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31.10.07

Nabo!!!

Nas palavras traduzidas do próprio Steven Spielberg: "Fiz uma rotura de ligamentos e nem posso dizer que a tenha feito com honra numa mota potente. Caí da minha Vespa, uma Vespa que eu queria porque adoro o filme 'A Princesa e o Plebeu'. A razão pela qual eu adoro a Vespa é que, quando era um miúdo, sempre tive um poster de William Wyler, o grande realizador, por cima da minha cama indo de Vespa para a Cinecittà para dirigir o 'Ben Hur'. Ele foi fotografado duma janela do primeiro andar conduzindo a sua Vespa pela Via Veneto abaixo. E como eu sempre tive uma grande admiração por Wyler, também sempre quis ter uma Vespa para ser como ele."

Ok, é agora que fica interessante: "No ano passado, a minha esposa Kate ofereceu-me uma Vespa clássica cinzenta de 1962 e enviou-a para Long Island. Ao longo da minha vida já guiei motas de enduro, motas de cross, e sou bastante bom. Bem, tirámos a Vespa da embalagem, eu montei nela e dirigi-me a um pequeno monte no meu jardim. Dei um salto e quando aterrei, talvez devido em parte às rodas pequenas, o impacto não foi muito suave. O guiador virou bruscamente para o lado e eu voei de cabeça! A Vespa é um veículo perfeito mas, devo dizê-lo, para andar na estrada, não para saltar."

Doh! Deixa os saltos para os profissionais, tu sabes quem são, já trabalhaste com eles. Stunt. Men. Nabo!

EDIT: Hoje revi o filme "O Grande Ditador", do Charlie Chaplin. Este clássico hilariante é ainda mais divertido do que eu me lembrava. "Strange, and I thought you were an Aryan. - No. I'm a vegetarian!". O intemporal discurso no fim do filme é um clímax arrepiante e acerta na descrição da natureza humana. Altamente recomendado.

30.10.07

A pechincha do dia

A pechincha do dia é esta magnífica "Vespa 125 A.C.M.A." de 1978, que na realidade é só o quadro, pela módica quantia de 500 euros. Passo a transcrever o anúncio:

"500 €

Dados gerais: Sem garantia, 1 registo, Primeiro registo: Outubro de 1978, Azul, Gasolina

Descrição: Vendo chassis de vespa completamente restaurado e reforçado. A minha principal ocupação actual passa pelo restauro desta marca mítica! Possuo apenas este exemplar para venda, modelo LT roda baixa para 125cm3! Se precisar de mais informações não exite em me contactar!"

O vendedor colocou o seu nome, morada completa e dois números de telefone à disposição das multidões intermináveis de possíveis interessados. Farei uso de todos os picoNewton de força de vontade que conseguir reunir para ignorar o facto que alguém está a pedir 500 euros por um quadro axanatado, e concentrar-me no resto do anúncio.

"Vendo": logo aqui, prevejo 93% de probabilidades de dar barraca.

"chassis de vespa completamente restaurado e reforçado": e começa! Se está restaurado, ou seja, colocado em estado idêntico ao original, então não pode estar reforçado. Estar restaurado e reforçado simultaneamente faz tanto sentido como pintá-lo de azul-alface. Mas, lá no fundo, consigo compreender este desejo de reforçar os quadros das Vespas que chegam às nossas mãos. Não passa um dia sem que eu veja uma Vespa abandonada na berma, com o seu quadro partido a meio, resultado inevitável da fraqueza inerente a um chassis de desenho e construção medíocres, que apenas se conseguiu manter no mercado durante umas seis décadas, mais coisa menos coisa. O reforço é uma medida sensata. Decapagem? O quê, nestes quadros fracos? Nem pensar!

"A minha principal ocupação actual": daqui podemos concluir que o restaurador/vendedor em questão possui ocupações secundárias, que complementam a principal, e que estas ocupações são transitórias ou rotativas. Estilo hoje Vespas, amanhã serralharia naval, no dia a seguir alta costura, algo do género.

"passa pelo restauro desta marca mítica": também é uma surpresa descobrir que estamos em contacto com alguém que está efectivamente a restaurar a marca Vespa. Não sabia que eles estavam mal, acho que até têm vendido montes de automáticas, mas prontos... Ao fim de 60 anos, quem não precisa de um restaurozito? Olhe, aproveite para dar uma reforçadela, já que está aí. E quando vir alguém do Conselho de Administração da Piaggio, diga-lhes que eu quero uma Vespa S com motor 200, em preto-fosco, e 20% maior (na proporção 'actual' está um coche mota de gaja). Obrigadinhos. E quando acabar, se também puder restaurar a divisão de scooters da Innocenti, era fixe.

