Como podem observar, veio quase tudo desmontado incluindo o motor aberto. O quadro parecia relativamente direito, sem grandes pancadas ou podres. Também o chão, à primeira vista, não parecia propiciar pesadelos de podridão putrefacta. No entanto, um podre grande por baixo do bacalhau inspirava cuidados.
O depósito estava limpo por dentro, a fixação do amortecedor traseiro estava intacta, e estava tudo razoavelmente completo. Pormenores agradáveis são as matrículas de chapa e um banco corrido a acompanhar o par de bancos triangulares. No entanto, estava a faltar o conta-quilómetros (veio só o aro, ferrugento e amassado) e a cambota. Dentro do balde vinha uma cambota não identificada: acelera? Famel-Zundapp? Mesmo que a cambota correcta tivesse acompanhado o resto das peças, provavelmente teria ido parar ao caixote do eco-ponto no mesmo dia, a julgar pelas fotografias seguintes.
Quem abriu o motor, fê-lo sem limpar aquela camada de terra e óleo que envolve com tanto carinho e dedicação todas as peças que viajam expostas a um palmo do chão. Os carters mostravam algumas pancadas e danos, bem como um risquito na válvula rotativa, mas nada de irrecuperável. O cilindro tinha a base partida, o guiador tinha um furo maluco por cima, o guarda-lamas estava podre, e vinha tudo num balde. Ferrugem, teias de aranha, grandes quantidades de despesa, superiores quantidades de tempo, problemas infindáveis, alegrias abundantes. Tudo incluído no negócio.
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