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26.2.07

Update Sprint

No dia 11, limitei-me a varrer o chão no rescaldo da inundação do dia 10. Quando a água desaparece, o chão de cimento fica coberto com uma fina película de terra que tenho que varrer. Deve ser pela rugosidade do chão, mas é impossível varrer completamente a terra. Sempre que varro, ela aparece. É como se brotasse do chão.

No dia 12, regressei à tarefa interrompida, o esgravatamento exaustivo dos carters, a fim de retirar a crosta de terra. Mas quem é que abre um motor sujo, senhores!!?? No dia 12A, dei um pulinho ao Bunker só para pegar num prato de bobines de Sprint em bom estado para o enviar para a Capital, a fim de ser rebobinado para 12 volts pelo Nico (?) do VCL, vamos a ver o que sai daí.

No dia 13, sujeitei os meus carters e demais peças de alumínio às micro-esferas de vidro, com os resultados já divulgados. A caixa do carburador estava muito "comida" pela oxidação, por isso troquei-a por outra igual saída do bendito armário de peças. Até tem as mesmas marcações do escudo rectangular da Piaggio e um algarismo 3.

Com os carters limpos, já pude dar uma boa olhadela à procura de stresses. Pode-se ver, por exemplo, uma série de "amassadelas" espaçadas regularmente ao longo da aresta de uma das superfícies de encosto dos carters. Ou seja, alguém abriu o motor à força de chaves de fenda grande. Brutos!! O meu lindo motor!! Que apanhem uma doença de pele tropical!! Também se pode ver que falta um pouco de alumínio na "parede" à volta do prato de bobines. Acho que não vou mexer aí.

No dia 13A, dei um salto ao soldador com o guiador para reparar o buraco grande, as roscas, e duas ou três "bocas" na aresta frontal. A foto mostra uma das roscas inferiores estragada e uma das falhas na aresta. Depois ponho fotos das zonas reparadas.

No dia 14 construí metade de um suporte de motor, como já noticiei. Estou à espera da feira de Espinho no primeiro fim de semana do mês para comprar uma broca de 11mm e acabar aquilo (aparecem lá vários velhotes a vender todos os tipos de ferramentas). Entretanto, a Sprint está parada no chapeiro à espera de um chão novo que nunca mais chega. E é isso. A quilometragem total anunciada no dia 8 estava errada. Os 70kms eram apenas das viagens à Anticor e ao chapeiro. A esses deveriam adicionar-se 176kms de idas ao Bunker. Os totais actuais são de 344kms e de 57h15m.

24.2.07

DupLa DL

"E Bob observava o povo, que corria em pânico à chegada do Dilúvio dos Preços Absurdos. Do alto da sua enorme Horta de madeira, criada para resistir à mais implacável maré, ele escarneceu dos incautos:
-Escusam de correr agora, pobres almas, pois é impossível fugir ao Dilúvio dos Preços Absurdos. Pois vocês trouxeram a desgraça às vossas próprias portas, correndo as terras de Norte a Sul com uma carrinha e um monte de dinheiro vivo, pagando preços elevados a velhotes e garageiros sem regatear, na vossa ânsia de propriedade clássica. Em boa hora fui incumbido por visão celestial de construir esta magnífica Horta em madeira, e de carregar nas suas imensas garagens duas scooters de cada modelo, e navegar pelos mares tumultuosos até às águas descerem e o Sol dos Preços Justos banhar de novo a terra com a sua luz e calor. Que o vosso garageiro tenha piedade das vossas carteiras quando vos apresentar a conta do suposto 'restauro'."

Isto é só para mostrar esta foto fixe de duas DL150 iguaizinhas que repousam na minha garagem de momento. Uma é minha, outra é a do Maia que está em trânsito para o Museu do Automóvel Clássico de Montachique. Achei que era bonito celebrar o momento e prontos, tinha que inventar uma historieta qualquer, duas de cada modelo, arca de Noé, enfim...

Saturday Scootering

Conforme combinado via fórum cibernético, alguns scooteristas do Norte juntaram-se no Porto para bater um papo, fazer alguns quilómetros e bater mais um bocado de papo. Às 14 horas na rotunda da anémona, logo por cima do Edifíco Transparente, começou a juntar-se um grupinho deveras aceitável: Eu, Mexe, Renato (via Aveiro), Luís (enlatado), Chef, primo do Chef, Vespão e sua Maria, Agostinho, Paulo e creio que outro colega. Isso em termos mecânicos significava uma T5, duas PX, uma Rally 180, três PK e uma LX.



Saímos em marcha lenta ao longo do mar até à ponte D. Luís, onde se apontou para o cais de Gaia e uma esplanada maneirinha. E lá se ficou a conversar. Houve um voto unânime pela repetição e fica desde já marcado novo encontro para o último Sábado do próximo mês, às 14 horas na rotunda da anémona (é isso que lhe chamo, pelo menos). A ver se desenvolvemos um bocado a cena social e o convívio. Ah, e não choveu nem nada!

