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15.1.08

Casal Carina S170 - lista de factos

Decidi transferir a secção dedicada à Casal Carina para aqui, não só para efeitos de backup, mas também pela facilidade de adição e revisão. A Horta continua dedicada à tarefa de centralizar toda a informação existente sobre a scooter Casal Carina S170, agora com a ajuda dum número crescente de entusiastas dedicados. Não é um trabalho fácil procurar aquilo que não existe, e ficarei eternamente grato a quem puder contribuir a este humilde esforço. Se você tem alguma informação sobre a Casal Carina, eu quero falar consigo!!

Possuo uma Carina de 1967, das primeiras, cujo único dono foi o meu avô. Nessa altura, a minha família morava (e em grande parte continua a morar) a alguns quilómetros da fábrica da Casal. Se considerar ainda que a Carina é a única scooter nacional, em regra geral ignorada e desconhecida, e para mais fabricada completamente em Portugal, tenho assim razões suficientes para me incumbir da hercúlea tarefa de preservar a memória desta máquina única para as gerações vindouras. O que, na prática, significa chatear velhotes na rua e fazer upload de meia dúzia de fotos. Aqui vai disto.


Eis uma lista de factos sobre a Casal Carina, de validade variável. Alguns são comprovados, outros são prováveis, outros são uma mistura de rumor/palpite/adivinhação.


  • A Casal Carina S170 é a única scooter nacional, e o primeiro veículo motorizado inteiramente fabricado em Portugal, cortesia da Metalurgia Casal S.A.R.L..

  • O motor da Carina entrou em produção em 26-10-1966.

  • A Carina entrou em produção em 18-11-1966.

  • Até ao fim desse ano, foram fabricadas 350 scooters.

  • Foram produzidas pelo menos 7000 Carinas. A minha de 1967 tem um número de quadro perto do 2000, e já vi uma de 1980 cujo número de quadro era perto do 7000.

  • A produção da Carina cessou em 198X (??).

  • A sua construção consiste num quadro tubular na metade dianteira do veículo, que sustenta uma forqueta mono-braço em muito semelhante à da Vespa, e um avental/chão numa peça única. O fim do quadro dá lugar a uma escora oscilante semelhante às das motas. Esta escora tem um motor Casal de aspecto típico fixo em posição central. A carroçaria traseira é constituída por duas grandes peças de alumínio injectado (direita e esquerda), que formam a cavidade do depósito ao serem juntadas. Na extremidade destas duas peças é aparafusada uma terceira, que constitui o "rabo" do veículo. Os dois balons laterais em chapa são planos. Muitas peças são de alumínio, como as jantes. Espero brevemente poder ilustrar esta descrição com umas fotos à maneira.

  • Talvez tenha existido uma Carina Sport de 100cc.

  • O motor a 2 tempos de 50cc é o modelo M153 (apenas montado na Carina?), um motor típico de motorizada com a adição de um carter molhado de corrente e de uma cobertura do cilindro para ventilação forçada.

  • A Carina é baseada fortemente na Zundapp R50/RS50, incluindo os motores "muito próximos" dos Zundapp. Basicamente o desenho foi copiado quando a Zundapp quebrou relações com a Casal e o seu director técnico veio trabalhar para Portugal.

  • A Casal Carina custava 9.990$00 quando saiu para o mercado.

  • Algumas mudanças ocorreram durante a produção. As primeiras forquetas não tinham amortecedor, que apareceu posteriormente. A articulação da forqueta também foi modificada para acomodar o amortecedor. Já vi forquetas com amortecedores de Vespa (como na foto): se realmente forem montagem original, é uma história interessante! Ouvi falar em mudanças nos carburadores, mas não posso confirmar.

  • Os balons esquerdos da primeira série não apresentavam ranhuras de ventilação à frente, que apareceram nas séries posteriores. Estranhamente, as imagens do manual do utilizador parecem mostrar balons sem nenhuma ranhura de ventilação. Série zero? (tentarei ilustrar brevemente)

  • As imagens do manual do utilizador também mostram apenas um amortecedor traseiro à esquerda. Não há amortecedor traseiro à direita (a minha tem), apesar de parecer existir o ponto de fixação no quadro. Outras particularidades parecem ser um filtro de ar "bexiga", e uma tampa da articulação de forqueta única. (de novo, tentarei ilustrar brevemente)

  • A cor de origem da primeira série era o branco (exclusivamente??). As séries posteriores aparecerem em cinzento metalizado e azul metalizado (confundido com verde em algumas fotos e ilustrações).