"Possuo apenas este exemplar para venda": pois, com estes preços foi logo o stock todo embora. É compreensível. Esperemos que seja uma situação apenas temporária, e que consiga passar lá por aquela sucata na França que tem o buraco na rede brevemente.

"modelo LT roda baixa para 125cm3": muitos de vós não possuirão conhecimentos avançados relativos a esta marca mítica, aos seus modelos e respectivos valores comerciais. Assim, estarão a pensar que 500 euros por um quadro axanatado poderá ser ligeiramente excessivo. Asseguro-vos que não, pois este é um quadro de um modelo LT, extremamente apreciado pelos coleccionadores e entusiastas. À semelhança do modelo LU de roda alta, o modelo LT ainda apresentava o problema dos quadros fracos que partiam sem aviso. Para contornar o problema, a Piaggio introduziu as rodas baixas no modelo LT que diminuem a altura da queda quando o quadro falha. Acreditem que é um pequeno pormenor que faz muita diferença. Eu não dava 500 euros por um quadro de roda alta, muito perigoso! Este modelo é para 125 cm3. Só precisam de obter esse motor, e absolutamente todas as outras peças que constituem uma Vespa, para estarem prontos a rolar na estrada numa linda Vespa clássica, sem preocupações ou problemas. Os documentos? Isso compra-se em qualquer papelaria ou tabacaria, sem stress.

"Se precisar de mais informações não exite em me contactar!": Não 'exitarei', não senhor!

[Ok, fui mauzinho nesta posta. Não tenho uma personalidade áspera ou cínica, mas de vez em quando lá tem que ser. Um gajo tem que deixar sair a ruindade senão fica cá dentro a moer e a fazer espécie, e um gajo fica todo lixado por dentro. Isto é saudável, é como um clister pó cérebro.]

29.10.07

Como lavar a Vespa - o método Bob

Lavagem da carroçaria:
- esperar pelo Inverno. Irá chover.

Lavagem do motor:
- esperar até à próxima abertura dos carters, todos os 60.000km.

Terei todo o gosto em responder a dúvidas que tenham acerca deste método pelo seguinte email:
couldnt_care_less@cheap_gs_4_u.com

28.10.07

Nuova Vespa S

Como regra geral, não gosto das Vespas modernas. Só quando a ET saiu de produção, uns 9 anos depois de ter aparecido, é que o seu design novo e moderno deixou de me incomodar. Tenho sérios problemas com as LX e GranTurismo, que demorarão igual número de anos a ser resolvidos. Mas a nova Vespa S agrada-me. Cada vez mais.

A Piagio tirou toda aquela tralha que engrossava o avental, e deu um aspecto muito mais leve e agradável a essa zona, como numa Vespa antiga. O farol rectangular ganhou um lugar instantâneo no meu coração, pois significa o desaparecimento do farol redondo inclinado para trás que se vê nas suas irmãs. Não consigo gostar daquilo, lembra-me sempre as novas Harley. A traseira é deliciosa, de novo leve e simpática, com um farolim bonito e retro na melhor maneira possível. Para finalizar, o remate do estofo com o tubinho branco, exactamente como se fazia nos anos 60.

Também aprecio o guarda-lamas cortado, expondo completamente a mola vermelha. Outro pormenor giro é a existência de kits de autocolantes para personalizar a Vespa S. O meu favorito é o target italiano, mas as riscas racing também me fazem cócegas. Desgosto bastante do painel de instrumentos cromado, mas não é nada que não se conserte com um pouco de gueto-tuning ;-). Fico ansiosamente à espera de ver uma ao vivo, e que apareça uma versão 150; isso seria muito à frente. Entretanto, podeis visitar o site vespa-s.com onde decorre uma competição de decoração da Vespa S. Há lá um par de ideias giras. Infelizmente, só italianos podem participar.

27.10.07

Novo recorde de 6000 euros

Há algum tempo atrás perguntei-me se demoraria muito a bater o recorde da Sprint dos 4950 euros. Pois foi quase instantâneo. Tenho procrastinado um pouco esta posta tentando salvaguardar o meu bem estar intestinal, mas hoje teve mesmo que ser.

"Completamente Restaurada" é a extensão total da descrição que acompanha o anúncio de venda desta Super de 69. Não é necessária mais informação, já que um "restauro completo" é a garantia absoluta de qualidade e valor... Certo? Ao olharmos para as fotografias, notam-se inicialmente a pintura e o estofo dos bancos não originais. Também lá está aquele farolim de plástico com o formato esquisito que não se parece com nada montado em Pontedera, e que eu abomino. Se olharmos com um pouco mais de atenção (isto é giro, não é?, parece que estamos no CSI) vemos a roda da frente com um palmo de ar por baixo. Mas porquê? A tampa do ventilador escondida quase na totalidade por trás do balon dá-nos a resposta: suspensão traseira marada. Provavelmente o amortecedor estará comprimido pela idade, e/ou a fixação do amortecedor no quadro estará deformada.