20.2.07

Sucatice


Apareceu-me uma sucatice que nunca tinha visto antes. Numa GL, alguém decidiu soldar os terminais das espirais (os copinhos metálicos que ficam nas extremidades) à chapa do guiador que serve de batente às mesmas espirais. Porquê? Apenas podemos conjecturar...

12.2.07

Meet the Bunkers

Dei um saltinho ao Bunker para ir buscar umas peças e o chão tinha duas ou três poças de água, e algumas folhas de árvore e lixo. Ou seja, inundou de novo. Não vou poder montar a Sprint lá, vai ter que ser em casa.

Mas o que é o Bunker, perguntam vocês? É a cave do meu tio, respondo eu. É grande, é grátis e é limpa se eu a limpar. Posso fazer o barulho que me apetecer e todo o lixo que conseguir. Grande número de estantes do chão ao tecto estão incluídas. Não é fria no Inverno nem é quente no Verão. Tem electricidade e um lavatório, e dista uns meros 5 kms de chez Bob. Soa bem, não soa? Mas é uma cave, e para lá se chegar é preciso descer uns 15 ou 20 degraus por uma passagem apenas ligeiramente mais larga que uma Vespa. Basicamente, parece um bunker. Ah, e é um pouco húmida. Funciona bem como serralharia e armazém, mas não me estou a ver a guardar lá algo remotamente restaurado. São os únicos (grandes) defeitos.


Antes de se tornar o pólo atarefado de actividade e pesquisa scooterista que é hoje, era apenas uma cave suja e atascada de lixo, dominada pelas aranhas e outros insectos desconhecidos da ciência moderna, onde eu descarregava toda a tralha que conseguia acumular. Depois de algumas negociações, incumbi-me de intervenção incisiva no espaço. Passei lá muitas tardes a carregar com sacos de lixo, a varrer terra deixada por inúmeras épocas de inundações, e a mudar estantes do sítio. Pontos de bónus pela abundância de madeira reciclável, não gastei um cêntimo em madeira a construir bancadas, estantes ou cabinas de decapagem.



É um trabalho em progresso, mas já é habitável (excepto 2 ou 3 dias por ano no Inverno, quando inunda), e está tudo razoavelmente bem organizado. É claro que continuo a não achar aquilo que preciso e a descobrir o que não sabia que tinha, mas isso acontece-nos a todos, certo? Podem ficar com uma ideia graças a este panorama a 360 graus muito mal feitinho: (deixem estar o rato em cima da imagem que abrir, até aparecer um ícone no canto inferior direito, cliquem-lhe e a imagem passará para o tamanho original- mas vocês já sabem isso...)


10.2.07

A magia do arco eléctrico

A Horta tem uma máquina de soldar nova. E para fazer a rodagem, um projectozito que já me andava na cabeça há muito tempo, um SIPorte de motor. Ao pé do aeroporto há uma empresa que vende aço usado ao quilo e arranjei lá uns discos. Mais 90 cêntimos de tubo na Rua do Almada e o descanso velho da minha PX e temos matéria prima. O tubo de 25mm ou coisa parecida entra certinho dentro do tubo do descanso, sweeeet.

Era fixe que funcionasse... Os tubos parecem um pouco anémicos... Enfim, pelo menos treino um pouco, algo que qualquer observador dos meus cordões de soldadura concordará ser extremamente necessário!

8.2.07

Blast from the past

Vejam só o que eu fui descobrir, o meu velho texto sobre a Horta das Vespas para o catálogo Omni de 2004. O link é este, também lá está o Professor X em poses metrosexuais com a sua Sprint Veloce. (foto retirada do site da Omni, dêem lá um pulinho, a roupa deles é scooter-friendly)

Corria o ano de 2004. A gasolina era mais barata, o EuroVespa ecoava na cabeça de todos, o Projecto Hardcore estava na recta final e a Horta das Vespas ainda era ponto cóme. "Mais notável ainda é o aspecto comunitário desta condição anómala. Os pacientes em questão encontram-se profundamente enraizados numa rede de dezenas de indivíduos afectados por idêntica demência, rede essa que cobre o país todo, de Cerveira à Quarteira.". Bons tempos...

Mods no Maxime, que queriduchos

Mais um mega-festão VespaGang obrigou à deslocação do vosso webmasterbloguer favorito da margem Norte do Norte até à margem Norte do Centro. Saída Sábado às 10 da manhã, umas pinguitas no início, de resto seco. Até Aveiro é um pulinho, mais 60kms e estamos na Figueira, mais 60 e estamos em Leiria. Paragem rápida para fotografar cena típica do Vespismo profundo: uma 50s com o farolim original mas com guarda-lamas de PK, pára-brisas XL e atrelado das couves country. Penico de plástico sebento completa o quadro. Excelente.

