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8.11.07

Diga não ao azul-cueca!

Caríssimos leitores, amigos, colegas scooteristas, pessoas que vieram ter a este blógue por engano já que o que realmente pretendiam do Google era instruções sobre como construir uma horta de legumes no terraço:

É com um sentimento de extrema gravidade que eu me pronuncio sobre o que considero ser uma autêntica doença que floresce insidiosamente no nosso meio, tendo já atingido as fronteiras do catastrófico. Não só os efeitos visíveis desta Peste Negra visual são, por si só, plenamente merecedores de longa série de horrorosos superlativos, mas a capacidade que esta praga possui de se propagar de maneira invisível e escondida é absolutamente aterradora.

Eu, Ranger Bob, farei frente à ameaça que todos vós ignoram miseravelmente e que nos ameaça consumir nas suas mandíbulas fétidas e pútridas. Lutarei com todas as minhas forças até ao meu último suspiro, plenamente consciente que nunca existiu nem existirá, em toda a História da Humanidade, causa tão justa e valorosa quanto a minha: parem de pintar as vossas Vespas de azul-claro!

Azul-claro, azul-bebé, azul-céu, azul-cueca. A Besta tem muitos nomes. Está no meio de nós e não há um que se indigne e lute. Todos a alimentam e propagam. Pois basta! A luta começa aqui e agora. Povo! O que há no azul-cueca que vos hipnotiza e arrasta para esse limbo de dor e sofrimento, onde o nervo óptico arde num fogo eterno de tonalidade azul celeste e o proprietário da scooter clássica vive num mundo irreal e odioso de falso contentamento?

Conheço a poderosa força que se encontra aprisionada dentro dos vossos genes do mau-gosto. Compreendo o sentimento de impotência e resignação que irrompe no vosso âmago perante a luta titânica que se avizinha. Confiem em mim, meus amigos, quando vos digo para lutarem; juntos, conseguiremos travar a Besta. Resistam aos vossos impulsos azul-cueca com toda a força do vosso ser. Distribuam os vossos esforços mutantes para outras tonalidades pirosas. O vermelho-chiclete-Gorila. O verde-chiclete-Gorila. O amarelo-chiclete-Gorila. Uma infinidade de tons metalizados e pérolas de máxima azeiteirice. Pinturas a dois tons. Estofos em couro. Pneus de faixa branca. Cromados! Céus, os cromados! Cromem os vossos descansos e tampas de ventilador abundantemente. Apliquem quilómetros de tubagens reluzentes às linhas puras e elegantes da vossa Vespa, transformando-a num escaparate disforme de canalizações brilhantes. Dispersem os vossos esforços maléficos por outras áreas do mau-gosto e conseguiremos roubar o poder à maldição degradante que nos aterroriza. O seu jugo infernal será quebrado e nós seremos livres, de novo. Livres!

Pois o Homem é capaz de realizações magníficas: a tecnologia, a filosofia, a poesia, a dança, a escultura, o amor. Porque não é capaz de ver mais cores? Porque não é capaz de vencer a Besta? Basta quereremos, irmãos. Digam não ao azul-cueca!