Foto de Carlo Gatti Venturini |
30.6.11
As mais recentes tendências dos fabricantes scooteristas
O mês de Junho foi fraco em novas tendências scooteristas: nada de faróis suplementares nas tampas das válvulas ou porta-couves cromados instalados nos retrovisores. Julho, no entanto, afigura-se pródigo em novas tendências de fabricantes scooteristas.
A LML acabou de lançar uma versão da sua popular Select II (baseada na chaparia da T5) mas com um motor 150 a 4 tempos. "Bidanaice", era só desmontar os piscas esquisitos à frente, tapar os furos e pintar de vermelho. Quem quer mandar vir um contentor a meias?
A LML acabou de lançar uma versão da sua popular Select II (baseada na chaparia da T5) mas com um motor 150 a 4 tempos. "Bidanaice", era só desmontar os piscas esquisitos à frente, tapar os furos e pintar de vermelho. Quem quer mandar vir um contentor a meias?
Foto de uma Select II "normal" a 2 tempos - autor desconhecido |
A Itália e a Índia são as duas super-potências scooteristas da actualidade e encontram-se em Guerra Fria global: a LML tem planos de "fabricar e exportar scooters automáticas leves (50cc e superiores) para a Europa até ao fim de Dezembro" (fonte). Até lá, enquanto os Indianos fabricam clones de Vespas com mudanças manuais para os Ocidentais, os Italianos contra-atacam fabricando Vespas automáticas verdadeiras para os Indianos. Eu acho que tudo isto é mais um sinal do Apocalipse e também acho que as aceleras LML vão ser parecidas com a Lambretta nacional.
Entretanto, em terras ainda mais Orientais, estão-se a meter scooters eléctricas em contentores destinados à Europa. Digam olá à Honda EV-neo:
Entretanto, em terras ainda mais Orientais, estão-se a meter scooters eléctricas em contentores destinados à Europa. Digam olá à Honda EV-neo:
Os fabricantes de carros são os novos fabricantes de scooters, já que a Peugeot também tem uma scooter com nome começado por "e". Disponível em Setembro de 2011, para roubar vendas à acelera LML que só chega em Dezembro.
Recapitulando:
- as mais recentes tendências scooteristas são as mais recentes tendências dos fabricantes scooteristas
- uma LML a quatro tempos é a nova T5
- uma acelera LML será a nova acelera Taiwanesa
- a Honda EV-neo é a nova Honda Vision
- os fabricantes de carros são os novos fabricantes de scooters
- as scooters eléctricas serão as novas scooters
- e continuamos à espera que a LML 200 seja a nova PX 200.
29.6.11
Rescaldo do teste da PX
Sempre que eu saía à rua com a "nova" PX era sujeito a uma barragem de admoestações que seguiam invariavemente a mesma fórmula: "Ei, essa não é a Vespa da revista Caras? E porque é que você não está a usar um capacete Agatha Ruiz de la Prada?"
Para tentar educar a mole de peões e automobilistas que reconheciam a 63-LO-82 como sendo a PX testada pelos meus ilustres colegas, fui à mala de ferramentas e peguei na minha fita isoladora em tom Azul-Cueca Irónico (mandei fazer 30.000 rolos nesta cor especial, avisem se precisarem de um). O balon dizia "Horta", mas o avental dizia "Esta já não é a Vespa testada pela revista Caras, esta é a Vespa em teste na".
Calculando que esta publicidade rolante não duraria muito depois da PX da Caras sair das minhas mãos, decidi adicionar uma outra mensagem mais escondida, desta vez no interior do balon do motor.
O próximo orgão de comunicação social a testar a 63-LO-82 vai ter uma surpresa! (talvez a revista Nova Gente?...) Dêem uma vista de olhos às revistas no consultório do dentista a ver se descobrimos por onde é que ela anda.
Entretanto, estive a reler o meu teste da PX (aquilo foi acabado às 2.30 da manhã e queria certificar-me que o nível de calinada era mantido a um mínimo aceitável) e reparei em algo interessante: eu aviso que o catalisador fica muito quente e que o veículo não deve ser estacionado no mato (mencionado no manual, até) e, dois parágrafos depois, aparece uma foto da PX estacionada no mato.
Se o bosque começasse a arder, suponho que o poderia tentar apagar com a minha máquina fotográfica.
28.6.11
Xassos
De pé até às 2.30 da manhã a terminar o teste da PX. Hoje férias. Posta Sem Conteúdo Original (P.S.C.O.). "Xassos Urban Cup - Fontes". Resistência de charutos 50cc. Vejam aqui como foi há três anos.