Passando rapidamente à frente dos pneus de piso duvidoso, eis que chegamos à dianteira da máquina. As Super não possuem frisos de alumínio no guarda-lamas, mas este espécime em particular exibe-os com orgulho. Com tanto orgulho, de facto, que o guarda-lamas se empina altivamente numa posição bizarra e não natural. O cubo da roda e a tampa central também exibem acabamentos não originais.

Olhando para a traseira, poderemos contemplar a pièce de resistance desta máquina completamente restaurada, e uma das minhas perenes favoritas, os sinoblocos fornicados. O desalinhamento da roda traseira salta à vista como um grande poio fumegante de origem bovina num relvado chique. Ei, mas sou só eu que ligo a estas coisas, certo? Com dois bancos em couro e a pega a combinar, só pode valer 6000 euros!

26.10.07

Foi você que pediu uma noite de sons scooteristas?

... No Porto? Sim, no Porto? A Horta apresenta, em primeiríssima mão, esta novidade mega-exclusiva de todos os sites Vespistas da minha rua exceptuando o da velhota do rés do chão esquerdo: o duo dinâmico "The Poppers" mais Professor X vem cá acima espalhar um pouco de amor.

'Peraí, mas se os Poppers são quatro tipos, então eles todos juntos são cinco e não podem ser um duo... Dois duos e um solo? Um dueto de duos e um roadie? Hhmmmm... Debruçar-me-ei sobre esta importante questão no próximo dia 2, no Plano B, na Baixa da Inbicta. Vocês estarão lá?

25.10.07

"48 anos jovem e ainda está p'rás curvas"

Aqui está um relato inspirador e cheio de boas vibrações, retirado do vespa.org.uk, e que reproduzo já traduzido para vosso deleite literário:

Esta 152 L2 [modelo específico Inglês de fabrico nacional] de 1959 ainda é propriedade e é operada pelo seu dono original, John Lees de Cheltenham, e ainda é usada com frequência para pequenas voltas no seu território habitual. Este ano verá o seu 48º aniversário, e a sua invulgarmente baixa quilometragem (55000 quilómetros) deve-se a anos de inactividade no passado e à auto-confessada falta de apreciação do John duma máquina que ele agora começou a perceber que é tanto maravilhosa como histórica. Está agora a ser usada mais regularmente do que sempre e a ser extremamente bem tratada.

A pintura cinzento-cogumelo é a original com apenas arranhões menores e um leve vinco no avental causado por uma discussão com uma sebe. Depois de ter perdido força, o motor sofreu uma revisão grande há uns cinco anos atrás, mas antes disso o cilindro nunca havia sido desmontado. De facto, a culaça tinha sido desmontada apenas duas vezes para uma descarbonização rápida. A primeira desmontagem foi há uns 43 anos atrás quando a máquina estava a perder força, soando rouca, e não aguentava a mudança maior.

Alguém que 'conhecia' de motores deu uma vista de olhos e, quando ele nem conseguiu meter uma agulha de tricotar pelo escape acima, sugeriu que uma descarbonização poderia ser uma boa ideia (Oh, a feliz ignorância da juventude!). Lá saiu a culaça e o escape recebeu um banho de soda cáustica. Os resultados foram maravilhosos e a força total foi recuperada.

A segunda desmontagem da culaça foi há uns 38 anos atrás e, devido à baixa quilometragem, nunca mais saiu até à recente revisão grande. O escape original durou 20 anos mas foi então substituído. Senso comum implicou que se serrassem várias polegadas da nova ponteira de escape para facilitar a remoção da roda traseira (contra bons conselhos), tudo sem aparente efeito negativo. O segundo escape é o que está em uso hoje em dia. Pneus novos foram instalados, claro, bem como uma roda suplente. O selim foi soldado e re-estofado. A embraiagem foi substituída na revisão grande, apesar de a original estar a funcionar bem. Os calços de travão dianteiros são novos mas os traseiros, incrivelmente, são os originais. Os sinoblocos que seguram o amortecedor traseiro no lugar foram renovados há uns 30 anos atrás, bem como o amortecedor dianteiro. Mudanças no código da estrada viram a adição de uma luz de stop traseira, mas todas as outras lâmpadas são as originais [ :-o ].

Todos os cabos (à parte o cabo da embraiagem) são os originais, e aqui reside uma história - o primeiro cabo de embraiagem partiu quando a máquina tinha apenas 2 anos de idade, e o segundo cedeu em 1989. E onde é que cedeu? A uma centena de metros de um entusiasta local da Vespa que tinha um stock enorme de peças suplentes. Dentro de meia hora estava de volta à estrada.

