.


30.4.09

Eu amo odiar o OLX

Como é que eu lhe chamei? "...esse ralo de esgoto cibercomercial que retém e expõe proeminentemente os maiores pedaços de porcaria que enviamos pelo esgoto do consumismo abaixo". Por mais desagradáveis que sejam alguns dos seus conteúdos, o OLX acaba por ter o mesmo efeito que uma perseguição da polícia a alta velocidade: já sabemos que vai acabar em tragédia mas mesmo assim queremos ver tudo. Os dois últimos nacos que ficaram a flutuar e que me chamaram a atenção foram estes:


Este "chassi tubular Vespa 50s ou PK" é uma visão extremamente invulgar e tenho que confessar que até gosto dele. Parece-se um pouco com algum acessório de jardim para segurar vasos mas eu gosto. O criador teve visão e, aparentemente, técnica suficiente para levar o seu projecto a bom porto. Dificilmente verá uso em pista ("optimo [sic] para montar vespa de corrida", anuncia o vendedor) e muito menos na estrada, já que deve ser mais fácil legalizar um quadro em madeira, mas as suas linhas tiveram um efeito refrescante em mim. Será que aquilo é uma frente de Carina? Não esqueçamos, no entanto, o chefão de todos os quadros tubulares de Vespa, autêntica máquina de corrida proveniente dos States, completa com pesos por baixo do número para não levantar a frente:


Do triângulo de dor e sofrimento que é a união azul-cueca/ cromados/ faixa branca, talvez seja este último vértice o mais insidioso e fácil de implementar pelos incautos e inocentes. O anúncio seguinte é difícil de compreender na sua totalidade mas parece-me que a maleita faixa-branca transitou para as automáticas grandes na pessoa da Vespa GTS 300, o topo da cadeia alimentar da Vespa moderna.


Esta transição é deveras preocupante da mesma maneira que uma doença exclusivamente suína conseguir infectar seres humanos é preocupante. A minha sensibilidade a alarmismos é diminuta, e recuso-me a ficar preocupado enquanto não vir um MP3 com pneus de faixa-branca. Dormirei descansado na sabedoria que o flagelo faixa-branca carrega consigo o seu próprio castigo, como é demonstrado neste exemplar daquela edição especial xunga com apenas um milhar de quilómetros no mostrador. Faixas brancas badalhocas! 'Tá de joelhos a esfregar!

28.4.09

Reunião do L.I.C.E.T. #3

O L.I.C.E.T. reuniu novamente para realizar o debriefing e análise dos dados recolhidos durante a excursão de Domingo passado ao aniversário do Lambretta Clube de Portugal. A revelação mais importante foi a de que os panados recheados com fiambre estavam deveras suculentos.


Uma rápida consulta à programação da Rádio Nacional Turca não revelou nenhum programa de interesse a ser transmitido no futuro imediato por isso a Direcção achou por bem deslocar-se a um dos vários bunkers secretos espalhados pela Invicta fora que estão à sua disposição para apalpar uma Lambretta. A próxima reunião deverá ser dedicada ao apalpamento duma certa e determinada DL armazenada noutro bunker secreto para os lados de Aldoar.

"Este aro de farol precisa de ser polido..." - "Yá, vai ser assim com dois dedinhos!"

27.4.09

13º Anive do Éle Cê Pê

8.45 no Estádio do Dragão. Sete minutos atrasado chegou o Sérgio "Bosch é melhor que Champion" e oito minutos atrasado chegou o Rui "Multimarcas", por atestar de gota e café. Entrados na auto-estrada, as duas Lambrettas à frente e a minha PX atrás, fui a curtir a Rádio Nacional Turca no meu walkie-talkie emprestado do Lidl o que proporcionou algumas boas gargalhadas dentro do capacete.

ScooterPT represent, yo! Os únicos dois jagunços com Lambrettas pintadas à trincha...

