no caixote dos amortecedores usados e escolhi um par que funcionasse. Ora um restauro merece uns amortecedores novos porque não é uma peça que se renove com facilidade, tanto ao nível do funcionamento hidráulico como ao nível dos acabamentos zincados e fosfatados, etc. Debruçar-me-ei sobre esta questão mais tarde. Mas como a decapagem cobra à Vespa e não à peça, mandei o par de amortecedores usados na mesma e mais tarde vê-se. Também separei cilindros iguais ao meu que está partido, são 4. Tenho que ligar a visão raio-X e descobrir, por baixo da ferrugem e crosta, qual é que está melhor.






Peguei no pobre Punto e prontamente pus-me à porta da... (um sinónimo para decapagem que comece por P?)

Portugueses ao volante

Portugueses ao volante, perigo constante. Sintam o sofrimento deste irmão da estrada e partilhem o fardo com ele: portuguesesaovolante.blogspot.com.