Os platinados mantiveram-se intocados durante 25 anos e foi apenas um problema difícil de pegar-a-quente que levou à sua descoberta e substituição. Isso na realidade não curou o problema, mas um novo fole de ar e uma vela diferente fizeram-no. Aqueles platinados poderiam ter durado para sempre!

A manutenção consistiu em contar o número de rodas e dar pontapés nos pneus, e na borradela ocasional de óleo e massa. O mais longe que esta Vespa já esteve de Cheltenham foi Abergavenny (uns 100 quilómetros) e o lugar que já visitou mais vezes foi a 'Severn Bore tidal wave' ao pé de Gloucester. A situação mais próxima do desastre foi um par de milhas de chiadeira horrorosa numa ocasião em que não foi misturado óleo com a gasolina (está tudo bem leitores, já podem abrir os olhos agora - Ed). A compreensão súbita da causa levou à adição do óleo e, de novo, sem aparente efeito negativo. "Whiskers" [?] pararam a máquina duas vezes, ficou sem gasolina duas vezes, e teve três furos. Bateu num pássaro (que recuperou) e assustou de morte o pêlo duma ovelha na Floresta Dean. Um pára-brisas e uns piscas foram modas - todos removidos há décadas atrás para se recuperar a aparência original.

"Isso lembra-me," diz John, "o óleo da caixa bem pode ser o original. Tenho que o mudar um dia destes!"

24.10.07

Carga larga



Já transportei na Vespa muitos objectos esquisitos e mal-jeitosos no meu tempo, mas nunca tinha levado um balon. Consegui não o deixar cair, nem estragar nada de importante. Fiquei feliz. Eu fico feliz com coisas pequenas. Aqui exibo o registo fotográfico.

23.10.07

Livro Vespa

Comprei um livrinho interessante dedicado à Vespa, na Livraria Bertrand: "Vespa", de Valerio Boni. O livro, de dimensão e preço reduzidos, conta a história da nossa marca preferida apoiando-se numa grande variedade de fotografias e imagens. O texto, em Espanhol e Inglês, quase assume a forma de legendas e faz um bom trabalho a suportar as fotos na sua transmissão da história e mística.

O livro aborda muitos tópicos, como o início e desenvolvimento da marca, o impacto social e internacional, os modelos mais modernos, os modelos especiais e de competição, as viagens épicas mais notáveis, o Ape, o Vespa 400, as cópias e clones da Vespa, e a publicidade. Muitas das fotos são inéditas, e também lá se encontram as velhas favoritas.


Digna de menção é a excursão realizada pelo autor numa Special: durante 24 horas, este Vespista convicto pilotou a máquina à volta da pista Pirelli sem paragens de qualquer tipo. Um selim triangular foi montado para facilitar os reabastecimentos em movimento, que eram realizados por uma P200 em andamento que se aproximava na recta, com uma mangueira. Será que o piloto também usava o mesmo esquema para aliviar a bexiga?... Outra foto gira é a de um Jony em full racing gear a dar pasta numa GTS do banco de trás. Este livro também está à venda no site vespashopping.com, mas eles querem 44 euros por uma t-shirt :-o. Tenho medo que me cobrem só pela visita, por isso não volto lá. Na escala Horta de 0 a 10, este livro recebe um F de fixe.

22.10.07

30 anos da PX. Os primeiros 30 anos.

É impossível não ficar triste com o fim anunciado da PX ainda este ano. Especialmente com o seu último alento a tomar a forma de uma edição "especial" em branco-electrodoméstico com umas azeiteiradas cromadas em cima, e com uns pneus de faixa branca de gosto extremamente duvidoso. A proximidade com o 30º aniversário do lançamento deste ícone apenas carrega o tom deprimente desta despedida trágica. Sinto-me como se tivesse que levar um adorado animal de estimação ao veterinário para ser abatido.

Só podemos especular sobre as medidas que a Piaggio poderia ter tomado para prolongar a vida da série P, ou para a converter num formato mais actual, e se compensariam ou não no grande esquema financeiro e industrial. Resta-nos acreditar na sua sobrevivência, fruto do elevado número de exemplares produzidos e da extrema dedicação de um exército de leais admiradores.

Se a Piaggio não te quer, nós tomamos conta de ti. Agora, pertences-nos.

21.10.07

Zona Portuária de Aveiro

Hoje fui visitar a famelga a Ílhavo e, à vinda, não resisti a virar na seta "Zona Portuária" e a passear um pouco. Tenho um fascínio estranho por tudo o que seja industrial, grande, e ferrugento. Da última vez que por lá andei, perdi-me no porto químico. Foi 5 estrelas!