  • A primeira série apresentava um selim preto com o topo vermelho, e friso branco. As séries posteriores apresentavam um selim todo preto com friso preto. O friso de alumínio já não dava a volta toda ao selim (?), parando na traseira. A textura rectangular do estofo apresenta mais que uma variação.

  • Inicialmente, existiram dificuldades técnicas que obrigaram a interromper a produção e causaram "embaraços e... elevados prejuízos", nomeadamente a "entrada de poeira no volante magnético e filtro da Carina S 170".

  • O manual de utilizador, provavelmente referindo-se à primeira série como ilustrada, indica uma potência de 5.2 cavalos a 7000rpm. A minha brochura, onde já aparece uma Carina das séries posteriores, indica uma potência de 5.3 cavalos a 7500rpm. Poderá ter havido alguma alteração no motor, já que a velocidade máxima indicada passa de 60km/h para 80km/h, boa! A mistura indicada também passa de 1:25 para 1:30. A compressão mantém-se inalterada. O consumo indicado sobe dos 2.8l/100km para 3.5l/100km.

  • Também o volante magnético passa de "6V 18W" para "6V 25/4/5W". Outra mudança aqui? Provavelmente sim, já que a lâmpada do farol passa de 15/15W para 25/25W. A lâmpada do "farolim" passa de 24V/5W para 12V/4W. Antigamente pensava que realmente o sistema eléctrico possuía alimentações separadas a 6, 12 e 24 volt, mas deve ser tudo a 6 volt e mete-se a lâmpada que fizer a coisa funcionar. Faz menos "pouco sentido". O Coriscada informou que, segundo um filho de um trabalhador da Casal, "as lâmpadas do farolim são de 12V para não tirar intensidade ao farol".

  • A primeira série não trazia grade de bagagem nem protecção do guarda-lamas dianteiro. Estes acessórios já vinham incluídos em séries posteriores. Isso pode explicar a passagem do comprimento máximo indicado no manual de 1840mm para os 1900mm indicados na brochura. A largura diminui de 660mm para 610mm, não sei porquê. A altura do selim também desce 30mm mas uma delas é "aproximada".

  • O eixo da roda traseira, um veio de aço incorporado no próprio cubo de alumínio, tem tendência a partir.

  • As Carinas sobreviventes encontram-se predominantemente na região de Aveiro (local de fabrico) e na vizinha Águeda (capital nacional das 2 rodas).

  • Peças sobresselentes de motor ainda se encontram com facilidade, dada a parecença entre vários modelos de motor da marca e a sua difusão. Outras peças como borrachas, distintivos, faróis, interruptores, etc. só com muita dificuldade se encontrarão em estado novo.

  • Marca 120! :-)

Infelizmente, creio que esta página é a maior fonte de informação sobre a Casal Carina na internet. Não há muito mais para ver. No entanto, o site http://www.motorizadas50.com/ tem vária informação sobre a Casal e o modelo Carina, incluindo anúncios de jornal deste modelo e outras fotos e artigos publicados na época, bem como um resumo alargado do livro que mencionei. O site http://www.cybermotorcycle.com/ tem alguns posts sobre a Carina na secção da marca Casal. O blog http://www.rodasdeviriato.blogspot.com/ também já mencionou a Carina e merece umas visitas regulares (é actualizado diariamente!!!). Finalmente, o site http://www.scootermaniac.org/ menciona a existência de uma Carina Sport com 100cc, sem oferecer foto ou informação. Será que é verdade? Carina Sport de 100cc... O meu pote de ouro no fim do arco-íris...

4 comentários:

coriscada disse...

..carina sport 100cc..zzzzzzzzz..carina sport 100cc..zzzzzzzz..onde estás?..zzzz

Orgulho em Portugal disse...

Belo texto! Obrigado pela partilha da informação!

Unknown disse...

Top ainda bemque adequuri una estou feliz

Unknown disse...

Texto completo obrigado