Na última Automobilia andava por lá este quadro à venda. Gosto de pensar que sou possuidor de inteligência e imaginação desenvoltas, mas try as I might não consigo descortinar a justificação que alguém terá apresentado para cortar um quadro da maneira que esta fotografia ilustra. Talvez a matrícula estivesse totalmente podre... E, numa qualquer realidade alternativa, talvez faça sentido cortar uma janela para inspeccionar a fixação do amortecedor... Mas e o rectângulo por trás do farolim?... Não compreendo...
Num parágrafo off-topic, permitam-me mencionar o falecimento de Sir Arthur C. Clarke, há alguns dias atrás. Esta mente brilhante era um dos meus heróis modernos e deixou uma herança cultural e ideológica enorme. Provavelmente conhecê-lo-ão como apresentador duma série de televisão sobre mistérios do universo (aquela caveira de cristal dava-me arrepios quando eu era puto), ou como escritor de ficção científica e autor de "2001: Odisseia no Espaço", livro que deu origem a um dos melhores filmes de sempre. O que às tantas não sabem é que Arthur C. Clarke foi um dos proponentes da utilização de satélites em órbita geo-estacionária como retransmissores de telecomunicação. A fronteira entre ficção científica e ciência costuma ser apenas temporal, e podem agradecer a este senhor da próxima vez que estiverem a ver a bola na SporTV.
Farei a minha humilde homenagem à sua obra lendo pela terceira vez o livro "Encontro com Rama", um dos meus preferidos. Se o leram, sabem que o número é simbólico e apropriado. Que descanse em paz.