Os navios têm pinta. São os maiores objectos móveis construídos pelo Homem. São uma cidade em ponto pequeno completamente estanque e independente. Nesta zona de Aveiro, carregam com a enorme herança da história da pesca do bacalhau que se estende por muitas gerações. E mantêm sempre uma pose altiva e orgulhosa, mesmo quando maltratados e abandonados. Quando ganhar o Euromilhões, compro uma zona industrial abandonada- está decidido. E se incluir um porto, ainda melhor.

20.10.07

Canecada no Norte

Hoje teve lugar mais uma [rebaptizada] Canecada, com um número recorde de 13 participantes rolantes, com um décimo quarto a estacionar por breves instantes. Também se bateu um recorde de marcas presentes, graças à Heinkel do Rui e à Carina do Chef.

Se os meus maltratados neurónios não me falham, os transeuntes foram deliciados com três 50s, duas PX, uma VBB, uma Heinkel, uma Carina, duas FL2, uma PK, duas GranTurismo, e uma Sprint que carregou com dois desde Albergaria. Desde exóticas restauradas ao "prumenor" até às cinquentinhas extra-maduras, passando pelas automáticas modernas, estava lá uma de cada. Ok, estou a exagerar. Mas foi fixe.

19.10.07

Preços loucos

Tenho assistido, como todos vocês, ao aumento vertiginoso e especulativo dos preços das Vespas clássicas. Tentarei escrever o mínimo possível sobre este assunto, por ser tão desagradável. O dinheiro revela o pior das pessoas.

Já se tornou comum ver Sprints, Supers e GTRs "recuperadas" anunciadas a 3000 euros, e não são novidade valores na casa dos 4 milhares de euros. Recentemente deparei-me com uma 150 Sprint anunciada a -engole em seco- 4950 euros. Eu repito: 4950 euros. O link para o anúncio não estava a funcionar, e este desapareceu pouco tempo depois. No entanto, o recorde foi estabelecido. Se esse anúncio tivesse um contacto, juro-vos que faria todos os possíveis para ir ver o veículo com os meus olhos e entrevistar o vendedor acerca dos seus critérios de valorização. Estou certo que os resultados seriam interessantíssimos, numa perspectiva mórbida e deprimente.

A barra subiu. Quem dá mais? Espero, trepidante, pelo primeiro anúncio duma Sprint de 5000 euros. Quanto tempo demorará?

18.10.07

Cafezada no Norte, e em LX

No próximo Sábado, nova edição da Cafezada no Norte. Todos os scooteristas do Porto e arredores estão convidados para bater um papo e dar um giro. O ponto de encontro é na Rotunda da Anémona (rede de pesca), ao lado do Edifício Transparente, entre as 14:30h e as 15:00h.

"Mas eu tenho o azar de morar na Capital", ouço lá do fundo. Não faz mal pois os mouros copiaram a ideia e vão-se reunir no mesmo dia 20 no bar "À Margem", à vista da Torre de Belém, pelas 14 horas. Apareçam!

17.10.07

Nova loja da Ascari



Quem gosta de scooters, também gosta de livros sobre scooters. E que melhor sítio para os adquirir que na Ascari? Fui visitar a nova loja e fiquei agradavelmente surpreendido. O espaço é mais prático e a localização é central (topo da Rua da Constituição).

O stock de livros relacionados com scooters parecia ser menor que na loja antiga, mas estou certo que isso mudará. Dentro da loja estava estacionada uma FNGL (farol-no-guarda-lamas) de 1952 restaurada, em exibição temporária. Apesar dos meus pedidos insistentes, não me foi permitido fazer um test-drive. Vá-se lá saber porquê...

16.10.07

Carta de condução - novas regras

Saiu um decreto-lei com algumas surpresas ligadas à revalidação e obtenção da carta. Se eu li bem a coisa, a partir de 1 de Janeiro de 2008, os prazos de validade indicados na própria carta deixam de ter... bem...validade. A carta terá que ser revalidada aos 50 anos de idade. Quem não souber desta alteração corre o risco de deixar caducar o documento, não tendo outra alternativa para o recuperar que realizar novos exames de código e condução!

As exigências do exame prático de condução de motociclos também se afastaram dos tradicionais "oitos" para incluirem coisas como "ajustar o equipamento de protecção", "manobra evitando um obstáculo à velocidade mínima de 50 km/h", "travagem de emergência à velocidade mínima de 50 km/h", e "proceder a verificações aleatórias sobre o estado de [vários sistemas do motociclo]...", incluindo algo denominado de "catadióptricos". Tive que procurar tal expressão no dicionário: são os reflectores.

