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26.8.09

Os últimos cartuchos do Ibero

Não sei se repararam mas o último número da Scooting (site não parece estar a funcionar de momento), que saiu há um par de meses, é mais fino que o habitual; creio que tal se deveu à transição entre directores. Os responsáveis confirmaram-me que a revista é para manter, apesar das dificuldades e da crise; a nova lei das 125 deverá incentivar a venda de scooters e motas pequenas, e revelar-se uma grande ajuda para esta publicação única no mercado. De qualquer modo, isso significou que o meu artigo do Ibero foi retalhado até ficar com aspecto de notícia.


Já agora, para efeitos de registo e porque ainda gastei uns valentes trinta minutos a martelar no teclado, aqui fica a versão original e nunca publicada do supracitado escrito.

"Iberovespa 2009

Sucesso de nível Ibérico


Aquela que tem a obrigação de ser a maior concentração do ano cumpriu plenamente todos os seus objectivos, proporcionando três dias de Vespismo intenso repleto de alma e camaradagem.


Mais de duas centenas de Vespistas esperaram ansiosamente por este fim-de-semana de três dias. As hostilidades tiveram início oficial na Sexta-feira, dia que assistiu à chegada da maioria dos participantes. No dia anterior ainda caiu chuva sobre os organizadores e voluntários que ultimavam a montagem das barracas, mas o Sol acabou por se impor tendo brilhado forte durante todo o “Ibéro”. O Parque de Campismo Municipal em Serzedo, tranquilo e acolhedor, foi o centro nevrálgico desta operação e acolheu a colorida frota de Vespas e seus pilotos de maneira exemplar. O lema do Iberovespa- “Já viste’ xisto?”- aludiu à geologia predominante da bela zona de Arganil e da Serra do Açor.

SENSACIONAL SÁBADO

O primeiro ponto na agenda foi uma fotografia de grupo à frente da Câmara Municipal, tendo a praça ficado apinhada de Vespas e de nativos surpreendidos com o invulgar espectáculo. O segundo ponto foi a descoberta das estradas da região num passeio de seis dúzias de quilómetros, alguns dos quais em poeirentas estradas florestais imitando os famosos troços do Rally de Portugal que existem na área.
Um dos destinos intercalares foi a inimitável aldeia de Piódão que serviu de palco ao descontraído almoço volante; a caravana embrenhou-se então na Mata da Margaraça, com paragem na cascata da Fraga da Pena, recolha de colher de pau na aldeia de Pardieiros e lanche ao ar livre na Praia Fluvial da Benfeita. Cortando o ar fresco da serra, a caravana desfilou a bom ritmo deliciando-se com as constantes curvas e contra-curvas que convidavam a uma condução um pouco mais desportiva: Vespas velhas e estradas de montanha combinam como queijo e marmelada.
Chegados ao camping, todos aproveitaram para relaxar ou se refrescarem antes do grande jantar; todos menos o Manel que, abnegadamente, lá cumpriu a sua cota habitual de voluntariado mecânico domando uma embraiagem mal comportada. Mal se espalhou a notícia que o Manel das Vespas tinha as mãos sujas formou-se de imediato uma fila de espera de reparações! Um travão de Lambretta e uma ignição de VBB depois, este Super-Herói da Mecânica tinha, novamente, salvado o dia.

DINÂMICO DOMINGO

Uma alvorada tranquila sucedeu-se a uma noite extremamente fria, que contrastou fortemente com as temperaturas de Verão diurnas. Alguns Vespistas foram obrigados a utilizar o seu guarda-roupa de maneiras criativas para combater o frio nocturno, tendo-se até registado um caso onde o fato de chuva e as botas foram vestidos dentro do saco-cama. Ao pequeno-almoço, enquanto se consumiam quinhentos pães, partilharam-se e recontaram-se os acontecimentos e piadas da noite anterior: o jantar de gala com 130 scooters estacionadas em fila, a entrega dos prémios e “recuerdos”, e a grande festa num bar da vila.
Um passeio matinal mergulhou o contingente em mais paisagens deslumbrantes, desta vez para os lados de Coja, como preparação para o almoço e as prolongadas despedidas. Os Vespistas começaram a dispersar, iniciando as viagens de regresso para todos os cantos de Portugal e, também, de Espanha; a grande representação dos “nuestros hermanos” voltou para Madrid, Aranda del Duero, Vilanueva del Serena, Valladolid e Burgos. Encerrou-se assim um mega-Ibero, perfeito em quase tudo. Os membros do Vespa Clube de Lisboa empenharam-se a fundo nesta organização e criaram um novo standard difícil de superar. A região de Arganil acolheu-nos calorosamente e é altamente recomendada para visitar em cima duma scooter. Até para o ano!


Vespa Clube mais representado: Vespistas do Norte
Vespista mais novo: Ricardo Lopes - VCL
Vespista mais velho: Orlando Rodrigues - VCE
Vespista com mais km's percorridos (Portugal) : "Billy" - Vespa Friends Algarve
Vespista com mais km’s percorridos (Espanha): David Maroto - Scooter Club Burgos
Vespa melhor personalizada: Sportique 200 - Nuno Mesquita
Vespa mais descuidada: P125X - Pedro Ferreira
Vespa clássica mais original sem restauro: Primavera ET3 125 - João Máximo
Melhor restauro: 180SS - Filipe Primitivo
Vespa mais recente: GTS 300 - Paulo Marrazes"