XASSOS URBAN CUP 2011
Os “Xassos” já aquecem os motores.
A edição deste ano do "Xassos Urban Cup – Fontes", que vai ser intercalada pela Semanal Cultura de Santa Marta de Penaguião, traduz-se, uma vez mais, num acontecimento de elevado impacto turístico para a região.
Os "Xassos Urban Cup – Fontes", caracteriza-se por uma frenética prova de Resistência de 3 Horas, onde os participantes e as suas belíssimas motorizadas se divertem no circuito urbanístico da Vila de Fontes.
Fazendo parte do cartaz da mais concorrida Romaria do Concelho, a Nossa Senhora do Viso, o ambiente as cores, o cheiro que se mistura entre as bifanas, as tradicionais farturas com o óleo e a gasolina são ingredientes tão diferentes, mas tão característicos de uma verdadeira festa de verão.
A corrida tanto dentro como fora é vivida com muita intensidade. As máquinas dividem-se em duas classes: as “Xassos” e “Pro- Xassos", motorizadas que fizeram moda nas décadas de 70,80 e 90, e que fazem agora muitos acordarem o verdadeiro piloto que há neles.
Faz a tua equipa e participa na “Corrida mais Louca do Mundo".
As inscrições estão abertas.
Para mais informações contactar: animacaoviladefontes@live.com.pt
Consulta também no Facebook: Xassos Urban Cup - Fontes
27.6.11
Bob testa a "nova" PX de 2011
Há alguns anos atrás tivemos o desprazer de assistir à triste extinção da Vespa PX, terminando 30 anos de produção contínua. Se a Piaggio achou que os lucros do modelo não justificavam a continuidade da linha de montagem ou se estavam convencidos que não seria prático modificar o motor para cumprir as novas normas de poluição, nunca saberemos. Do que temos certeza é que a PX está novamente no mercado, para delícia de várias gerações de adoradores convictos desta scooter emblemática e de uma nova geração de Vespistas recém-convertidos que só agora descobrem o mito da PX.
As modificações acabaram por ser menores, não indo muito além de alguns retoques estéticos e à adição de catalisação no motor. Consequentemente, a PX de 2011 (código de modelo M741) vai-se revelar familiar a qualquer um que tenha experiência com a geração anterior. De qualquer modo, eis as minhas observações sobre o bicho divididas de modo exemplarmente racional e compartimentalizado. Foquei-me mais nas novidades e não nas vantagens e desvantagens gerais da PX em relação ao restante mercado das duas rodas (é extremamente prática na cidade, estaciona-se em qualquer lado, é fácil de modificar para levar carga, não tem espaço para capacete, as mudanças manuais podem ser cansativas no pára-arranca, esse tipo de coisa).
Motor. Em cima do motor notam-se imediatamente algumas caixas e tubagens que não costumam estar ali. Estes acrescentos basicamente fazem uma ligação entre a entrada de ar fresco do carburador e o catalisador (aquela banana entre o cilindro e o escape propriamente dito) para fomentar uma queima mais completa dos gases de escape (mas não aposto dinheiro nesta explicação).
Este Sistema de Ar Secundário (SAS, como aparece no manual) adiciona mais complexidade a um motor que era deliciosamente simples e fiável. A caixa superior possui uma lamela e um filtro de esponja que deve ser limpo com regularidade, sendo recomendada a substituição de um o-ring em cada operação de limpeza. Até chegar à vela se revela mais moroso, já que se encontra cercada por tubos e cabos. Para o utilizador médio que fará as revisões na oficina esta situação não tem relevância mas para os entusiastas da mecânica trata-se de um nível extra de complexidade que terá de ser suportado. Quando a minha PêXizer pára, sopro-lhe os giglers e ela fica boa. Aqui nem sei por onde começar a soprar. Já sei como se sente a minha mãe quando tenta sintonizar os canais da televisão...
E barrote, tem barrote? A resposta curta é "não". A resposta longa é que se trata de um modesto 125 que foi catalisado até às guelras. Quando recebi esta PX fiquei bastante desiludido pois tinha acabado de sair de uma PX com "pozinhos" e o motor com 300 kms ainda se encontrava muito preso. Foi frustrante abrir o acelerador todo e experimentar uma aceleração tímida e pedestre. A aceleração é bastante linear em todas as mudanças, como se o ventilador fosse muito pesado, sem o "disparo" típico de motores mais nervosos.