E aí está, o dinheiro dos nossos impostos a trabalhar. Quando se aproximarem das 50 Primaveras, ajustem o vosso equipamento de protecção e verifiquem aleatoriamente os vossos catadióptricos, porque é hora de revalidar a carta.

15.10.07

Elas andam aí

Elas andam aí. Um conceito que exige fé, e não provas. Existirão raras ocasiões, no entanto, em que a porta do cofre ficará ligeiramente entreaberta e poderemos vislumbrar com os nossos próprios olhos máquinas magníficas de que apenas ouvimos falar em conversas reservadas nalgum encontro ou passeio obscuro. Estas autênticas cápsulas do tempo que se cruzam connosco têm o poder de nos transportar a uma época passada, onde as roupas, a música, a comunicação, os veículos eram diferentes.

Há uns dias estava eu em Matosinhos, a uns meros 10 minutos de minha casa, quando passo à frente de um garageirozeco minúsculo que nunca me despertou interesse. Estacionada à porta encontrava-se uma Lambretta SX150, num estado muito aceitável de conservação. Já tinha levado uma banhoca de tinta e revelava um ou dois pormenores manhosos, mas parecia pronta para levar com uma palete de quilómetros em cima. É claro que se seguiu enérgica e ruidosa travagem, com desrespeito total pelas regras que governam a utilização dos sinais indicadores de mudança de direcção.

No interior do garageiro, identifiquei o cavalheiro proprietário de tão distinto veículo. Fui informado que a SX não se encontrava à venda, já que o proprietário se considerava um coleccionador, possuindo ainda mais tipos de Lambrettas: 200, 175, 150, LIs, LDs, e outra que seria "a única em Portugal". No decurso da breve conversa não consegui descortinar a personalidade do meu interlocutor: arrogante exibicionista que gosta de ter só para mostrar, verdadeiro apaixonado com amor à marca, ou curioso casual com sorte nos achados. Pude, isso sim, confirmar que elas verdadeiramente andam aí, e a apenas 10 minutos de casa.

12.10.07

um cara chamado Horta

Para não ficarem a pensar que eu exagerei quando disse que apareciam coisas giras ao googlar a Horta, fica aqui mais um exemplo. Num site brasileiro onde se entretêm a chopperizar Hondas CB, descobri um comentário antigo a esta magnífica instituição que traz um raio de Sol à vossa vida cinzenta.

Aparentemente, há um cara que se chama Horta que tem uns projectos bem Hardcores, já que na Europa rola umas corridas de vespinhas bem envenenadas. Ah, e uma análise mais cuidada do link para a Horta revelará fortes evidências que esta abandonou a nacionalidade Espanhola e passou a ser Brasileira. Valeu, galera! Quebrô meu galho!

11.10.07

Estranjas ignorantes dum raio


Sim, eu confesso. Quando não tenho nada para fazer, ponho-me a googlar "Horta das Vespas" para ver o que aparece. Alguns de vocês poderão considerar tal acto como desajustado ou egocêntrico; eu considero-o como educacional e informativo. Vê-se muita coisa gira, a sério.

Pois apanhei um site qualquer BikeLinks que lista a Horta como um "Spanish site". Os gajos julgam que eu sou Espanhol? Mas por que carga de água?!... Ai é? Vocês para mim também parecem todos Canadianos, tomem lá! Bem, pelos menos puseram a Horta à frente da ET4 e da Liberty. Senão, tínhamos problemas...

10.10.07

Update do medidor de compressão

Ora pois então a PX deu-me 125 psi de compressão a quente, como já leram. Medi a quente pois era o que diziam as instruções. Alguns de vós consideraram que a medição também deveria ser feita ou deveria ser feita a frio. Assim, fiz uma medição a frio e deu 140 psi.

Também medi a compressão na VBB e deu-me 70 psi a quente e 80 psi a frio. São valores muito baixos, testemunhos quantitativos da maturidade mecânica da velha senhora. Posso, assim, concluir que a compressão a frio é uns 13% maior que a compressão a quente, e estabelecer comparações no futuro quando apenas um dos valores estiver disponível. Também passo a dispôr de uma chave para jogar no Euromilhões desta semana.

9.10.07

O Gafanhoto versão Sport 8

Lembram-se do suporte central de pneu suplente que fabriquei para a minha VBB? (podem vê-lo aqui.) Na literatura especializada poderão encontrá-lo sob a denominação "Gafanhoto Classique 8". Algum tempo depois do seu lançamento, fui abordado pelo Conselho de Administração do Museu do Automóvel Clássico de Montachique com vista ao desenvolvimento de uma variante do Gafanhoto, adequada aos rigores e solicitações do Campeonato Nacional de Velocidade. Surge, assim, uma nova versão do Gafanhoto, a Sport 8.



