O João convidou-me para ir, a coisa até prometia ser interessante e a distância revelava-se simpaticamente modesta. Siga para o Caramulo Motorfestival! Meti-me na habitual A29 mas decidi não abastecer em Ovar e esperar por Aveiro; infelizmente Aveiro é depois da saída para a A25 e não antes (raramente uso a A25 por isso o meu mapa mental das bombas nesta zona é muito difuso) o que obrigou a um pequeno desvio pela nacional para obter sumo de dinossauro. De novo apontado na A25 e de gás colado, eis que o motor dá dois puns e morre completamente. Choque! Horror! Confusão!
Mesmo antes de parar começo o processo de diagnóstico mental: ela morreu rapidamente de mais para ser vela suja ou problema de gasolina, e lentamente demais para pick-up morto. O que poderá ser? Tiro o balon e suspiro de alívio - cachimbo solto. Foi só isso, nunca me tinha acontecido.
Depois de vários quilómetros por serras e estradinhas ondulantes muito agradáveis, cheguei ao aprazível Caramulo. É uma terra muito bonita e confesso que já lá não ia desde miúdo. O Festival incide quase exclusivamente sobre carros, com ênfase no clássico e na competição. Muitos MGs, Lancias, Alfas, alguns Ferraris e Porsches, principalmente material Europeu dos anos 50 a 70 mas com variedade suficiente. É difícil não gostar. Até houve um biplano a fazer acrobacias e uma pequena feira de automobilia.
O local é acolhedor, com muitas árvores a fazer sombra, sendo apenas um pouco apertado às vezes para a quantidade de pessoas. O "speaker" mencionou o número recorde de público, e isso acaba por ser bom. O ponto alto, para mim, foram os dois Chevrolet Monte Carlo ex-NASCAR que por lá andavam; o barulho daqueles V8 de competição deve ser semelhante ao ruído do fim do mundo! Indescritível!
Quase 90 Vespas foram reunidas nesta concentração "acessória" do Festival, e todos pareciam estar a divertir-se. Os pilotos eram quase todos locais, e não vi muitas caras conhecidas.
A meio da tarde, depois de acabarem as corridas e bastante mais cedo do que o esperado, os participantes subiram a rampa ordenados por marcas com as Vespas a fechar o cortejo. A rampa é mais pequena do que estava à espera, mas foi emocionante passar a meta com todas as máquinas de filmar viradas para nós, o público a aplaudir e os "marshals" a abanarem as bandeiras coloridas em todas as curvas em celebração daquela grande festa. Dois polegares apontados para cima.
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