Com algumas centenas de quilómetros em cima, o motor começou a soltar-se e ganhou um pouco mais de ânimo. É um propulsor perfeitamente adequado para deslocações gerais e viagens tranquilas, mas não agradará aos sedentos de emoções; por mais que torçam o punho direito, não conseguirão ter grande efeito no delta vê. A melhor maneira de conduzir esta oitavo-de-litro é sem pressa - dar-lhe apenas um centímetro de acelerador e relaxar enquanto o motor desenvolve ao seu ritmo natural e relaxado.
Os cabos das mudanças foram obrigados a adoptar um novo trajecto com uma subida mais acentuada à saída do selector. As vibrações e o barulho são agradavelmente reduzidos, e pega com facilidade mesmo frio. O catalisador fica muito quente em operação, não estacionar em cima de mato seco!
Comportamento. Confesso que não testei o comportamento dinâmico e agilidade do veículo de modo aguerrido pois afinal trata-se de uma Vespa emprestada e sem um único arranhão, e eu sou uma pessoa responsável. No entanto, o facto de ser um veículo novo sem folgas nenhumas e com os sinoblocos e suspensões em bom estado torna-o bem comportado nas curvas, mesmo que estas envolvam trilhos do eléctrico ou paralelo. Dentro dos limites óbvios da tracção e do bom senso, claro. A má reputação das rodas 10 neste campo não é 100% merecida.
A direcção é leve (no bom sentido) e previsível tanto a baixa como a alta velocidade. Os travões, tanto o hidráulico dianteiro como o mecânico traseiro, são extremamente eficientes e inspiradores de confiança, talvez até roçando o brusco. Ao comportamento dou uma nota boa.
Conforto e comandos. A manete do travão oferece resistência ao movimento logo depois de ter sido actuada, ainda muito longe do punho. O manual diz que a manete deverá começar a travar a 1/3 do curso, mas isto acontece bem antes. Eu até tenho mãos grandes mas, mesmo assim, o início da travagem dá-se com a mão esticada, numa posição desconfortável. A manete não ajustável afigura-se-me assim bastante primitiva (os travões de disco das BTTs costumam ser ajustáveis tanto na posição de repouso da manete como na posição de início de travagem).
A suspensão, normal segundo standards dos anos 80, é primitiva hoje em dia. No piso suave não há razão de queixa (duh!) mas, se o paralelo começar a ficar irregular ou o asfalto estiver muito coçado, então somos obrigados a abrandar bastante para não nos sentirmos martelados pelo piso. Estava à espera de evolução no conforto da suspensão após um quarto de século mas, infelizmente, tal não aconteceu.
O banco magoou-me as costas e o rabo em determinadas ocasiões. A espuma do banco parece ser mais rígida que a da geração prévia, e a rampa situada no centro - onde sou obrigado a sentar-me por causa dos meus fémures de mutante - não se dá bem com a minha zona lombar. No entanto, concederei o benefício da dúvida ao novo banco já que eu não possuo nem estatura média nem peso médio. Um piloto de corpo mais típico poderá ter uma opinião completamente diferente da minha. Ao conforto sou obrigado a dar uma nota apenas média.
Os controlos são suaves e fáceis de usar de modo geral. A mola do acelerador é mais forte do que aquilo a que estou habituado, mas isso só se nota se quisermos aceleração máxima de modo constante. A embraiagem é deliciosamente suave. Os ponteiros do painel de instrumentos são perfeitos, não abanam nada, mas as luzes avisadoras não se vêem debaixo do Sol. Sem o "pi-pi-pi" a avisar-me dos piscas, esqueci-me de os desligar ocasionalmente (e, com o "pi-pi-pi", provavelmente queixar-me-ia do barulho infernal). A tranca da direcção deixou de ter a posição "park", que permitia trancar a Vespa com os mínimos ligados.
A direcção é leve (no bom sentido) e previsível tanto a baixa como a alta velocidade. Os travões, tanto o hidráulico dianteiro como o mecânico traseiro, são extremamente eficientes e inspiradores de confiança, talvez até roçando o brusco. Ao comportamento dou uma nota boa.
Conforto e comandos. A manete do travão oferece resistência ao movimento logo depois de ter sido actuada, ainda muito longe do punho. O manual diz que a manete deverá começar a travar a 1/3 do curso, mas isto acontece bem antes. Eu até tenho mãos grandes mas, mesmo assim, o início da travagem dá-se com a mão esticada, numa posição desconfortável. A manete não ajustável afigura-se-me assim bastante primitiva (os travões de disco das BTTs costumam ser ajustáveis tanto na posição de repouso da manete como na posição de início de travagem).
