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26.2.08

Confissões de um pecador

Esta mensagem pungente materializou-se na minha caixa de correio e achei por bem partilhá-la com todos vocês, na intenção de afastar os jovens dos maus caminhos. Mais dramática se torna por lidar com uma scooter germânica normalmente associada com classe, elegância e sofisticação. O conhecido protagonista identificou-se, mas vou dizer que a mensagem é anónima pois dá mais pinta. Imaginem aquelas silhuetas pretas das testemunhas que não querem aparecer na televisão, e leiam esta triste história com uma voz distorcida electronicamente.

Pelos meus 20 anos, fartinho de levar coça de tudo o que era DT’s, RZ’s e sucedâneos, decidi que havia de arranjar maneira de fazer a Heinkel arrastar os seus 150Kg mais depressa que aqueles mosquitinhos zumbidores. E arranjei: culassa rebaixada, pistão com as saias cortadas, carburador maior e outros pozinhos, a agora conhecida como Floribela* andava que se fartava, levando-me a comportar como qualquer vulgar motoqueiro jagunço, mas mais depressa ainda. Foram dias de glória imensa, mas poucos dias.

Uma bela noite, a subir D. João IV, bem depressinha e todo contente a atirar fumo aos mosquitos furiosos que não se conformavam em aceitar a superioridade evidente da Heinkel, curiosamente mesmo em frente a um concessionário da Vespa que ainda agora lá está embora fechado, a magnifica germânica bufou, resfolegou, deu um estrondo e parou!

Biela partida, cambota empenada, cárter furado e o dono %&##”$%&& e apeado, claro. Uma parte do resultado encontrei-o agora e não podia deixar de o partilhar contigo. Continuo a procurar o resto.

Chamo a atenção não só para a reduzida altura do pistão que, recordo-me, foi cortado com um serrote, qual mini-saia, a aba partida pela biela na sua saída furiosa, e as várias “pancadinhas” que as válvulas iam dando no pistão.

Mas andava… e muito.

Afinal não são só as Vespas que avariam.
* Nome fictício para protecção dos envolvidos