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27.6.10

H is for Horta II


As viagens aéreas modernas conseguem roçar o surreal ocasionalmente. Eu queria ir para Denver mas acabei no centro de Nova Iorque, numa Sexta-feira à noite. E não descansei enquanto não deixei a minha marca de gang, como da outra vez.

Peace, bros.

18.6.10

Vespas no Jornal de Notícias

Porque é impossível ter-se miniaturas de scooters em demasia, amanhã compraremos o Jornal de Notícias.

15.6.10

Bateria de UPS em Vespa

A minha bateria já andava seca há algum tempo e não me apetecia estar a repetir o ciclo desmontar-ir à loja mandar encher-funciona bem durante algum tempo-fica seca-anda seca durante muito tempo. O Rui arranjou-me umas baterias de UPS e montei uma mesmo à javardo com a ajuda de esfregões e zip-ties só mesmo para ter buzina. Andar sem buzina é perigoso!


Só em peso que retirei ao conjunto rolante já vale a pena, sem contar que não tenho de me preocupar mais com o nível do ácido. Se não virem nenhuma posta com o título "Geiser explosivo de ácido de bateria derreteu traseira da PX e coxa esquerda" é porque o setup está a funcionar e a bateria vai continuar montada. Não faço promessas acerca de upgrades do sistema de fixação, no entanto...

10.6.10

Consertei uma Honda Bali

O meu vizinho tem uma Honda Bali, uma pequena acelera de 50 cilindradas que me parece ser fiável e prática, se conseguirmos ultrapassar a estética antiquada e entediante. Ora ele tinha-me pedido para eu dar uma vista de olhos àquilo porque o motor não desenvolvia e não dava para andar. Segundo ele, o problema já se tinha manifestado antes e a solução na altura foi uma "varejadela" do escape pelo mecânico da loja local.

Não custa tentar! Peguei na chave de fendas XXL e enfiei-a pela ponteira de escape acima com gosto e determinação. Notei bastante resistência no progresso ao longo da minúscula ponteira e a chave de fendas ficou coberta com o crude mais espesso que alguma vez vi no sistema de escape dum motor a 2 tempos. Mais algumas investidas e a coisa pareceu minimamente desimpedida.

Um test-drive rápido notou algumas mas insuficientes melhorias. O passo seguinte - óbvio - foi inspeccionar a vela. Bem jogado pois também ela se encontrava revestida com a pasta negra que abundava no escape; como ainda trabalhava não consigo explicar! Uma vela semi-nova da caixa do desenrasque foi montada em sua substituição e a pequena Bali recuperou de novo todo o seu entusiasmo dinâmico! O meu vizinho passa agora a zumbir à frente da minha garagem com renovada regularidade e eu sorrio em cada uma dessas ocasiões. Boa acção do dia.... check!



8.6.10

Pequenas lombas na estrada

Ora portantos eu notei um pequeno chocalhar proveniente da zona do motor, certo? Dois ou três dias depois decidi investigar e descobri o parafuso do escape completamente desapertado e a roçar no pneu.


Apesar de ser possível polir parafusos desta maneira, não o recomendo. Agora que penso nisso, deve ter sido por esta razão que aquele carro me fez sinais de luzes. Talvez ele tenha visto faíscas, ou fumo, ou algo do género... Ora apertar esse parafuso é uma tarefa fácil para quem tenha mãos de criança com articulações duplas e uma chave de roquete capaz de atravessar matéria sólida, complicada pelo facto de se ter que soltar o lado do cilindro primeiro para se conseguir acertar com a porca flutuante do outro lado. Isto seria muito trabalho SE eu não tivesse já que desmontar o escape para soldar uma rachadela antiga à entrada da caixa.


Correu tudo bem! O escape tinha que sair e tinha. O Universo sabe o que quer [desenho lentamente um círculo no ar com os dedos indicadores estendidos]. Ao tirá-lo para fora descubro porque é que a roda traseira custou a sair: as chapas verticais já não estão muito verticais devido à ocasional pancada no passeio, e existe mais rachamento no andar superior.


Visita rápida à casa de escapes, cinco minutos de ajoelhamento no chão da garagem com um nível mínimo de profanidades, e a PX está como nova. Pensei em comprar um escape novo mas fica para a próxima - este ainda só tem 80.000 quilómetros... tem que dar a "volta", pelo menos...

7.6.10

Lés-a-Lés

A Horta homenageia todos os scooteristas que se atrevem a embarcar em tamanha odisseia. (aqui e aqui, por exemplo)



4.6.10

Vespa de desempanagem móvel do ACP número 326

A Horta decidiu fazer algo vagamente jornalístico, para variar, e foi à caça da esquiva Vespa do ACP. Apesar de eu fazer poucos quilómetros de enlatado, o Automóvel Clube de Portugal já me salvou o dia de modo eficiente em duas ocasiões separadas, e considero-os como uma organização meritória e inteligente ao ponto de terem na sua frota do Norte, em tempos, três Vespas utilizadas como viaturas rápidas de desempanagem móvel.



Destas três duas já foram desactivadas e vendidas, restando agora apenas uma dedicada a fazer recados, a número 326. É uma PX do início dos anos 90, creio eu, sem arranque eléctrico e em estado bastante razoável e original, se bem que algo coçada do trabalho. Marca menos de 40.000kms no mostrador e as suas marcas identificativas dianteiras encontram-se tapadas pelo avental.