Meia horita na Batalha para morfagem de bolachas e esticamento de membros inferiores. Um cavalheiro avisa-me que a minha PX "é das boas, essa vai onde as motas grandes vão!". Sou forçado a concordar. Mais 80kms e estamos perto. Começa a doer o rabo, um bocadito de auto-estrada e pronto, já chegámos, sem grande sofrimento. Houve só aquele palhaço da carrinha que me ultrapassou por dentro numa saída da auto-estrada, acéfalo dum raio. São 16 horas e sou reencaminhado para o Museu do Automóvel Clássico de Montachique, mais 20 chill-ómetros. À chegada, a PX começa a trabalhar "rouco" e perde o ralenti, como se o ar estivesse sempre aberto. "Isto ou é algo muito complicado ou é algo muito simples", penso eu. Escolho a última opção pois sei que a minha PX só vai avariar no ano 2033, já visitei o futuro onde pude confirmar esta informação.

Depois de ficar a cheirar a diesel transferido do Séries para o Volvo do óleo sintético, ponho-me a caminho para o jantar pré-party onde se reúnem todos os colunáveis. A coisa já se está a compôr. Duas embalagens de pó de talco para bebé são examinadas com atenção. Deslocação gradual das massas para o Maxime, onde uma mão cheia de Vespas começa a cobrir o passeio à frente da porta que é o meu destino final. Entro e prego um susto à menina do bengaleiro quando lhe pouso um capacete, um casaco de mota, um impermeável, umas calças de frio do Lidl e duas camisolas em cima do balcão e lhe digo, enquanto faço um gesto abrangente com ambas as mãos, "isto é meu".

O Professor X faz a sua magia dentro do aquário com a mesa dos botõezinhos, enquanto a malta aperta mãos, beija bochechas, põe a conversa em dia, e se vai hidratando com regularidade. Às 00.30 em ponto, os The Poppers sobem ao palco e fazem mais um fã. Fiquem a conhecer a banda-revelação do ano em http://www.thepoppers.net/. Dizem os entendidos que o som estava mega-eca e que os jovens ainda podem dar mais rotação, se assim for "sai de baixo". O DJ Milkshake protegeu a retaguarda com mais uns sons consensuais que puseram todos a dançar. Ah, então é para isso que serve o pó de talco... 4 da manhã, xixi cama. O Mauro aka Little Trouble Boi tirou umas fotos não-horrorosas, podem vê-las no incontornável blog do VespaGang. Mais dois indicadores de temperatura Gueto-Bobtronic foram distribuídos para testes aprofundados.

Almoço light, passeio dominical do núcleo duro, "olha que giro tantas Ps, e são tão simpáticos, até deixam aquela Vespa mais antiga andar com eles", eheh. Visita a miradouros e pontos de interesse turístico variados, "I'm not a f*cking tourist", desculpem lá o fumo, alapamento sério na casa das pizzas e batimento prolongado de papo. O Jony furou no pior sítio de toda a Grande Lisboa e não tinha pneu suplente, nem maneira de o colocar graças ao JL. Vou já mandar vir 3 para mim... Nooooot! A malta resolveu. T5 racer com pneuzinho de faixa branca, devia ter tirado foto, poupa no Cif poupa e o X-Man esgana-te com a gravatinha de pele de gazela. Investigação à minha PX no Hotel Maia, era apenas o filtro de ar e um gigler desapertados.

Monday morning: wakey wakey, hands off the snakey (mais alguém gosta de My name is Earl?). Descoberta do óleo semi-sintético do Carrefour, 2 litros a 5€30, desejável. Deslocação a Caneças para mais um Original-almoço e investigação incisiva de inventário. Visita ao Manel das Vespas, scooter mechanique extraordinaire, e inspecção do Apecar do Triunvirato. Está com um fílingue mesmo poderoso, espero que faça fumo em breve e deixe de servir de armazém de peças. Regresso: até Leiria faz-se bem, mas depois começa a custar. Estradinha nacional, muitos TIRs, fica de noite, está frio, já é um pouco complicado. Ainda não percebi bem mas quando chego à zona de Leiria meto-me sempre por uma estrada diferente da que usei para baixo, tenho que fazer a viagem de dia para ver em que sítio é que estou a falhar. Ah caraças que agora está a ficar mesmo frio, ainda bem que vou dormir a Ílhavo com a famelga, são menos 80kms.

Quarta de manhã, visita ao Vidal Stand e constatação de muitos restauros Vespa em progresso "fora as que estão na pintura!". A moda Vespa parece uma maré que não pára de encher, para quando o colapso? Saltinho de Ílhavo para o Porto, sempre a chover. Sem problemas, excepto um sustito que apanhei numa saída da A-qualquer coisa quando o pneu da frente de repente resolve mexer-se um palmo para o lado. Kenda = não há milagres. As minhas luvas novas impermeáveis são tão impermeáveis quanto papel de cozinha. Vim lá de baixo ainda mais carregado do que fui, que fenómeno esquisito. Pneu traseiro está oficialmente careca, durante as próximas semanas vai ser sempre parar a deixar risco no chão, "para acabar de gastar". Consumo dos últimos 800kms: os 3.3 do costume.

(investigação no Carrefour da Arrábida revela que só está disponível a embalagem de 1 litro a 4€20, inserir smiley triste aqui)