A suspensão, normal segundo standards dos anos 80, é primitiva hoje em dia. No piso suave não há razão de queixa (duh!) mas, se o paralelo começar a ficar irregular ou o asfalto estiver muito coçado, então somos obrigados a abrandar bastante para não nos sentirmos martelados pelo piso. Estava à espera de evolução no conforto da suspensão após um quarto de século mas, infelizmente, tal não aconteceu.
O banco magoou-me as costas e o rabo em determinadas ocasiões. A espuma do banco parece ser mais rígida que a da geração prévia, e a rampa situada no centro - onde sou obrigado a sentar-me por causa dos meus fémures de mutante - não se dá bem com a minha zona lombar. No entanto, concederei o benefício da dúvida ao novo banco já que eu não possuo nem estatura média nem peso médio. Um piloto de corpo mais típico poderá ter uma opinião completamente diferente da minha. Ao conforto sou obrigado a dar uma nota apenas média.
Os controlos são suaves e fáceis de usar de modo geral. A mola do acelerador é mais forte do que aquilo a que estou habituado, mas isso só se nota se quisermos aceleração máxima de modo constante. A embraiagem é deliciosamente suave. Os ponteiros do painel de instrumentos são perfeitos, não abanam nada, mas as luzes avisadoras não se vêem debaixo do Sol. Sem o "pi-pi-pi" a avisar-me dos piscas, esqueci-me de os desligar ocasionalmente (e, com o "pi-pi-pi", provavelmente queixar-me-ia do barulho infernal). A tranca da direcção deixou de ter a posição "park", que permitia trancar a Vespa com os mínimos ligados.
Qualidade. A pintura, lisa e brilhante na sua generalidade, não é perfeita: existiam vários "ciscos" colados à tinta, quase todos na costura entre o chão e o túnel central. Mesmo assim, considero-a adequada para uma pequena scooter de produção em massa. Estou convencido que, com o passar dos meses, o standard da qualidade da pintura na nova linha de montagem subirá.
O batente esquerdo da direcção tinha algum problema pois deixava o guiador rodar em demasia até ao farol encostar no friso do avental. Creio que isto não se deve a um problema de fabrico, talvez os meus estimados colegas da revista Caras a tenham deixado cair... A tradução Portuguesa do manual é fraca, chegando até a dar indicações erradas na zona dedicada à rodagem do veículo (NÃO manter a velocidade constante). As ferramentas de origem também são "bué xungas" e devem ser substituídas.
Os amortecedores de marca Indiana, as manetes levemente rugosas e os carters com uma superfície cheia de "picos" são provas que as PX de 2011 são fabricadas de modo diferente das PX mais clássicas. Seria interessante saber quais são as peças que não possuem origem Ocidental... A verdadeira prova da mecânica é a durabilidade, e isso não consigo testar, mas confio na reputação e discernimento dos engenheiros da Piaggio neste campo. Daqui a um ano poderemos todos opinar sobre a fiabilidade deste último lote de PêXizers.
À qualidade dou uma nota boa. Não é um veículo de qualidade média mas sim um veículo de boa qualidade pontuado por alguns pormenores menos bons. Os acabamentos gerais (banco, plásticos, etc.) e a construção (nada de barulhos parasitas) são de alta qualidade.
Visual. É impossível atribuir nada menos que uma nota máxima ao aspecto visual da nova PX. Os comentários "ai que Vespa tão linda" sucederam-se interminavelmente. A pintura brilhante, os cromados reluzentes, a mistura do aspecto vintage com pormenores modernos, tudo se conjuga num pacote extremamente atraente. Há várias peças redesenhadas de que não gosto (basicamente tudo que seja plástico cromado) mas sei que estou em reduzidíssima minoria e, por uma única e rara vez, vou ignorar as minhas opiniões. Até retiro a minha avaliação inicial do esbelto banco (era qualquer coisa sobre diarreia de bebé, se bem me lembro).
Que cor devem comprar? Bem, se querem dar nas vistas, o vermelho; se não querem dar nas vistas, preto ou branco; se tiverem mau gosto, azul; e se tiverem muito bom gosto, é o azul também. A sério, o gajo que se lembrou de utilizar um azul semelhante ao das primeiras P dos anos 70 deveria receber um presunto de Natal até ao resto sua vida.
Consumo. Fiz 210 kms em cidade, sem preocupações de economia de consumo, e obtive uma média de 3.2 litros aos 100. Em seguida realizei uma viagem de 180 kms em estrada nacional e a média foi de 3.0 litros aos 100. É bom.
