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23.1.07

O regresso da vingança da desmontagem

Dia 4- No dia 4 o pedal de travão recusou-se a sair, o raio do perno está calcinado no sítio. Encharquei-o de óleo e deixei-o para o dia seguinte. As porcas das jantes finalmente descolaram, as jantes estão mais comidas de ferrugem do que eu gostaria. Um dos parafusos inferiores do aro do farol (que fixam o farol ao guiador) pura e simplesmente não se mexia. Já vi mais movimento em estátuas de mármore renascentistas. Eventualmente, a cabeça acabou por moer. Soldei um ferrolho qualquer à cabeça para fazer rodar o sacana. O parafuso partiu, estava meeeeesmo agarrado. Tive que o brocar fora, e já se sabe que a broca foge sempre para o alumínio e a rosca foi-se. Mais um item a mencionar ao soldador de alumínio quando lá fôr o guiador. Desmontei os interiores do motor que já veio aberto.

Dia 5- Arrumadela ao local de trabalho. Mais um round com o pedal de travão. Dobrei uma chave de fendas velha sem ponta de maneira a poder empurrar o perno de baixo para cima, fazendo força no cabo para baixo e com o fulcro no chão da Vespa. Nada. Mais óleo penetrante. Nada. Dá com o martelo na chave de fendas. Nada. Dá com mais força. Alto, já se está a mexer... Bah, é o chão que está a dobrar. Esquece, assim não vai lá. Podia tentar brocar apenas a cabeça do perno para o fazer sair de cima para baixo mas já se estava mesmo a ver que a broca iria fugir para o alumínio do pedal. Talvez com uma mão firme e umas brocas afiadas a coisa fosse lá, mas eu já estava com 12 ou 13 cervejas no bucho, por isso entreti-me a limpar peças variadas com o pincelinho e com o gasóleo.



Dia 6- Desmontei o resto da forqueta e das articulações. Com a desmontagem quase a 100%, já pude começar a separar o material para a decapagem.

Dia 7- Preparei o material para a decapagem. A minha tampa de carburador estava toda picada da ferrugem, já nem se conseguia ler o número IGM no topo. Fui às prateleiras e troquei por outra igual em bom estado. Os amortecedores dianteiro e traseiro também já estavam todos xinados, sem resistência, por isso peguei no caixote dos amortecedores usados e escolhi um par que funcionasse. Ora um restauro merece uns amortecedores novos porque não é uma peça que se renove com facilidade, tanto ao nível do funcionamento hidráulico como ao nível dos acabamentos zincados e fosfatados, etc. Debruçar-me-ei sobre esta questão mais tarde. Mas como a decapagem cobra à Vespa e não à peça, mandei o par de amortecedores usados na mesma e mais tarde vê-se. Também separei cilindros iguais ao meu que está partido, são 4. Tenho que ligar a visão raio-X e descobrir, por baixo da ferrugem e crosta, qual é que está melhor.






Peguei no pobre Punto e prontamente pus-me à porta da... (um sinónimo para decapagem que comece por P?)

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