Rapidamente a "Agarra Nagazoza" nos deu a oportunidade de realizar uma relaxante paragem de inalação de nicotina onde pudemos apreciar as belas paisagens proporcionadas pelas 4 faixas da A20. Depois dum périplo à volta de Santa Maria da Feira possuidor dum coeficiente de aleatoriedade muito próximo da unidade, lá nos conseguimos colocar no mesmo ponto no tempo e espaço que a recepção aos participantes do 13º Aniversário do Lambretta Clube de Portugal.


É interessante notar que, das cerca de 40 Lambrettas presentes, apenas duas não se encontravam num estado considerável como "restaurado". Isso traduz-se numa impressionante percentagem de "restauros" de 95%! Aquele parque de estacionamento tinha mais pinta de museu ou joalharia que de concentração. Partindo do princípio que uma Lambretta não se degrada até a um ponto em que o restauro é a única opção de recuperação possível muito mais depressa do que uma Vespa, então a conclusão a tirar é que os Lambrettistas vêem e apreciam as suas scooters duma maneira muito díspar da dos Vespistas. A estudar futuramente.


Um dos vários colegas Espanhóis que por lá andava

Depois duns comes e bebes e duns discursozitos lá nos fizemos à estrada para visitar os locais de interesse da região, cada vez mais aproximando-nos do restaurante. A certa altura eu e o Sérgio quebrámos formação para vir almoçar a casa e foi sempre a dar-lhe até ao Porto, sem paragens inesperadas para inalação de nicotina, com mais uns 100 quilómetros no mostrador. Podem ver mais fotos aqui e em slideshow aqui (reprodução não autorizada!). Deixo-vos uma última foto que me agrada bastante, pois é a única onde se vê a minha PX. :-)

E numa notícia não relacionada, os preços de Lambrettas escafiadas no OLX subiram 40% na Segunda-feira.

24.4.09

Vocês sabem que "bobagens" é código para off-topic, certo?

Hoje vinha a rolar na VCI, absorto naquele monólogo interior que se vai desenrolando em piloto automático na nossa mente, quando a projecção de pensamentos aleatórios e triviais parou no seguinte slide: "Meu, já não vejo um Fiat Ritmo há anos!"

Cinco minutos depois, aparece um Fiat Ritmo estacionado mesmo à minha frente. O poder da mente! Uuuuuuhh, assustador.

O que é que acham que eu deva pensar a seguir como não vendo há anos? Paz mundial? Uma GS azul-cueca com side-car? Um fornecimento vitalício de leite e bolachinhas de chocolate? Dêem palpites e eu escolherei a opção mais interessante para a colocar na minha mente em situação e local idênticos, a ver se se torna realidade.

21.4.09

Vespershop

Eh lá! O que é isto?


E há um anúncio no OLX com uma mission statement:
Para os fãs, os utilizadores ou simples curiosos surge a Vesper Shop.
O que fazemos?!
Se se enquadra numa destas perguntas, então a resposta é simples...Sim fazemos!
- Procura uma vespa/lambretta/piaggio ou uma scooter clássica?
- Quer vender a sua vespa/lambretta/piaggio ou scooter clássica?
- Tem uma vespa/lambretta/piaggio ou scooter clássica e quer a personalizar?
- Tem uma vespa/lambretta/piaggio ou scooter e quer a restaurar?
- Tem uma vespa/lambretta/piaggio ou scooter clássica e quer a legalizar?
- Quer alugar uma vespa/lambretta/piaggio ou scooter clássica para um videoclip, filme, sessão fotográfica ou evento?
Entao visita o site VESPERSHOP.COM e entra no nosso universo...!
Porque uma VESPA/LAMBRETTA/PIAGGIO não é apenas uma moto...é um estilo de vida :)
WWW.VESPERSHOP.COM
Acho que estes colegas merecem uma visita exploratória ao seu standER na minha pxizER mas não vai ser para já: primeiro tenho que me habituar à ideia de entrar no universo de outrém e aos pontapés na gramática. De qualquer maneira ainda bem que surge a Vespershop porque já fiquei a saber que a minha scutra "não é apenas uma moto... é um estilo de vida" com smiley e tudo. Sinto-me muito melhor.

