Costumo ser bastante reservado acerca da minha humilde colecção de scooters, que mantenho afastada dos olhares do grande público. Comprei-as quando eram baratas e abundantes mas essa é uma época completamente esquecida; os preços altos são uma constante na actualidade, o que faria incidir uma luz bastante estranha no meu estábulo se este fosse apresentado publicamente. Além disso, o véu de mistério propositado fará a minha colecção parecer maior do que é. :-)
Abro esta excepção para vos tentar educar um pouco na história do scooterismo nacional, criar algum contexto histórico na evolução do coleccionismo de scooters clássicas, e proporcionar uma âncora de sanidade nestes mares tempestuosos de preços loucos. Esta é a minha Lambretta LI150 série 3 que comprei por 10 contos, com documentos, para oferecer a um amigo como prenda de aniversário. Passado algum tempo ele deu-ma de volta, o que dá uma média de 5 contos por cada entrada de LI150s3 na minha frota, eheheh.
Sim, é verdade. Há não muitos anos atrás as scooters eram baratas. Para os novatos pode ser difícil de acreditar, habituados como estão a um preço mínimo de 1000 euros por qualquer monte de lixo minimamente semelhante a uma Sprint. Antigamente eu podia sair de casa ao Sábado de manhã com 40 contos no bolso, andar 30 quilómetros em qualquer direcção, e vir almoçar a casa com uma Sprint a andar. Os preços não estão loucos agora, estão é parvos! Antigamente é que os preços eram loucos.
Num destes passeios de Sábado de manhã fui dar a um garageiro daqueles com o chão em terra batida e o calendário da mulher nua na parede. Na sua arrecadação tinha lá isto parado. Falei com o dono: "quer vender? isto está aqui parado a apodrecer, pode ser quanto é que você quer dar, olhe que tal 10 contos, pode ser leve lá isso." Surreal, não é? Durante vários anos tive uma regra de não comprar scooter nenhuma que custasse mais de 50 contos, e enchi a garagem. O que é que se compra hoje com 50 contos? É claro que estes preços nunca se poderiam manter num mercado justo e livre, mas daí até à especulação descarada que começa a aparecer é um longo caminho.
Esta LI não tem os balons: estavam no pintor a ser refrescados quando, infelizmente, o homem morreu e se perderam. Em compensação veio com uma tampa de guiador e conta-kms suplente. Depois dumas horas à volta dela, até chegou a pegar e tudo. E depois duma limpeza, até deixou de meter nojo. Mais ou menos. Ei, é uma Lambretta de 10 contos!...
Por isso, enquanto vocês analisam os classificados à procura de algo minimamente decente por menos de 2000 euros, lembrem-se que eu:
a) comprei uma Lambretta por 10 contos,
b) dei uma Lambretta a um amigo;
c) recebi uma Lambretta de graça.
E é por isso que eu sou o Bob.
Abro esta excepção para vos tentar educar um pouco na história do scooterismo nacional, criar algum contexto histórico na evolução do coleccionismo de scooters clássicas, e proporcionar uma âncora de sanidade nestes mares tempestuosos de preços loucos. Esta é a minha Lambretta LI150 série 3 que comprei por 10 contos, com documentos, para oferecer a um amigo como prenda de aniversário. Passado algum tempo ele deu-ma de volta, o que dá uma média de 5 contos por cada entrada de LI150s3 na minha frota, eheheh.
Sim, é verdade. Há não muitos anos atrás as scooters eram baratas. Para os novatos pode ser difícil de acreditar, habituados como estão a um preço mínimo de 1000 euros por qualquer monte de lixo minimamente semelhante a uma Sprint. Antigamente eu podia sair de casa ao Sábado de manhã com 40 contos no bolso, andar 30 quilómetros em qualquer direcção, e vir almoçar a casa com uma Sprint a andar. Os preços não estão loucos agora, estão é parvos! Antigamente é que os preços eram loucos.
Num destes passeios de Sábado de manhã fui dar a um garageiro daqueles com o chão em terra batida e o calendário da mulher nua na parede. Na sua arrecadação tinha lá isto parado. Falei com o dono: "quer vender? isto está aqui parado a apodrecer, pode ser quanto é que você quer dar, olhe que tal 10 contos, pode ser leve lá isso." Surreal, não é? Durante vários anos tive uma regra de não comprar scooter nenhuma que custasse mais de 50 contos, e enchi a garagem. O que é que se compra hoje com 50 contos? É claro que estes preços nunca se poderiam manter num mercado justo e livre, mas daí até à especulação descarada que começa a aparecer é um longo caminho.
Esta LI não tem os balons: estavam no pintor a ser refrescados quando, infelizmente, o homem morreu e se perderam. Em compensação veio com uma tampa de guiador e conta-kms suplente. Depois dumas horas à volta dela, até chegou a pegar e tudo. E depois duma limpeza, até deixou de meter nojo. Mais ou menos. Ei, é uma Lambretta de 10 contos!...
Por isso, enquanto vocês analisam os classificados à procura de algo minimamente decente por menos de 2000 euros, lembrem-se que eu:
a) comprei uma Lambretta por 10 contos,
b) dei uma Lambretta a um amigo;
c) recebi uma Lambretta de graça.
E é por isso que eu sou o Bob.
6 comentários:
Meu, este post tem o patrocinio de alguma entidade religiosa? Tá cheio de moralismos!! Até a "quote of the day" está adequada: "Trata os outros ainda melhor de como gostarias que te tratassem a ti."
DOU VESPA PX150 DE 2006, TODA DE ORIGEM + UNS POZINHOS, ESCAPE RATÁTÁ, BANCO INDIVIDUAL E PARA-BRISAS DE ORIGEM.
Não ligues, é mais uma posta minha "para meter nojo". :-)
A tua PX... Vendida!!! Podes ficar com o escape.
Estou da cor do ranger....
Verde de inveja...Plz, nao postes mais coisas a falar desses tempos..
:|
(suspiros)
Bons tempos!
so agora li este post...
Nesses tempos que ja la vão, um amigo meu comprou uma Vbb por 15 contos que estava há anos debaixo de um plástico coberto de fardos de palha. A mota tinha os travões colados e cimento na roda da frente, mas passada uma tarde de volta dela, ficou a andar. Esse meu amigo comprou a vespa com a ideia de a recuperar e "vespar" comigo, mas depois de umas pequenas voltas e de falta de guito para a restaurar, colocou-a de novo numa garagem até resolver recuperá-la. Está entao desde há 14 anos enfiada numa despensa, colocada debaixo de um plástico... Gastou 15 contos apenas para a mudar de garagem. Face ao desprezo com que tratou e deixou a mota acho que foi dinheiro mal gasto.
Enviar um comentário