Quando me fui despedir dos Vespistas do Norte, estavam eles prestes a embarcar numa viagem monumental até à Noruega, foi impossível não reparar na Vespa do Vasco, um híbrido customizado em cinzento-mate que oscilava perigosamente entre o tunning teutónico e o "rat-bike". Com a minha curiosidade despertada, fui saber mais.
O Vasco montou esta Vespa propositadamente para servir de transporte até ao Vespa World Days, no longínquo Norte. O "Torpedo" - nome que surgiu naturalmente durante a viagem de vários milhares de quilómetros - segue um "conceito bruto" e uma filosofia de reciclagem. Em vez de encomendar muitas centenas de euros de peças cromadas, este conhecido Vespista do Norte virou-se antes para o seu armário de peças usadas e começou a montar.
A base do "Torpedo" é um quadro duma Vespa 150S Espanhola, que imita exemplarmente as linhas perfeitas da mítica GS160. Este chassis encaixou-se perfeitamente no tema geral já que foi uma peça dada que estava a apanhar chuva no pátio do Vasco. A sua cor original, um azul-escaravelho-metalizado horroroso e ferrugento, quase foi mantida mas felizmente um pintor amigo ofereceu uma borradela em cinzento-mate.
Uma PX dos Correios Espanhóis serviu de veículo dador e forneceu a forqueta e motor para este híbrido Ibérico. Um kit Pinasco 177 a soprar num escape de rendimento Pinasco gera uma velocidade confortável de 90 à hora nas rectas e um consumo frugal de 3 litros aos 100.
A proa exibe travão de disco e um amortecedor Bitubo, abrigados debaixo de um guarda-lamas autêntico de GS160. Este encontra-se descentrado evitando cortes ou papos necessários à criação de espaço para o amortecedor moderno. A suspensão dianteira foi ainda rebaixada para manter todo o conjunto equilibrado.
Esta Vespa foi acabada imediatamente antes do início da viagem. Exceptuando umas voltinhas de teste no pátio, o seu primeiro quilómetro foi à ida para a Câmara Municipal da Maia, para a cerimónia de partida. O descanso central, aliás, ainda nem tinha sido montado nessa ocasião; foi na bagagem e fez-se a sua instalação já na estrada. Apesar do período de testes inexistente, o "Torpedo" provou ser absurdamente fiável com apenas uma lâmpada fundida a ser registada na viagem até à Noruega!
A parte mais complicada do projecto foi a instalação eléctrica, já que o Vasco não queria abdicar de muitos confortos modernos. Para além das brilhantes luzes de 12 volt e uma sonora buzina adaptada ao receptáculo original, o piloto pode desfrutar de um farol suplementar, um suporte de GPS com alimentação e arranque eléctrico. Este último é comandado pelo canhão de uma empilhadora (solução criativa!) no topo do porta-luvas, que também serve de corta-corrente.
O "Torpedo" está 99% finalizado e pronto a rolar. Tudo funciona; tem boas suspensões, boas luzes, bons travões e até autolube. É confortável, fiável e possui uma estética distinta. Até o seu custo final foi bastante reduzido, tendo sido limitado praticamente à aquisição da PX dadora e a uma revisão geral ao motor. De um monte de peças usadas e recuperadas nasceu um Torpedo das estradas, baço de acabamento mas letal em eficácia.
2 comentários:
Bob, agora que colocaste a foto do farol suplementar debaixo do estrado, acabou-se a moda do farol no porta couves frontal... esta será a nova tendência. Damm!!! Acho que já não vou a tempo de ser o 2º, depois do Vasco, a ter o futuro/novo farol da moda!!
Luís Gomes
O "Torpedo" VespaPx fica bem,reciclado, funcional e tem power. O comandate, é contra-almirante Vascos,s.
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