Conclusão. Gostei. O modelo M741 (designação correcta, se bem que ZAPMér seja mais sonoro) é um digno sucessor da extensa tradição do nome PX, independentemente das razões capitalistas que possam ter levado à sua ressurreição. É uma Vespa deliciosa, que poderia atingir a perfeição se tivesse 15% mais de potência e 15% menos de preço. Continuo a preferir as PXs mais antigas em termos de visual e de construção, no entanto, mas recomendarei a nova encarnação a um amigo sem hesitar.
Devem comprar uma PX das novas?
- Se são Vespistas dedicados: não, porque já têm uma PX na garagem. Uma das "boas", feita no século XX, de preferência sem mariquices de arranques eléctricos e piscas cromados.
- Se são Vespistas iniciados: sim, esta é uma Vespa autêntica e (presume-se) fiável que vos trará prazer durante muitos anos.
- Se querem uma scooter para o dia-a-dia: não, a concorrência tem opções mais económicas com o mesmo aspecto clássico.
- Se querem uma scooter vistosa/brinquedo para andar no Verão ou na casa da praia: sim, este é um veículo de qualidade e durável, muito divertido de conduzir, e que não deixará ninguém indiferente ao ser estacionado à frente da esplanada.
Como nota final, renovo os meus agradecimentos à Conceição Machado Lda. e à Ciclo-Foz: sem a sua colaboração preciosa este teste não teria sido possível. Se estão interessados em adquirir uma PX, a Original Vespa está a anunciar preços bastante atraentes no topo da página. Digam que foi a Horta que vos mandou. :)
Leiam o resto do teste à PX de 2011 aqui.
24.6.11
Viagem fotográfica pela PX de 2011
Estamos prestes a partir numa viagem fotográfica pela PX "nova"/2011/E3. Por favor mantenham os braços e pernas dentro do veículo. Se não gostarem das minhas fotos sobre-saturadas, a minha desculpa é que fiquei sem bateria e a luz estava muito forte. Obrigado por terem escolhido a Horta das Vespas para satisfazer as vossas necessidades blogófilas de índole scooterista.
O velocímetro já conhecido é deveras elegante mas a escala de milhas por hora é praticamente inútil, suspeito que inclusivamente no Reino Unido. Os ponteiros são sólidos como rocha e não abanam nem um micron na estrada.
O velocímetro já conhecido é deveras elegante mas a escala de milhas por hora é praticamente inútil, suspeito que inclusivamente no Reino Unido. Os ponteiros são sólidos como rocha e não abanam nem um micron na estrada.
Belo rabo! O farolim continua a parecer-me ter sido desenhado numa Sexta-feira às 17.30, mas os piscas já me agradam. Apesar de serem brancos, emitem luz laranja - bruxaria!
O banco é consideravelmente menos feio ao vivo que nas primeiras fotos da feira de Milão. Ainda me estou a tentar habituar à rampa que existe ali no meio e a avaliar a compatibilidade da dita com os meus fémures descomunalmente compridos.
Os novos punhos são agradáveis ao toque e ostentam a inscrição Vespa. Também possuem um anel de plástico cromado, e a única coisa boa que eu posso dizer acerca de um anel de plástico cromado é que é melhor que dois anéis de plástico cromado. Especialmente se forem plástico.
Já descobri o que quer dizer SAS, é "sistema de ar secundário". É aquela caixinha extra por cima da touca do cilindro que tem um tubo que vai até ao escape. A sua função é fornecer oxigénio para os duendes do catalisador respirarem; sem o SAS, os duendes sufocariam e já não seria possível despoluir os dióxidos de carbonos.
Mais uma visão das miudezas. Notem a mola dupla no descanso (a minha PêXizer de 87 só tem uma). Não sei se repararam há bocado mas o código do modelo é *ZAPM74100*, o que augura o fim da gloriosa época dos prefixos V__M. Já agora, o número de quadro é *00001578* o que sugere que a Piaggio pretende fabricar 100 milhões de "É-trêzers". Ou de ZAPMérs, como costumamos dizer nos círculos blogoculares scooteristas.
A ZAPMér vem equipada com três Michelin S83 de fabrico Sérvio, pneumático esse que é o único oficialmente aprovado pela Horta. Também tem um travão de disco ou algo insignificante do género, pois os pneus são muito mais importantes. São ésse-oitenta-e-trézers!
Os tipos do marketing devem ter achado que era importante os clientes não se esquecerem qual a marca do seu veículo, pois decidiram imprimí-la em letras grandes no bacalhau. A tentativa de capturar um pouco da elegância retro das primeiras Pês ao incorporar umas imitações dos frisos metálicos dos anos 70 não foi bem sucedida, na minha opinião. Adicionar plástico é mau.
