Os aviões são desenhados, construídos, pilotados e mantidos de maneira a que seja praticamente impossível a um único erro ou avaria colocar em perigo a segurança do vôo. Existe uma série de linhas de defesa que protege o avião, como folhas à volta duma couve. E a coisa até funciona bastante bem.
Num assunto não relacionado, hoje de manhã saí para passear e até apanhei aquele semáforo à saída de casa que está sempre vermelho em verde. "Bom presságio", pensei eu. Bem, mais ou menos. Para os lados de Espinho, numa estrada estilo via-rápida, furou a traseira. Aquilo abanou um bocado, como sempre, mas parei sem problema. "Já tive a minha emoção para este fim de semana", certo? Errado.
Primeira linha de defesa contra um furo: o pneu sobresselente. Pois foi mesmo este que furou, já que o pneu "oficial" anda furado há um mês e eu tenho tido preguiça de lhe trocar a câmara. Lá se foi a primeira linha...
Segunda linha de defesa contra um furo: câmara de ar sobresselente. Vocês não pensaram que eu andava à selvagem, sem pneu para trocar, pois não? Aquando do último furo comprei logo uma câmara que foi atirada para o porta-luvas, onde já lá estava a minha velha bomba de ar. Juntos estes dois elementos faziam a vez do pneu suplente, com a única desvantagem de adicionarem alguns minutos à reparação. Pego na câmara de ar, tiro-a da embalagem, e olho para a válvula em todo o seu esplendor erecto e linear. Não acredito nisto, deram-me uma câmara com a válvula direita na loja! Lá se foi a segunda linha...
Terceira linha de defesa contra um furo: a assistência em viagem. Raras vezes utilizei a assistência em viagem, mas considero-a uma ferramenta imprescindível. É a última e a mais segura de todas as linhas de defesa, a salvação quando tudo falha. "Fáxabôr, quero assistência", "sim senhor qual é a matrícula?, e onde é que o senhor está?, e qual o seu contacto? Ok, então é um transporte para a oficina", "não não, é para a residência", "a sua assistência em viagem só cobre o transporte do veículo para a oficina mais próxima, e não os ocupantes", "EIN? Hoje é Domingo, as oficinas estão fechadas! E eu, vou a pé? Esqueça." Eu tinha uma assistência em viagem mega-xunga e nem o sabia. Lá se foi a terceira linha de defesa...
Para que haja um acidente de avião, uma cadeia de pequenas falhas deve suceder-se numa sequência bizarra, contornando as várias linhas de defesa uma a uma. É como os buracos num queijo Suíço alinharem de tal maneira que se consegue ver através do queijo. Qualquer uma destas linhas de defesa tem a possibilidade de quebrar a cadeia de falhas mas, contra todas as probabilidades, tal não acontece. O resultado é aviões amassados e o Bob encalhado numa via rápida.
Agora que o mal estava feito, comecei a pensar na aterragem de emergência. Como sair dali? Lembrei-me dum velho truque utilizado por um amigo durante o Período Mesozóico do BTT nacional: enrolar fita adesiva de caixote à volta da câmara de ar. A minha saca das ferramentas tinha um rolo de fita eléctrica verde e foi mesmo isso que fiz - não se riam! - , enrolar fita adesiva à volta do furo. E funcionou! A câmara aguentou pressão (bendita bomba de bicicleta com 25 anos de idade) e o Bob saiu dali para fora!
Durante 10 minutos, pelo menos, até aquilo dar o berro por completo. Suponho que o furo da câmara deve ter evoluído catastroficamente para um rasgão, mas não antes de eu ter saído da via rápida e ter conseguido chegar a um posto de abastecimento onde pude observar a equipa do F. C. Porto a ir dar um passeio matinal. Finalmente sem opções, fiz algo que nunca sequer contemplei, em 11 anos de scooterismo clássico extremo: liguei à minha mãe e pedi-lhe para me vir buscar. Espero que a PX ainda lá esteja amanhã...