As primeiras imagens do protótipo, já em testes na zona ribeirinha da Invicta, mostram claramente um ponto de fixação adicional no parafuso dianteiro do selim, proporcionando uma rigidez lateral impressionante. A tira de couro com fivela cromada, na realidade uma coleira de cão nº6, traz uma elegância retro ao conjunto, para além de adicionar segurança na fixação do elemento pneumático circulante.

O fecho de tensão oferece a possibilidade de ser bloqueado com uma golpilha, para segurança dinâmica, e/ou com um pequeno aloquete, para segurança estática. Para finalizar, nota-se ainda a presença de speed holes nas abas laterais. Este é um pequeno pormenor que se revelará de crucial importância, desmoralizando a competição ainda antes da prova começar com uma estocada psicológica fatal de 12mm de diâmetro.

O protótipo Racer 8 deverá ser zincado no futuro próximo. Relembramos que este artigo exclusivo não se encontra à venda nas lojas.

8.10.07

1ª Prova de Regularidade Guimarães-Lisboa

A prova foi um sucesso e pôs toda a gente feliz. A "Patocycles/ Horta das Vespas/ Bob rules Mexe sucks Team" até conseguiu o segundo lugar. O prémio, uma garrafa de espumante, foi imediatamente transferido para a guarda do bar do VCL a fim de ser consumido em ocasião merecedora. Também tínhamos o nome mais fixe.



A prova em si foi bastante básica e sub-organizada mas ninguém ligou a isso pois a viagem e o convívio ofuscaram qualquer falha. Correu tudo sem dificuldades a nível de dormidas e comidas, o que não deve ter sido fácil de organizar. Uma das coisas que gostei mais foi chegar aos postos de controlo e estar lá o pessoal do Vespa Clube correspondente com um sorriso, contentes por participar e ajudar. Havia sempre um pin de lembrança, ou um refresco. Muito bom. A meteorologia suplantou os meus requisitos mínimos de satisfação.

Também gostei daquela estradinha de Sábado à noite, que serpenteava ao lado da água. No escuro da noite, seguíamos a Vespa à nossa frente a um ritmo relaxante, com uma longa série de pontos luminosos perfeitamente alinhados no retrovisor, e as manchas de luz dos faróis lambiam as copas das árvores por cima de nós em sucessão psicadélica. As paragens nos postos de controlo davam tempo mais que suficiente para se conversar, e podíamos partir sem pressa nenhuma, tornando a experiência agradável e stress-free. Outra boa ideia foi a distribuição dos coletes reflectores, uma coisa simples mas que funcionou muito bem.

Houve um senhor que caiu e mandou a sua GT p'rós verdes, mas felizmente não foi grave. Um par de calças novo e siga. No fim, entrámos em caravana na capital, sempre uma experiência memorável. Um almoço simples mas eficaz na sede do VCL proporcionou mais convívio com todo o pessoal que lá se reuniu para assistir ao desenrolar desta prova inédita no passado recente. Poderei sempre dizer com orgulho que estive presente na primeira, e espero poder afirmar o mesmo da segunda.



Ao fim da tarde de Domingo, depois de uma visita rápida ao novo membro da família Admin, tomou-se o inevitável rumo Norte. Fiquei deveras contente com a viagem, pois não tive problemas de sono nem de costas. Os pontos altos do regresso foram a decoração dos sinais de trânsito à frente da ExpoBatalha com uma escultura de cerâmica representativa de parte emblemática da anatomia masculina, e a observação duma Via Láctea cristalina na escuridão silenciosa da A17. Agora, alguém me ajuda a descolar o raio do autocolante do número do balon?!!

Artigo na Scooting



A vossa personalidade cibernauta preferida, Ranger Bob, ele mesmo, teve o prazer de escrever um pequeno artigo para a revista Scooting sobre o primeiro Camping do ScooterPT. É apenas mais um passo em direcção à dominação mundial.

(nota: este artigo representa a primeira ocasião em que a expressão "comunidade Vespista hard-core" aparece numa publicação regular de língua Portuguesa, desde o início dos tempos)

4.10.07

AutoClássico 2007

O V Salão Internacional do Automóvel e Motociclo Clássico e de Época tem muito Automóvel mas pouco Motociclo. Não valeu a pena os 8 euros do bilhete. Acho que nem valeu a pena os 80 cêntimos da gasolina.

Passeio de bicicletas alternativas

A Horta também gosta de bicicletas. Habituem-se. Tenho tido o prazer de acompanhar o nascimento e crescimento da cena de bicicletas alternativas aqui no Porto. Há um mês atrás realizou-se um primeiro e tímido encontro destas bicicletas e dos seus apreciadores, e eu participei. O movimento agora ganha força e já se vai realizar o segundo encontro, no Domingo.