Se eles se deram ao trabalho de desenhar, imprimir e colar o autocolantezeco, o mínimo que eu posso fazer é sacar-lhe o retrato.
Mais uma visão das miudezas. Notem a mola dupla no descanso (a minha PêXizer de 87 só tem uma). Não sei se repararam há bocado mas o código do modelo é *ZAPM74100*, o que augura o fim da gloriosa época dos prefixos V__M. Já agora, o número de quadro é *00001578* o que sugere que a Piaggio pretende fabricar 100 milhões de "É-trêzers". Ou de ZAPMérs, como costumamos dizer nos círculos blogoculares scooteristas.
A ZAPMér vem equipada com três Michelin S83 de fabrico Sérvio, pneumático esse que é o único oficialmente aprovado pela Horta. Também tem um travão de disco ou algo insignificante do género, pois os pneus são muito mais importantes. São ésse-oitenta-e-trézers!
Os tipos do marketing devem ter achado que era importante os clientes não se esquecerem qual a marca do seu veículo, pois decidiram imprimí-la em letras grandes no bacalhau. A tentativa de capturar um pouco da elegância retro das primeiras Pês ao incorporar umas imitações dos frisos metálicos dos anos 70 não foi bem sucedida, na minha opinião. Adicionar plástico é mau.
Se eles se deram ao trabalho de desenhar, imprimir e colar o autocolantezeco, o mínimo que eu posso fazer é sacar-lhe o retrato.
Os emblemas Vespa são de "gel", um tipo de borracha flexível metalizada, e não de metal tradicional sólido. Isto significa que já não há furos nos balons e no avental para localizar os ditos distintivos.
No porta-luvas encontram-se dois fios eléctricos que presumo servirem para alimentar acessórios do estilo GPS ou carregador de telemóvel. No entanto, o manual não lhes faz referência - procedam com cautela. O que não encontrei foi um "besouro" dos piscas, gerador do típico pi-pi-pi que acompanha a indicação de mudança de direcção (Update: leiam o comentário do PE). O autocolante exibe um esquema com características técnicas da homologação Italiana ou coisa parecida.
Detesto terminar numa nota negativa (a minha impressão geral da É-trêzer-barra-ZAPMér é muito boa, como discutirei na próxima posta) mas a tinta do depósito está a empolar e a descascar. Já ouvi duas vezes o comentário de "ah a PX do não sei quantas também fez isso" por isso parece ser um defeito comum, se bem que bastante inócuo.
Na Segunda-feira, a conclusão. E fotos de corpo inteiro da bicha.
Leiam o resto do teste à PX de 2011 aqui.
23.6.11
Dissecando o conteúdo do porta-luvas da PX E3
Como primeiro passo nesta fantástica viagem de descoberta da PX125 de 2011, decidi lidar inicialmente com o tópico mais importante de todos que, certamente, é a vossa principal dúvida e ansiedade no que respeita a este cintilante ciclomotor: o que se encontra no porta-luvas?
Exactamente! Enquanto outras publicações e agências de media reportam assuntos triviais como performances, preço ou conforto, a Horta tem a coragem e a fortitude mental para lidar de modo frontal e imediato com aquilo que os seus leitores mais desejam ver esclarecido, o conteúdo do porta-luvas.
O kit de ferramentas fornecido consiste num tubo 13/21 (porcas das rodas/vela) que pode ser girado com a segunda metade do kit, uma chave de fendas de duas pontas. Ambas as peças recolhem a uma saquita de plástico preto quando não estão em uso. As ferramentas de origem são, na minha opinião técnica, bué xungas; servirão para desenrascar numa emergência mas o veículo merece melhor que uma chave de fendas Fisher-Price. A trocar logo à saída do stander.
Um folheto de acessórios sugere múltiplas maneiras de transformar a PX num altar ao Deus Crómio, bem como vários acessórios de moda e outros com alguma utilidade prática.
Este é o livro da garantia, onde se carimbam e registam as revisões periódicas. Tal como o manual que veremos a seguir, exibe reduzidas dimensões e massa, o que beneficia a relação peso/potência e baixa o centro de gravidade do conjunto, facto que se reflecte favoravelmente nas prestações dinâmicas.