Num assunto não relacionado, hoje de manhã saí para passear e até apanhei aquele semáforo à saída de casa que está sempre vermelho em verde. "Bom presságio", pensei eu. Bem, mais ou menos. Para os lados de Espinho, numa estrada estilo via-rápida, furou a traseira. Aquilo abanou um bocado, como sempre, mas parei sem problema. "Já tive a minha emoção para este fim de semana", certo? Errado.
Primeira linha de defesa contra um furo: o pneu sobresselente. Pois foi mesmo este que furou, já que o pneu "oficial" anda furado há um mês e eu tenho tido preguiça de lhe trocar a câmara. Lá se foi a primeira linha...
Segunda linha de defesa contra um furo: câmara de ar sobresselente. Vocês não pensaram que eu andava à selvagem, sem pneu para trocar, pois não? Aquando do último furo comprei logo uma câmara que foi atirada para o porta-luvas, onde já lá estava a minha velha bomba de ar. Juntos estes dois elementos faziam a vez do pneu suplente, com a única desvantagem de adicionarem alguns minutos à reparação. Pego na câmara de ar, tiro-a da embalagem, e olho para a válvula em todo o seu esplendor erecto e linear. Não acredito nisto, deram-me uma câmara com a válvula direita na loja! Lá se foi a segunda linha...
Terceira linha de defesa contra um furo: a assistência em viagem. Raras vezes utilizei a assistência em viagem, mas considero-a uma ferramenta imprescindível. É a última e a mais segura de todas as linhas de defesa, a salvação quando tudo falha. "Fáxabôr, quero assistência", "sim senhor qual é a matrícula?, e onde é que o senhor está?, e qual o seu contacto? Ok, então é um transporte para a oficina", "não não, é para a residência", "a sua assistência em viagem só cobre o transporte do veículo para a oficina mais próxima, e não os ocupantes", "EIN? Hoje é Domingo, as oficinas estão fechadas! E eu, vou a pé? Esqueça." Eu tinha uma assistência em viagem mega-xunga e nem o sabia. Lá se foi a terceira linha de defesa...
Para que haja um acidente de avião, uma cadeia de pequenas falhas deve suceder-se numa sequência bizarra, contornando as várias linhas de defesa uma a uma. É como os buracos num queijo Suíço alinharem de tal maneira que se consegue ver através do queijo. Qualquer uma destas linhas de defesa tem a possibilidade de quebrar a cadeia de falhas mas, contra todas as probabilidades, tal não acontece. O resultado é aviões amassados e o Bob encalhado numa via rápida.
Agora que o mal estava feito, comecei a pensar na aterragem de emergência. Como sair dali? Lembrei-me dum velho truque utilizado por um amigo durante o Período Mesozóico do BTT nacional: enrolar fita adesiva de caixote à volta da câmara de ar. A minha saca das ferramentas tinha um rolo de fita eléctrica verde e foi mesmo isso que fiz - não se riam! - , enrolar fita adesiva à volta do furo. E funcionou! A câmara aguentou pressão (bendita bomba de bicicleta com 25 anos de idade) e o Bob saiu dali para fora!
Durante 10 minutos, pelo menos, até aquilo dar o berro por completo. Suponho que o furo da câmara deve ter evoluído catastroficamente para um rasgão, mas não antes de eu ter saído da via rápida e ter conseguido chegar a um posto de abastecimento onde pude observar a equipa do F. C. Porto a ir dar um passeio matinal. Finalmente sem opções, fiz algo que nunca sequer contemplei, em 11 anos de scooterismo clássico extremo: liguei à minha mãe e pedi-lhe para me vir buscar. Espero que a PX ainda lá esteja amanhã...
4 comentários:
Olha lá, acaso perdeste o meu nº de telefone?
Ai o caraças... num instante tinhas uma roda suplente para sair daí!
Ainda bem que a tua mãe atendeu. Na agenda por ordem alfabética eu devo estar depois dela. Uf!
Tss, tss... 'tás a ficar um xunning, daqueles mesmo, mesmo hardcore, que anda à chuva sem fato (de chuva) e faz-se á estrada, sem sequer saber onde fica o botão do ar...
Isso é para contrariar o ditado que diz que "quem aprende nunca esquece" ou quê? :-)
A culpa não foi minha, tive triplo azar!
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