Vão à garagem, à arrecadação, ao sótão, ao quintal, e desenterrem aquela pasteleira antiga, ou a BMX que tinham quando eram putos. Dêem-lhe uma mangueirada e encham os pneus, e juntem-se à revolução. Choppers, cruisers, muscle-bikes, máquinas antigas/ vintage/ retro, home-made, urbanas, recumbentes, uniciclos, um passo à frente!

3.10.07

Regularidade Guimarães-Lisboa, preparativos de

Os preparativos para a 1ª Prova de Regularidade Guimarães-Lisboa estão quase terminados. Aproveitei a deixa para passar algum tempo de qualidade com a PX, coisa que já não fazia há muito. Instalei um pneu e uma vela novos, troquei o óleo, carreguei a bateria, e passei um pano pelos grupos ópticos.

Também dei um toque aos meus amigos da Patocycles, uma loja de bicicletas altamente recomendável aqui no Porto, e eles patrocinaram-me com alguns autocolantes e o empréstimo de um GPS. É um Geko 201, um modelo básico e ultra-compacto, mas que faz praticamente tudo o que fazem os grandes. A grande diferença é a ausência de mapas de estradas.

Comprei uma capa de telemóvel do estilo antigo por um par de euros, e roubei um cordão elástico com fecho a um casaco velho. Voilá! Suporte de GPS instantâneo! Configurei um dos écrans para apresentar velocidade, velocidade média, odómetro e cronómetro. Tenho assim toda a infomação essencial para uma prova de regularidade. Também tenho mais um ou dois truques de navegação e backup debaixo da manga, no entanto. Vai ser um fim de semana para recordar!

(amanhã é dia de AutoClássico na Exponor)

2.10.07

Primeiras chuvas

Tenham cuidado, crianças, que o piso está escorregadio p'ra burro. Quando começarem a rolar não se esqueçam de fazer uma travagem de teste para ficarem com uma ideia do coeficiente de fricção (ou da falta dele). Conduzam com cuidado.

Brinquedo novo

Depois de vários meses soterrado no fundo da minha secretária, estreei hoje o meu medidor de compressão que comprei na última feira de Aveiro. A correcta estanquicidade dos segmentos e a saudável compressão resultante são indispensáveis para um bom funcionamento do motor. Sim, podemos carregar no kicks para ter uma ideia da compressão dum motor, mas este aparelhómetro não foi caro e põe de lado todas as adivinhações e apalpamentos.

A PX foi a cobaia, e o resultado foi 125 psi a quente. Para um motor de origem saudável, a compressão deverá ser da ordem dos 120-130 psi. O meu pistão com 60.000 kms em cima alimentado a óleo do Continente surpreendeu-me! Há já algum tempo que noto uma falta de frescura e de vitalidade na auto-estrada que começam a irritar-me. Afinal não deve ser do grupo térmico (alerta de expressão técnico-arrogante!), talvez seja do escape... 60.000 kms de carvão de óleo do Continente... Hhhmmmm... [pensativo]

Qualquer valor abaixo dos 100 psi é preocupante. Abaixo dos 80 psi e morremos nas subidas. Abaixo dos 60 psi a mota provavelmente nem pegará. Agora tenho que aplicar este teste a toda a minha frota. O problema é que costuma ser realizado com o motor quente e a maior parte dos meus trambolhos nem sequer funciona. Hhhmmm... [extremamente pensativo]. Terei que tirar as minhas conclusões à temperatura ambiente.

1.10.07

Códigos MaxMeyer desvendados - update

Há algum tempo atrás tive o prazer de relatar a quebra dos códigos MaxMeyer, e de partilhar a tradução desses códigos de cores originais para códigos PPG mais recentes. Entretanto, foram descobertos mais alguns pormenores que, mesmo não tendo relevância na escolha duma cor, publico aqui em nome da meticulosidade.

O grupo de três algarismos que se pensou ser um código de lote ou de produção (já que era idêntico para todos os modelos num dado período de tempo), refere-se afinal ao fabricante da tinta. 268 significa Maxi-car e 298 significa Bi-lux.

No grupo de quatro algarismos que referenciava a cor propriamente dita, a função do primeiro era desconhecida. Sabe-se agora que esse primeiro algarismo indicava os sub-grupos de cor da Piaggio: 0-metalizados, 1-brancos, 2-verdes, 3-beges/ castanhos, 4-não usado, 5-vermelhos, 6-verdes, 7-azuis, 8-cinzentos, e 9-pretos.

Pintem com confiança e alegria, meus filhos.