20.4.09

Glória de Ribatejo na Scooting

Antes de tudo permitam-me agradecer os vossos amáveis comentários ao meu aniversário da PX. É um prazer entreter-vos e um privilégio rolar convosco. (bonito, hã?)

Em segundo lugar já saiu a Scooting, e contém duas páginas minhas (não tinham espaço para mais) sobre a Resistência de Glória do Ribatejo. Ora chequem (aqui em tamanho grande): [Edit: links do Flickr mortos]



19.4.09

Sugestão de hino para o Ibero

Fiz um hino para o Ibero, que acham? Não há vídeo da Horta para ninguém que dá uma trabalheira de fazer doer os ossos, por isso desenrasquem-se karaoke-style. E eu a pensar que o raio da música era simples... Há lá no meio umas rimas cruzadas que são lixadas! Props, Xutos.



A carga pronta e metida no porta-couves
Goodbye to all my loves que me vou
Par’ó Ibero
É preciso é dar gás
A portagem foi lá atrás

A carga pronta e metida no porta-couves
Goodbye to all my loves que me vou
Par’ó Ibero
Viagem nocturna na estrada nacional
Não anda nada mal esta onde vou
Eu acelero

Ô ô ô
E às Vespas bi-colores
Ô ô ô
Agarram-lhes os motores
Mas eu meto seis por cento
No meu barrote brutal
Barrote brutal
(repete)

Com a certeza de ter sempr’um lugar
Para poder montar a minha tenda
No Ibero
Vou encontrar uma GS num barracão
O gajo diz que não está p’ra venda
Eu desespero

Ô ô ô
É preciso é dar gás
Ô ô ô
A nacional foi lá atrás
Ouvem-se os berros “Ximbora!”
Vamos é ver se não chove
No “Ib” zero-nove
No “Ib” zero-nove
Vou ao “Ib” zero-nove
É o “Ib” zero-nove

17.4.09

10 anos de PX

Abril de 1999. O preço baixou de 120 contos para os 110 e o negócio foi feito. A minha assucatada GTR tinha acabado de ser substituída por uma PX125E de 1987 com 43.000 no marcador, direitinha e pronta a rolar.

Dez anos e 90.000 quilómetros depois é chegada a altura de parar e contemplar todas as viagens e aventuras, os sítios e as pessoas, os sustos e as avarias, os quilómetros e as estradas, as paisagens e as emoções, o amor e a liberdade. Obrigado, srs. Piaggio e D'Ascanio. Obrigado aos que me ajudaram e rolaram comigo. Obrigado, PX.













Os próximos 10 anos já começaram.

16.4.09

Cinquentinhas para os lados de Barcelos

Já me esquecia!... No âmbito do Projecto Monopólio do Café visitei a 1ª Concentração de Motorizadas de 50cc da Associação Cultural MotoCavaquinhos, que possui não um, não dois mas três sites diferentes. Os interessados neste tipo de veículos poderão não considerar o seu tempo como totalmente desperdiçado ao visualizarem as restantes fotos aqui, ou aqui em magnífico slideshow. [Edit:links do Flickr estão mortos]




15.4.09

A evolução do azul-cueca

Nestes difíceis tempos económicos que atravessamos é possível observar os efeitos da crise em variados níveis, incluindo no fenómeno azul-cueca. Muitos Vespistas não têm cash flow suficiente para revestir por completo uma large frame no malfadado tom, o que resulta numa cuequificação parcial:


Mas não desesperemos pois já surge gota no fundo do depósito. Os sinais da retoma económica começam a exibir-se, tal como o desaparecimento dos classificados da Super dos 6000 euros, indicação clara da sua venda após longo período de exposição pública. Com a economia de boa saúde os Vespistas poderão novamente restourar as suas Sprinters sem poupar no azul-cueca, e calçá-las com o melhor pneu de faixa branca que o dinheiro pode comprar, o Sava MC22 Elegance.