O indispensável manual identifica o modelo do veículo como " Vespa PX E3", presumivelmente de Euro 3. De qualquer modo, vou começar a dizer "PX E3" em vez de "nova PX" ou "PX 2011"; assim parecerei moderno e actual. "Sim, já testei a PX E3 no meu blog, eu mando-te o URL via Twitter". Hã, bué moderno!*
A-ha!, chegámos às coisas boas! Ao estudar o manual é possível aprender as novas designações pós-E3 para material pré-E3:
Eu estudei atentamente e cumpri de modo escrupuloso as instruções da rodagem - cof cof.
Só 100 à hora com acessórios?! Meu, assim nunca mais chegamos à Vespaniada! (para ser sincero convosco, existiam avisos bastante mais interessantes do ponto de vista de informação técnica geral e particular ao veículo para mostrar mas, ei, isto é a Horta).
A velocidade máxima indicada é de 84 km/h (a da 150 é 88 km/h) masela deu mais estou convencido que estes valores se revelarão conservadores a seguir a um período cuidadoso de rodagem.
Wow, alto lá. O que raio é um tubo de tomada de ar SAS ou uma válvula secundária?... Eu nem sei o que é a válvula primária! E se o tubo de tomada de ar SAS solto encrava na válvula secundária, quandos dedos é que tenho que ter na embraiagem para isso? Não sei como é que os colegas da revista Caras conseguiram realizar o seu teste com sucesso, eu estou a sentir-me bastante inadequado...
Não obstante, eu perseverarei. Amanhã deliciar-vos-ei com mais fotos, desta vez do exterior do porta-luvas. Sim, é verdade, não é uma zona particularmente interessante mas tenho que ser abrangente.
*primeira posta da Horta com utilização dupla da partícula "bué"? - novo sinal do Apocalipse
Exactamente! Enquanto outras publicações e agências de media reportam assuntos triviais como performances, preço ou conforto, a Horta tem a coragem e a fortitude mental para lidar de modo frontal e imediato com aquilo que os seus leitores mais desejam ver esclarecido, o conteúdo do porta-luvas.
O kit de ferramentas fornecido consiste num tubo 13/21 (porcas das rodas/vela) que pode ser girado com a segunda metade do kit, uma chave de fendas de duas pontas. Ambas as peças recolhem a uma saquita de plástico preto quando não estão em uso. As ferramentas de origem são, na minha opinião técnica, bué xungas; servirão para desenrascar numa emergência mas o veículo merece melhor que uma chave de fendas Fisher-Price. A trocar logo à saída do stander.
Um folheto de acessórios sugere múltiplas maneiras de transformar a PX num altar ao Deus Crómio, bem como vários acessórios de moda e outros com alguma utilidade prática.
Este é o livro da garantia, onde se carimbam e registam as revisões periódicas. Tal como o manual que veremos a seguir, exibe reduzidas dimensões e massa, o que beneficia a relação peso/potência e baixa o centro de gravidade do conjunto, facto que se reflecte favoravelmente nas prestações dinâmicas.
O indispensável manual identifica o modelo do veículo como " Vespa PX E3", presumivelmente de Euro 3. De qualquer modo, vou começar a dizer "PX E3" em vez de "nova PX" ou "PX 2011"; assim parecerei moderno e actual. "Sim, já testei a PX E3 no meu blog, eu mando-te o URL via Twitter". Hã, bué moderno!*
A-ha!, chegámos às coisas boas! Ao estudar o manual é possível aprender as novas designações pós-E3 para material pré-E3:
- buzina é "avisador sonoro";
- manete é "alavanca";
- escape é "marmita catalítica";
- mudança é "marcha";
- balon é "capota";
- porta-luvas é "borta-bagagens";
- ralenti é "mínimo";
- e ponto de ignição é "antecipação da ligação".
Eu estudei atentamente e cumpri de modo escrupuloso as instruções da rodagem - cof cof.
Só 100 à hora com acessórios?! Meu, assim nunca mais chegamos à Vespaniada! (para ser sincero convosco, existiam avisos bastante mais interessantes do ponto de vista de informação técnica geral e particular ao veículo para mostrar mas, ei, isto é a Horta).
A velocidade máxima indicada é de 84 km/h (a da 150 é 88 km/h) mas
Wow, alto lá. O que raio é um tubo de tomada de ar SAS ou uma válvula secundária?... Eu nem sei o que é a válvula primária! E se o tubo de tomada de ar SAS solto encrava na válvula secundária, quandos dedos é que tenho que ter na embraiagem para isso? Não sei como é que os colegas da revista Caras conseguiram realizar o seu teste com sucesso, eu estou a sentir-me bastante inadequado...
Não obstante, eu perseverarei. Amanhã deliciar-vos-ei com mais fotos, desta vez do exterior do porta-luvas. Sim, é verdade, não é uma zona particularmente interessante mas tenho que ser abrangente.
