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1.1.09

Ano Novo

Eu estou cada vez mais pragmático. Tão pragmático, de facto, que sinto estar a transformar-me em algo irreconhecível e grotesco para a sociedade. Assim estilo o Jeff Goldblum depois do seu acidente com um transportador de matéria [em Italiano para vosso entertenimento]. Nem vou falar no Natal. Montes de pessoas concordarão comigo que a semelhança a uma orgia negra de consumismo desprovida de qualquer teor espiritual é grande.

Não, o que me incomoda é o Ano Novo. Na generalidade todas as pessoas gostam da passagem de ano, de entrar no ano novo, começar de fresco, novas oportunidades e resoluções, e tudo isso. Ridículo! Ridículo ao extremo, digo eu. Não há diferenças entre o dia 31 de Dezembro e o dia que se lhe segue, são a mesma coisa. Excepto por alguns pormenores fiscais, a continuidade é avassaladora! Se viajarem num comboio e passarem para a carruagem seguinte, continuam a estar no mesmo comboio! Não é uma vida nova, que raio de delírio evasivo colectivo é este!?

Se estiverem interessados em mudar para melhor, cumprir projectos e efectuar resoluções, porquê esperar até ao fim do calendário? Há algo de errado com o próximo minuto? Existe alguma janela de oportunidade cósmica para melhoramento pessoal que só está aberta durante cinco minutos no início do ano? Isso é o mesmo que irmos por uma auto-estrada fora e falharmos a nossa saída, pensando: "Ah, não faz mal, saio na próxima que fica a 700 kms de distância- quando lá chegar é que vai ser, aí é que me vou começar a aproximar mesmo do meu destino." Ridículo!...

Pessoalmente acho muito mais piada ao Solstício de Inverno, que por acaso até coincide com o meu nascimento. O significado astronómico é renovador e muito mais real que o término de algum calendário arbitrário. Peço perdão pela minha "rant", às vezes não me contenho perante a absurdez de muitas das convenções sociais que as pessoas observam cegamente. Prefiro ser grotescamente pragmático a ser um zombie social acéfalo.

Falemos agora de coisas importantes, de como os meus entes queridos manifestaram a sua estima através da aquisição monetária de produtos fabricados industrialmente. Eis duas das ofertas relevantes, sendo que a terceira merece um parágrafo independente. A miniatura naif, provavelmente o resultado de trabalho infantil nalgum país do Terceiro Mundo, surpreende pelos dois apêndices mamários afixados no local da matrícula. O livro do Vittorio Tessera, Innocenti Lambretta (con Guida al Restauro), é simplesmente indispensável: a mistura perfeita entre fotos de qualidade, história da marca, descrição dos vários modelos e listagem de pormenores de restauro. Eu já tinha o Guia de Restauro em separado mas não me estou a queixar. O único ponto fraco é a língua Italiana que reside fora do meu universo poliglota.


Finalmente, a terceira prenda. Eu fiquei muito contente com a terceira prenda. A terceira prenda é especial e necessita de apoio áudio para a sua visualização. Por favor sigam as instruções:
  1. Cliquem aqui;
  2. Minimizem imediatamente a janela que abriram em 1);
  3. Cliquem aqui.
Se seguiram as instruções correctamente estarão agora a contemplar o total esplendor da magnificência da terceira prenda. Ah! Ah! Nem pensem nisso! Podem ver aqui a lista de cores disponíveis, é azul-turquesa. É AZUL-TURQUESA, RAIOS!