Este pináculo da tecnologia Eslovénia não só tem faixa branca, a companheira espiritual do azul-cueca, mas também ostenta um piso de carácter bastante desportivo: já não é necessário gastar tempo e dinheiro a meter g'anda barrote no motor quando podemos ter pneus que enganam os outros a pensar que temos g'anda barrote no motor. Outra vantagem é o facto deste MC22 existir apenas em medidas métricas e não na habitual configuração 3.50x10", o que distrairá o engenheiro da inspecção o suficiente para não notar os números de quadro martelados. Além disso, o raio do pneu chama-se "Elegance". Quem é que no seu perfeito juízo não quererá montar uns pneus de faixa branca "Elegance" na sua Sprinter azul-cueca com acessórios cromados?

Esta futura omnipresença do azul-cueca que assim se adivinha terá efeitos na cena scooterista nacional e nos próprios scooteristas. Da mesma maneira que o homo sapiens irá evoluir até se parecer com uma espécie albina de extra-terrestres pegajosos com longos dedos e cérebros pulsantes, também o scooterista evoluirá para um formato novo e inesperado:
  • a sua pele absorverá os pigmentos da tinta azul-cueca acabando por adquirir a mesma tonalidade;
  • para contrabalançar a pele azul, o vestuário usado será predominantemente branco para sustentar o efeito "pneu de faixa branca";
  • a procura insaciável por scooters cada vez mais exclusivas obrigará a LML a comprar uns moldes Piaggio no eBay e uns contentores de motores de cortador de relva a 4 tempos para assim poder lançar reproduções da GS150 a 1.499 euros;
  • finalmente, depois de 96% do parque scooterista se ter afogado no tsunami azul-cueca, os scooteristas em busca de status ver-se-ão obrigados a transitar para a segunda cor mais berrante da lista, o amarelo.
Estou certo que estas transições evolucionárias serão aparentes daqui a 4 ou 5 gerações; no entanto, graças ao super-computador também utilizado para modelar pneus de scooters clássicas, foi possível à Horta revelar já hoje uma simulação gráfica daquilo com que se parecerá um scooterista nacional típico no ano 2109:


Não é necessário um doutoramento em genética evolucionista para concluir que todos terão então que actualizar a sua tatuagem indicadora de status:



13.4.09

"Projects of shit" - Google vs. Horta

Vocês costumam ler a tradução Inglesa da Horta? (é só clicar na bandeirinha aqui do lado esquerdo) Eu faço isso de vez em quando, é um entretenimento saudável e limpo. Numa dessas ocasiões, deleitava-me eu com os escritos da Horta transformados digitalmente na língua do Bardo, reparei que o Google referia-se aos meus projectos como "projects of shit". :-O



Não é segredo que o omnipresente Google tem como meta a dominação mundial, tal e qual como a Horta. Assim, quando o Google começa a sabotar os meus projectos com uma nefasta campanha de difamação nos seus servidores de tradução, é sinal que estão preocupados com a concorrência da Horta. Bring it, bitches!

Tanto o Projecto Olhos Azuis como o Projecto Yankee estão a avançar, e talvez dêem fruto nos meses vindouros. Outro projecto, Monopólio do Café de seu nome de código, também os segue de perto. Enquanto as engrenagens giram dei um saltinho até ao Bunker e tirei o pó ao Guetoformer: a tampa de rectificador transparente número 00001 está pronta e seguirá em breve para a Capital para ser testada. Tens uma destas, Google? Bem me parecia que não...

10.4.09

Mais uma Ape-arição

Título fracote para uma posta fracote? Talvez. Não é fácil arranjar 5 postas seguidas com Apes, sabem?



Tenho um vizinho que rola em Ape - já chegou a ter dois, estacionados lado a lado - e que está neste momento a renovar o seu prático triciclo à base de pincel e tinta de alumínio. Permanecerei atento aos resultados finais para os partilhar convosco, na esperança de vermos como é que aquele mata-vacas fica depois de cromado. Enquanto este foguete metalizado não está pronto resta-nos apenas especular acerca da qualidade do resultado, na certeza que cairá algures entre o Ape mais xunga de sempre e o Ape mais cool de sempre.

