Nunca fui gajo de kitanços. Deus criou os motores 200 de propósito para os que querem andar depressa, logo não há grande necessidade de andar a ajavardar uma Vespa de fábrica. No entanto, quando levei o GPS à Regularidade, fiquei extremamente frustrado com as minhas velocidades na AE. Eu já sabia que o velocímetro marcava 10 a mais, mas os números nús e crús atiraram-me para uma realidade clara e deprimente: velocidade máxima de 89 nas descidas, e 70 à hora (ou menos, glup) nas subidas inclinadas? Inaceitável.
Há anos que tenho ouvido falar bem do Pinasco 175 (ou 177, ou 180 como lhe chama o fabricante). Ultra-fiável, boa força, construção de qualidade, consumos iguais ou inferiores aos de origem, pode ser montado com modificações mínimas, tudo coisas que foram sendo registadas e que se infiltraram inisidiosamente na minha psique. Gota a gota o copo foi enchendo e acho que lá para o Verão vai transbordar (era para ser no Natal, mas verificou-se uma derrapagem de calendário). Venha a mim o meu Pinasco, que eu passo montes de tempo nas AEs.
Falta só responder a uma questão. Qual a cilindrada correcta? A marca diz 180, mas toda a gente se refere ao bicho como o Pinasco 175, ou o 177. Para calcular o volume de um cilindro temos V= pi.r^2.h. Sabemos que o pistão tem um diâmetro de 63 milímetros, e que a cambota da PX125 tem os tradicionais 57 milímetros de curso. Substituindo e fazendo as contas, obtemos um valor de 177.68 cm^3. Arredondando para a unidade mais próxima, surge uma nova designação para este kit, a designação oficial Horta: Pinasco 178.