*primeira posta da Horta com utilização dupla da partícula "bué"? - novo sinal do Apocalipse
22.6.11
Bob testa a PX da revista Caras
Boas novas! O importador da Piaggio em Portugal, provavelmente atento às mais Recentes Tendências Blogófilas da Cena Scooterista Nacional (R.T.B.C.S.N.), decidiu enviar-me uma PX das "novas" para ser testada na Horta - um sinal certo do Apocalipse Scooterista Vindouro (A.S.V.).
Consequentemente, tenho 5 dias paraderreter à bruta efectuar um teste profissional e abrangente a esta bela PX125, que marca apenas 335 milhares de metros no seu esbelto odómetro. Desde já os meus agradecimentos à Conceição Machado Lda. e à Ciclo-Foz.
Consequentemente, tenho 5 dias para
No vasto universo nacional de avaliações e apresentações referentes à PX de 2011, existe uma que se salienta como a referência incontornável, o teste exaustivo feito pela revista Caras [edit: link morreu, este parece funcionar], que até inclui como banda sonora algo que não é o "I've got a feeling". Estava eu a rever o dito teste para roubar ideias comparar notas jornalísticas (sabiam que a PX tem "ignição electrónica ou de kick"?) quando noto a matrícula da PX da Caras:
Imagem da revista Caras |
"63-LO-82? Será que...? Não, não é possível... Ainda falta ano e meio para o Apocalipse, não pode ser. Por favor, não pode ser! Ajudai-me São Pinasco!" Agarro no porta-chaves da "minha" PX com mãos trémulas e...
É a mesma matrícula! O Bob está a testar exactamente a mesma Vespa que foi testada pela revista Caras! Esta coincidência kármica deveria despoletar uma actualização do Gráfico de Dominação Mundial (G.D.M.) mas acho que uma representação visual de um pé micótico com 7 dedos não se adequaria ao novo status de classe e elegância agora mesmo adquirido por este vosso estaminé blogacular. C'um raio, até se vê o porta-chaves no vídeo!
Imagem da revista Caras |
Depois de me ter embebedado recuperado do choque, continuei a ver o vídeo do teste da Caras à "minha" PX, vídeo esse que reflectiu com precisão total os meus próprios planos para o teste a este escarlate veículo. Só preciso de arranjar uma câmara de filmar e uma grande quantidade de pessoas aleatórias para se sentarem de modo caricato em cima da Vespa.
Depois da PX, o Departamento de Testes da Horta irá tentar obter uma MLM. Diz que vem com roda 12.
Imagem de ellasconducen.com |
21.6.11
Pontos de segurança
Na recente prova de Resistência em Abrantes, tive a oportunidade de ajudar a realizar as verificações técnicas às Vespas competidoras. Longe de serem um exame implacável que impõe regras rígidas, estas inspecções possuem uma componente de educação muito importante num desporto que se quer acessível mas seguro.
Se têm uma Vespa de corrida ou pensam construir uma, gastem alguns poucos minutos a verificar esta pequena lista de irregularidades comuns e entrem na pista com confiança e segurança (não dispensa consulta apurada do Regulamento Técnico :p ).
Se têm uma Vespa de corrida ou pensam construir uma, gastem alguns poucos minutos a verificar esta pequena lista de irregularidades comuns e entrem na pista com confiança e segurança (não dispensa consulta apurada do Regulamento Técnico :p ).
Arestas afiadas. Se cortarem o quadro, arredondem todos os vértices e protejam as arestas criadas com um friso de borracha ou soldando um arame ao longo do comprimento. Há algo cortante ou afiado que possa magoar numa queda?
Corta-corrente. O interruptor para desligar o motor deve estar no topo do guiador e ser facilmente actuável pelo piloto em andamento, se necessário. O interruptor também deve estar claramente identificado para poder ser desligado por qualquer um em caso de queda. E, claro, tem que realmente desligar o motor.
Extremidades do guiador. Outro pormenor aparentemente insignificante, mas fácil de remediar e importante para a segurança. As extremidades do guiador não devem ficar abertas, mas sim fechadas graças a um "peso" de guiador ou algum tipo de toco sólido.
Ponto de bónus extra-verificações: o equipamento pessoal de segurança tem que cumprir padrões mínimos por isso nada de luvas de bicicleta, botas abaixo do tornozelo e semelhantes; finalmente, é sempre boa ideia minimizar a quantidade de gasolina presente nas boxes e deixar os jerricans afastados da acção. Sejam rápidos, sejam seguros!
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