9.4.09

Usar e abusar

O bom velho Ape 50. Lembro-me sempre da história do meu irmão que estava a fazer o exame de condução da carta de carro quando um Ape 50 faz uma curva apertada mesmo à frente dele, inclina-se perigosamente, abre-se a porta do passageiro e começa a cair uma velhota de lá de dentro. Juro que sim.

O Ape 50, esse portentoso menir de granito do cromeleque do transporte popular lusitano, pode ser usado...


Via o congelado Portugueses ao Volante

(g'anda nível, ó yeah!) ... ou abusado. É preciso reparar o diferencial? Não há problema, chefe. Põem-se aqui umas botijas de gás a segurar e um tubo de alumínio para ter a certeza que não tomba, isto trabalha-se aqui que é uma maravilha. É claro que há sempre uma garrafa de cerveja por perto (vêem-na?): álcool, reparações mecânicas e veículos em equilíbrio precário são um trio inseparável. A questão importante que se coloca aqui é: "mine" ou terço de litro?


Arquivos da Horta, ano de 2002

E para finalizar em beleza, nada melhor que uma visita rápida ao tag Ape 50 no Portugueses ao Volante, que insistem em tratar o bicho como "AP50". Podia ser pior, podiam insistir em "Áper"... ou "Áper 50 125 Veloce Sport"... Ok, eu calo-me.

8.4.09

O cavalheiro do Ape antigo

Eu não estou obcecado com Apes, isto é apenas um ciclo como o ciclo Carina. Exacto, é isso, um ciclo eheh. Pois.

Costumo ver este cavalheiro na feira da Vandoma, sentado a relaxar dentro do seu vetusto veículo, num lugar com uma bela vista para o rio e a margem oposta. Sempre acompanhado pelo jornal quando está Sol...


...e também quando está tempo mau. Nesses dias mais cinzentos o rádio faz companhia adicional e ajuda a começar o fim de semana de maneira relaxada e informada. Bem pensado.



7.4.09

Apes em Valongo

Quando pensamos em Apes vêm-nos à mente (à minha, pelo menos) imagens de máquinas muito antigas encalhadas em museus ou colecções, ou então de um velho e coçado Ape 50 ainda a serviço de algum agricultor idoso. Não existe uma terceira situação. Ou existe?

O Município de Valongo tem uma frota de Apes que anda na rua a fazer aquelas manutencões que as Câmaras Municipais têm que fazer. Já tinha visto um Ape 50 vulgar com as cores da dita entidade municipal mas fiquei surpreendido quando apanhei estas duas máquinas pertencentes à mesma frota. Não só são dos "grandes" com "volante", mas também aparentam estar novos e acabados de entrar ao serviço.

Ambos têm uma antena no tejadilho, será que é para um rádio CB? Um rádio CB teria montes de pinta, aí uns 600% mais que os intercomunicadores do Lidl... Vou manter-me atento a mais avistamentos destes gigantes da estrada e vou telefonar para a Câmara daqui a uns 10 anos a perguntar por leilões de Apes usados. Sweet.


(peço perdão pela mancha esquisita na foto, é o que dá usar máquinas fotográficas dos anos 60)

6.4.09

Segundas oportunidades

Há um monte de anos atrás acompanhei um amigo na sua viagem para ir inspeccionar um Ape antigo que estava à venda numa terriola esquecida. Bom estado geral, pequena avaria de motor, preço redondo. Por lá ficou.

Uma década depois acompanhei o mesmo amigo na mesma viagem com propósito idêntico. Ao longo dos anos o pequeno Ape continuou avariado, mudou de mãos, degradou-se, foi parar à sucata e foi resgatado duma morte inglória. Continua a dormir ao relento, à venda por pouco dinheiro, tentando corajosamente manter um pouco da sua dignidade de tempos passados.

Tanto o Ape como o meu amigo tiveram a sua segunda oportunidade. Provavelmente desperdiçada.



