Como fazer rodagem Vespa? <--- br="" busca="" de="" ihihihi="" isco="" motores="" para="">
Até hoje apenas tive a oportunidade de realizar duas rodagens, uma na GTR e outra na PX. Ambas seguiram a mesma filosofia: 500kms a andar devagar seguidos de 500kms a andar nas calmas. Ambas se revelaram aparentemente bem sucedidas. A estratégia de andar muito devagar ao longo duma grande distância parece fazer sentido, e os autocolantes de rodagem das Vespas antigas até mencionam 2000 quilómetros como o período crítico.
Pois este tipo tem uma ideia diferente. Dar-lhe gás logo no início. Passo a explicar: a potência de um motor de combustão interna depende grandemente da vedação eficaz da câmara de combustão, efectuada em parte pelos segmentos que estão em contacto com a parede do cilindro. Sem vedação, a explosão dissipa-se e não é convertida em movimento. Até aqui tudo bem.
Quando são novas, as superfícies das peças metálicas possuem uma certa rugosidade resultante dos processos de fabrico. Durante a rodagem a fricção entre peças adjacentes elimina essa rugosidade. Os motores antigos possuíam superfícies mais ásperas, que originavam bastante fricção e calor; assim, o motor tinha que ser pouco esforçado durante o início de vida. Ora acontece que a tecnologia de fabrico actual proporciona peças com superfícies muito mais lisas, com uma menor rugosidade que desaparece rapidamente.
É agora que fica esquisito. Essa rugosidade superficial funciona como uma lima que ajusta a superfície exterior dos segmentos à parede do cilindro, de maneira a que encaixem perfeitamente e haja uma boa vedação. Ora, como essa rugosidade desaparece rapidamente nos motores modernos, existe uma pequena janela de oportunidade para "assentar" correctamente os segmentos. Quão pequena? O gajo no site diz 30 quilómetros.
Se pouparmos um pistão novo nos primeiros quilómetros, os segmentos limitam-se a andar para cima e para baixo perdendo rugosidade, e a janela de oportunidade desaparece num instante: a vedação não ficará perfeita e ficaremos com um motor lento. A ideia é puxar pelo motor (seguindo um certo plano) nos minutos iniciais para que a pressão da explosão empurre intensamente os segmentos contra a parede do cilindro (o efeito de mola dos segmentos exerce pouca pressão contra o cilindro) de maneira a que estes acamem antes que se perca a rugosidade. Nos motores antigos a rugosidade extra oferecia um período de ajuste prolongado que se proporcionava a rodagens longas, mas tal já não acontece.
Até aqui é tudo teoria sacada da internet, com a validade (ou falta desta) inerente. Talvez o pessoal das corridas esteja mais familiarizado com este tipo de rodagem que o pessoal das deslocações diárias ou dos restauros, e possa comentar. No entanto, a coisa pode não ser completamente descabida. Há algum tempo atrás estava eu a ler relatórios de investigações de acidentes de aviação (sim, eu sei, tenho hobbies esquisitos) e deparei-me com um estudo técnico sobre a rodagem de motores de pistão para a aviação geral. Como há vidas envolvidas, o assunto foi estudado ao "promenor", de maneira científica e objectiva. Ora uma das conclusões importantes era a necessidade de evitar temperaturas altas durante a rodagem (não forçar o motor) e de, simultaneamente, aplicar uma carga considerável no motor para acamar correctamente os segmentos. Andar a pisar ovos era tão mau quanto forçar a mecânica.
E se acham que tudo isto é complicado, esperem até eu vos falar do dinamómetro de 5 euros! :-) Não sei se estou interessado em fazer uma rodagem "de avião" numa scooter minha, talvez algum de vocês seja mais aventuroso?
Foto não relacionada de cilindro agarrado
Até hoje apenas tive a oportunidade de realizar duas rodagens, uma na GTR e outra na PX. Ambas seguiram a mesma filosofia: 500kms a andar devagar seguidos de 500kms a andar nas calmas. Ambas se revelaram aparentemente bem sucedidas. A estratégia de andar muito devagar ao longo duma grande distância parece fazer sentido, e os autocolantes de rodagem das Vespas antigas até mencionam 2000 quilómetros como o período crítico.
Pois este tipo tem uma ideia diferente. Dar-lhe gás logo no início. Passo a explicar: a potência de um motor de combustão interna depende grandemente da vedação eficaz da câmara de combustão, efectuada em parte pelos segmentos que estão em contacto com a parede do cilindro. Sem vedação, a explosão dissipa-se e não é convertida em movimento. Até aqui tudo bem.
Quando são novas, as superfícies das peças metálicas possuem uma certa rugosidade resultante dos processos de fabrico. Durante a rodagem a fricção entre peças adjacentes elimina essa rugosidade. Os motores antigos possuíam superfícies mais ásperas, que originavam bastante fricção e calor; assim, o motor tinha que ser pouco esforçado durante o início de vida. Ora acontece que a tecnologia de fabrico actual proporciona peças com superfícies muito mais lisas, com uma menor rugosidade que desaparece rapidamente.
É agora que fica esquisito. Essa rugosidade superficial funciona como uma lima que ajusta a superfície exterior dos segmentos à parede do cilindro, de maneira a que encaixem perfeitamente e haja uma boa vedação. Ora, como essa rugosidade desaparece rapidamente nos motores modernos, existe uma pequena janela de oportunidade para "assentar" correctamente os segmentos. Quão pequena? O gajo no site diz 30 quilómetros.
Se pouparmos um pistão novo nos primeiros quilómetros, os segmentos limitam-se a andar para cima e para baixo perdendo rugosidade, e a janela de oportunidade desaparece num instante: a vedação não ficará perfeita e ficaremos com um motor lento. A ideia é puxar pelo motor (seguindo um certo plano) nos minutos iniciais para que a pressão da explosão empurre intensamente os segmentos contra a parede do cilindro (o efeito de mola dos segmentos exerce pouca pressão contra o cilindro) de maneira a que estes acamem antes que se perca a rugosidade. Nos motores antigos a rugosidade extra oferecia um período de ajuste prolongado que se proporcionava a rodagens longas, mas tal já não acontece.
Até aqui é tudo teoria sacada da internet, com a validade (ou falta desta) inerente. Talvez o pessoal das corridas esteja mais familiarizado com este tipo de rodagem que o pessoal das deslocações diárias ou dos restauros, e possa comentar. No entanto, a coisa pode não ser completamente descabida. Há algum tempo atrás estava eu a ler relatórios de investigações de acidentes de aviação (sim, eu sei, tenho hobbies esquisitos) e deparei-me com um estudo técnico sobre a rodagem de motores de pistão para a aviação geral. Como há vidas envolvidas, o assunto foi estudado ao "promenor", de maneira científica e objectiva. Ora uma das conclusões importantes era a necessidade de evitar temperaturas altas durante a rodagem (não forçar o motor) e de, simultaneamente, aplicar uma carga considerável no motor para acamar correctamente os segmentos. Andar a pisar ovos era tão mau quanto forçar a mecânica.
E se acham que tudo isto é complicado, esperem até eu vos falar do dinamómetro de 5 euros! :-) Não sei se estou interessado em fazer uma rodagem "de avião" numa scooter minha, talvez algum de vocês seja mais aventuroso?
Foto não relacionada de cilindro agarrado
[Humor: tenho curtido Chad Vader- Day shift manager- "It's Randy! Randy!"]