Participei recentemente no Distinguished Gentleman's Ride (DGR) do Porto. O movimento DGR toma a forma de passeios simultâneos organizados por todo o mundo onde os participantes primam pelo vestuário elegante e pelos motociclos clássicos, e tem como nobre missão o combate ao cancro da próstata e ao suicídio masculino (podem realizar um donativo aqui).
ACTO I - A Grande Aventura
No ponto de partida estava instalado um ambiente de festa e centenas de motas reluzentes e interessantes encontravam-se alinhadas para inspecção geral. Um começo auspicioso! Arrancámos uns 400 e, apenas três cruzamentos a seguir, fiquei ao lado de um cavalheiro que insistia em acelerar repetidamente o seu motor de alta cilindrada para que toda a rua ficasse informada do diminuto tamanho do seu pénis. Os amigos do cavalheiro pouco dotado serpenteavam entre faixas e tentavam roubar a chave de ignição uns dos outros em andamento. Ao mesmo tempo, eu era constantemente ultrapassado pela direita e pela esquerda por cavalheiros extremamente atrasados para uma consulta médica onde exporiam a sua dificuldade em avaliar distâncias de segurança laterais. Só precisei de uns poucos minutos disto para cortar à direita e ir sozinho até um ponto de encontro mais à frente. "Cavalheiros"...
ACTO II - O Herói Vacila
Cinco quilómetros depois reencontrei-me com o desfile. E, infelizmente, com o cavalheiro da Suzuki barulhenta e os seus hiperactivos companheiros. Respirei fundo e centrei os meus chakras. Na paragem seguinte tentei racionalizar a má sensação que me assolava. Dois ou três palhaços não se sabem comportar na estrada: é normal. Um idiota decide sacar cavalo (a sério!!??) no meio da procissão: há sempre algum exibicionismo despropositado. Muitos querem furar para chegar à frente, mesmo que prejudiquem o conforto e a segurança dos outros: não estão habituados a andar em grupo, não sabem. Uma fatiota pipi e uma mota cara não se traduzem automaticamente em classe ou em boas maneiras mas há que ser tolerante e compreensivo e zen, somos todos humanos, certo?
ACTO I - A Grande Aventura
No ponto de partida estava instalado um ambiente de festa e centenas de motas reluzentes e interessantes encontravam-se alinhadas para inspecção geral. Um começo auspicioso! Arrancámos uns 400 e, apenas três cruzamentos a seguir, fiquei ao lado de um cavalheiro que insistia em acelerar repetidamente o seu motor de alta cilindrada para que toda a rua ficasse informada do diminuto tamanho do seu pénis. Os amigos do cavalheiro pouco dotado serpenteavam entre faixas e tentavam roubar a chave de ignição uns dos outros em andamento. Ao mesmo tempo, eu era constantemente ultrapassado pela direita e pela esquerda por cavalheiros extremamente atrasados para uma consulta médica onde exporiam a sua dificuldade em avaliar distâncias de segurança laterais. Só precisei de uns poucos minutos disto para cortar à direita e ir sozinho até um ponto de encontro mais à frente. "Cavalheiros"...
ACTO II - O Herói Vacila
Cinco quilómetros depois reencontrei-me com o desfile. E, infelizmente, com o cavalheiro da Suzuki barulhenta e os seus hiperactivos companheiros. Respirei fundo e centrei os meus chakras. Na paragem seguinte tentei racionalizar a má sensação que me assolava. Dois ou três palhaços não se sabem comportar na estrada: é normal. Um idiota decide sacar cavalo (a sério!!??) no meio da procissão: há sempre algum exibicionismo despropositado. Muitos querem furar para chegar à frente, mesmo que prejudiquem o conforto e a segurança dos outros: não estão habituados a andar em grupo, não sabem. Uma fatiota pipi e uma mota cara não se traduzem automaticamente em classe ou em boas maneiras mas há que ser tolerante e compreensivo e zen, somos todos humanos, certo?
Fui ver as motas para esquecer as pessoas mas rapidamente voltou a sensação de náusea pois eram quase todas desinteressantes, banais, BMW GSs com malas de alumínio, ou pura e simplesmente feias. Encontramo-nos numa autêntica situação de "o Rei vai nu" no campo das motas customizadas pois são na sua maioria ostentativas, derivativas e deselegantes, e ninguém o assume. Olhei à volta e fiquei verdadeiramente triste com a rarefacção do bom gosto, e a idolatração da aparência em detrimento da essência.
O passeio nem ia a meio quando decidi voltar para casa. A minha mota estava bloqueada no estacionamento por isso revi todas as motas estacionadas para ter a certeza que não me estava a enganar e a deixar a minha má disposição guiar o meu julgamento. Não estava. Não planeio participar no Distinguished Gentleman's Ride em 2017 e tenho pena que seja assim.
Nota: este é um relato da minha experiência pessoal, e não uma condenação do evento DGR Porto ou do movimento DGR global; recomendo a todos a participação num passeio DGR e na causa meritória que apoia.
Sem comentários:
Enviar um comentário