3.4.09

Com câmaras Antero à vontade eu acelero

Descobri recentemente (até que enfim aleluia!) a causa duma sucessão de furos deveras desconcertante que teve lugar durante o início do ano. Acho que furei mais nos últimos 6 meses que nos 6 anos antecedentes! O meu pneu Sava B14 sofria de algum tipo de herpes gangrenoso num dos flancos interiores que eventualmente furava as câmaras. Este pneu semi-novo, graças a este defeito de fabrico invulgar, foi assim relegado para funções meramente artísticas.

Eu ia ilustrar esta posta com aquela fotografia duma Sprint (?) azul-cueca com um atrelado azul-cueca que estava à venda nos classificados do costume, vocês viram-na? Ia photoshopar uma pilha de câmaras de ar no atrelado e lamentar-me acerca da necessidade de adquirir tal veículo para poder transportar a minha quota semanal de câmaras mas, misericordiosamente, não consegui re-encontrar a dantesca ilustração nas internétes.

Armado com um Sava B14 novo e decidido a colocar todas estas problemáticas pneumáticas à venda no OLX, procedi então à aquisição duma câmara de ar com o mais elevado nível de qualidade que é humanamente possível incorporar numa rodela toroidal de borracha, a câmara Antero.


As câmaras de ar Antero, como indicado na etiqueta dot-matrix-retro-chic, são armazenadas e/ou fabricadas na cave, como fino champanhe, para proporcionarem o máximo de sabor e frescura ao sortudo proprietário, ou seja, eu (parte-se do princípio que a cave das Indústrias Antero não inunda, claro). Assim, equipado com um pneu Eslovénio que está apenas um degrau abaixo do modelo Elegance disponível em gloriosa versão faixa branca, e com uma câmara de ar Antero armazenada e/ou fabricada num espaço fresco e afastado da luz solar directa, estou convencido que não furarei mais.

2.4.09

150... ... ... Sprint.

Julgava eu que a era dos mecânicos cegos a colocarem distintivos com luvas de boxe durante terramotos já tinha acabado... Aparentemente estava enganado, como me acontece amiúde, porque a malta continua a espremer toda a latitude e nuances espaciais possíveis duma tarefa simples como colocar os distintivos certos na posição certa, que é única, exacta e imutável. Ou não. Aparentemente este cavalheiro aproveitou (alguma da?) a furação já existente o que pode ter parecido uma boa ideia na altura mas que, digamo-lo com frontalidade, gerou resultados desastrosos.



1.4.09

Número redondo

Há alguns meses atrás surgiu no OLX um anúncio tão aterrorizante que eu saltei o protocolo habitual de postagem na Horta e apanhei imediatamente uma monumental bebedeira destinada a matar todos os neurónios relacionados com tão terrível memória. E funcionou.

Para meu desarranjo estomacal o dito anúncio regressou em força, como um zombie putrefacto que reaparece na sequela para aterrorizar um acampamento remoto à beira dum lago idílico povoado por adolescentes loiras em fato de banho, depois de ter sido aparentemente triturado no fim do primeiro filme pelas hélices duma lancha rápida pilotada por adolescentes loiras em fato de banho. Relutantemente agradeço ao Richards o "favor" de me enviar o link para o anúncio original, que me pôs a gritar como uma adolescente loira em fato de banho num filme de zombies.



O novo anúncio decide não mencionar o preço (o meu almoço agradece) o que poderá ser uma tentativa de compensar uma hipotética má reacção causada pelo belo número redondo de 10.000 mocas. A julgar pela tendência corrente do mercado que dita saldos de 30%, o valor real deve rondar os 7.000 euros o que já inclui o IRS (Imposto de Roubo do Stander).

Um esforço sobre-humano da minha parte para não me debruçar sobre os critérios de restauro ou de bom gosto utilizados foi, surpreendentemente, bem sucedido. Eu deveria ter pesquisado para me certificar que a VNL "gt 125" não tem guiador de Sprint mas não consegui: a combinação azul-cueca/ faixa branca/ jante cromada roubou-me a vontade de viver. O raio da Vespa parece uma scooter dos desenhos animados.

"Bart, se tivéssemos 10.000 dólares seríamos milionários." - Homer Simpson