Esta PX tem de momento uma "top case" Givi atrás mas nos seus dias de trabalho possuía ainda uma caixota à frente com os dizeres "desempanagem móvel" para levar a ferramenta toda. Além disso havia uma bateria grande entre os pés do condutor, uma instalação de rádio no porta-luvas, uma antena na traseira e um extintor ao alto por trás do pé esquerdo do condutor, como demonstra o sr. Domingos neste pormenor da foto de grupo.



Uma etiqueta no topo do porta-luvas continua a lembrar o indicativo de rádio deste veículo - "Autoclub 326" - e uma fixação para o microfone continua rebitada no seu interior, como memórias esbatidas de meios de comunicação obsoletos. No chão, dois furos adjacentes tapados com parafusos marcam o local do extintor desaparecido.



A manutenção desta viajante vermelha continua a ser realizada pelo sr. Domingos na garagem do ACP. Nunca deu grandes problemas: alguns cabos, mudanças de óleo e uma ou outra embraiagem porque "andavam muito carregadas". Um dia houve também um tombito, causado pela chuva miudinha que cortava a visibilidade através do pára-brisas e por uma sucessão inesperada de covas. Esse tombo levou à descoberta dos ratos da Cantareira de rabo cortado que assim o é porque os inteligentes roedores o usam para pescar peixe no rio! Não se ouvem histórias destas ao rolar num secador aisático...

O veículo 326 deu o seu lugar na linha da frente a máquinas mais modernas como Hyosungs automáticas e BMWs GS, mas continua a afirmar "presente!" sempre que é preciso ir fazer um recado. Aparentemente também havia Pêxizers a desenrascar enlatados nas zonas de Lisboa e Coimbra mas não tenho informação dessas. De uma, pelo menos, fica registada a história.

Os meus agradecimentos à menina Dulce Pinto do ACP que possibilitou a minha visita, e ao sr. Domingos que me contou a história desta Vespa. Mais fotos de qualidade marginal porque estava pouca luz no armazém e é essa a minha desculpa em magnífico slideshow aqui.

3.6.10

Yamaha sux!

Não é por mera ironia que 100% dos membros do LIICET (Lambretta Invicta Irónico Club Extreme Team) possuem Hondas. A superioridade mecânica dos produtos do sr. Soichiro é indiscutível para os crentes da marca da asa estilizada, mas isso não impede o Master Blaster de blasterizar produtos inferiores, depois de terem sido marcados como tal. E agora que eu encurtei o tubo de sucção, aquilo está a bombar majesticamente!



1.6.10

A ressurreição da DL

Já não me lembro como é que a descobri nem como a trouxe para casa. Lembro-me vagamente que foi no início do século, imediatamente antes do Dilúvio dos Preços Absurdos. Estava parada num sucateiro nos arredores do Porto, daqueles que têm montes de motores de carro espalhados no chão debaixo de um alpendre. Lá estava a DL parada, com a pintura de origem e todas as borrachinhas e pecitas de origem. Foi amor à primeira negociação. (sorry, no pics)

Muitos anos se passaram com a máquina encostada à parede num lugar de garagem colectiva dum amigo meu, já que eu não tinha sítio para a guardar. Obrigado, Félix. O pó acumulou-se lentamente até 2007 quando a trouxe para a "base avançada" a empurrar - não era longe mas devia ter enchido os pneus primeiros e ter tomado um pequeno almoço substancial :-\ .

Mais um ano se passou até que o motor voltasse à vida, com uma ajudazita do Sérgio (a pintura fui eu que a puli sozinho), e mais outro ano a lutar contra folgas e a mandar vir peças. Mais outro ano ainda para instalar peças e ultimar pormenores até que, finalmente, com o apoio moral do LIICET (Lambretta Invicta Irónico Club Extreme Team), a máquina rolou. Fica aqui registada a histórica chegada à base depois da primeira volta de teste, ainda em configuração "naked".


É aqui que moram as fadas da embraiagem. Esta encontrava-se completamente colada e tive que a desmontar para descolar os discos. Depois montei-a. Depois desmontei-a e voltei a montar, só que desta vez correctamente. E funcionou.


Não precisei das ferramentas que já tinha mas sim da que não tinha :-(... Toca a fazer um compressor de embraiagem com restos encontrados no topo da bancada e a pintá-lo em Azul Cueca irónico.


O escape estava bastante gangrenoso e presumivelmente entupido, com uma camada espessa de ferrugem a disfarçar mal várias soldaduras e um suporte principal totalmente partido. O sr. Neca controlou um escape de concorrência a um bom preço e siga a Marinha.


Spaghetti italiano multicolori porca miseria! A electricidade não requereu atenção mas a luz traseira decidiu agora funcionar só por números primos o que colocou a instalação eléctrica em cima da mesa. Veículos Italianos dos anos 70 e problemas eléctricos, uma combinação vencedora!


Para finalizar e comemorar esta odisseia épica de quase uma década, foi instalado um autocolante NOS Vespa Gang de lote antigo que já se encontrava reservado deste tempos imemoriais para esta ocasião, prolongando a tradição iniciada com a VBB.



Está longe de ser uma comedora de quilómetros confortável, fiável ou até segura, mas já dá para fazer um pouco de fumo ao fim da tarde e, principalmente, desimpedir a fila de projectos. Ide rolar, meus filhos!