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31.1.09

Mau tempo II

A posta de anteontem foi algo do género "yá eu é que sou bom porque ando à chuva e quem não anda à chuva é fraco". Ora isto foi um erro da minha parte. A Horta é lida por muitos scooteristas jovens e impressionáveis, e eu não os quero incentivar a andarem com mau tempo na ânsia de subirem alguns degraus na cadeia alimentar, sem considerarem noções elementares de segurança.

Essas noções passam a a ser consideradas por mim: andar com mau tempo é perigoso! A chuva torna os motoristas estúpidos, não conseguimos ver nada de jeito, os motoristas também não vêem nada, e a aderência emigra para a Austrália. Condições de chuva, vento e nevoeiro exigem muito mais que um impermeável e luvas de qualidade:
  • Uma scooter em perfeito estado de funcionamento, especialmente no que toca a travões, pneus e luzes;
  • Uma viseira de capacete limpa, não riscada e não embaciada;
  • Consciência total da reduzida tracção disponível, o que implica distâncias de segurança generosas;
  • Consciência total da reduzida visibilidade disponível, o que implica velocidades bastante lentas;
  • Dedicação total à segurança na estrada, em qualquer aspecto da condução.
Se falharem qualquer um destes pontos e se não estiverem dispostos a conduzir como uma velhinha artrítica, então não deveriam andar com mau tempo. Tenham cuidado lá fora.

30.1.09

ExpoMoto? ExpoCócó!

Ontem à noite colei-me ao Patu e fui de boleia fazer uma visita relâmpago à ExpoMoto, na Batalha. Tentei manter-me despercebido mas fui topado pelo LTB. F*ck you, poser! :-) Sim, cortarei o cabelo a curto prazo.

Que magnífica colecção de charutos plásticos e cromados prontos a debelarem crises de meia-idade do macho típico! Não vi lá nada que se aproveitasse excepto, para benefício da minha integridade física futura, as BMW. Todos gostam das BMW, as BMW é que é, com uma BMW vais à Patagónia, podes comprar acções da Touratech, blá blá blá. Yeah yeah, whatever. O único veículo que eu quis trazer para casa (e trouxe!) era este:



29.1.09

Mau tempo

Não existe algo como "mau tempo para andar"; existe apenas mau tempo para andar sem impermeável.


Há uns dias atrás, na auto-estrada de noite, tive um momento surreal. A chuva intensa manifestava-se como uma série de ondas brancas fantasmagóricas que ondulavam dentro do cone de luz quase palpável projectado pelo farol; as luzes brancas e vermelhas da multidão de carros reflectiam-se mil vezes nas gotas de água da viseira; e eu existia imóvel, apenas dentro do capacete. Mas depois fiquei bom.


[Música: descobri recentemente a Leslie Feist.]

28.1.09

Nem bons ventos...

De Espanha nem bons ventos nem bons casamentos! A prova em Benidorm teve que ser cancelada devido a ventos extremamente fortes, deixando duas equipas nacionais com expectativas dum lugar no pódio algo frustradas. Bem, fica para a próxima...

Foto: gpardal

Há fotos aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Edit: Já há novidades sobre as próximas provas!


27.1.09

HdV @ Twitter

Pois, parece que o Twitter é que 'tá a dar. A Horta também arranjou uma coisa dessas mas sem estar mexido, com o motor todo de origem. Podeis ver aqui. Não tenho planos imediatos para dissecar a minha vida em exclamações curtas e numerosas, mas sempre podem contar com um aviso automático e imediato de posta nova. Saúdinha!


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23.1.09

O Universo Nexx

Foi numa Sexta-feira cinzenta e triste, muito parecida com esta, que fui ter à fábrica de capacetes Nexx para uma visita às suas instalações. Depois de hora e meia de berros e murros na porta, lá os convenci a deixarem-me entrar.


Acompanhado pela Directora de Marketing e pela Directora de Qualidade, ambas adoráveis moçoilas em idade casadoira, fui escoltado e guiado pela fábrica começando pela área de recepção e expedição. Basicamente um portão com espaço à frente, não era muito emocionante. A seguir vimos a máquina que corta todos os materiais moles, como os forros interiores, graças a moldes que são pressionados contra o tecido por um mecanismo tipo balancé. Agora sim, já se parece com uma fábrica!


As fotos desta posta não são da minha autoria; não recebi autorização para fotografar dentro da fábrica já que o pessoal da Nexx quer manter em segredo o seu reactor nuclear... É compreensível. A próxima paragem foi a sala de costura onde um batalhão de senhoras realiza todas as peças fofinhas e maleáveis onde encostamos o cocoruto.


Vocês têm fibras suficientes na vossa dieta? A Nexx tem! As carapaças em ABS vêm de um fornecedor externo mas as dos modelos de fibra de vidro são construídas em casa, como é regra geral na quase totalidade do produto.


Três tipos diferentes de fibra de vidro são utilizados num único capacete: a camada exterior proporciona bom acabamento, a camada central oferece resistência estrutural, e a terceira camada acho que fazia torradas, já não me lembro bem. A fibra de vidro é colocada num grande molde de alumínio com uma cavidade com o formato do capacete, onde entra uma bexiga (aquela coisa cor de rosa na foto em baixo) que incha e faz umas cenas super secretas que eu não posso contar.


As carapaças prontas vão para uma máquina CNC que parece um armário grande e feio, onde são realizadas todas as furações e aberturas e corte de excessos, à porta fechada. A seguir vem a pintura, cortesia duma cabina electrostática. A tinta recebe uma carga eléctrica oposta à do capacete o que, graças às leis do electromagnetismo, faz com que este fique todo colorido e brilhante. É um processo muito técnico...


Nesta fase da pintura os capacetes viajam pendurados numa linha rolante que sobe e desce, e passa pela cabina. A viagem completa demora uns 30 minutos, e não é aconselhada a grávidas ou doentes cardíacos. Por favor verifiquem que não têm objectos soltos nos bolsos e mantenham as mãos dentro do veículo.


Grande parte da força de trabalho é jovem e dinâmica; numa nota paralela, a moda jovem Outono/Inverno na Anadia privilegia os fatos-macaco brancos em tamanhos generosos. A paragem seguinte foi a sala de decoração onde duas senhoras com mãos habilidosas colocam todos os gráficos nos capacetes, alguns deles deveras intrincados! O interessante nesta sala é o grande reservatório de água em cima da mesa e a temperatura ambiente bastante elevada, necessária para facilitar a colocação dos decalques de água. Pensem numa sauna com autocolantes, era parecido.


Ao longo de todo este processo sucedem-se constantes controlos de qualidade. É como se os capacetes fossem cidadãos numa tirania fascista obcecada pela qualidade. Espirraste? Pimba!, controlo de qualidade. Não vi os escritórios da direcção (deve ser onde guardam o reactor nuclear), mas tive a oportunidade de atrapalhar um bocado a linha de montagem final.


Em oito anos de funcionamento a Nexx conseguiu conquistar "uma posição de destaque num sector dominado por fortes grupos e empresas". A expansão está no seu futuro graças a planos para novas instalações com quase o triplo do tamanho actual. 90% da produção é exportada sendo os mercados principais países como França e Itália. Até existe um site específico para os Estados Unidos.

Esta empresa inovadora foi a primeira a fabricar capacetes de fibra em Portugal, e possui linhas específicas para os públicos feminino e infantil. Recentemente lançaram uma novidade mundial, o "maxijet" X30. Único no mundo, é um capacete modular com protecção frontal fixa. Consegue reunir a segurança do capacete integral, a versatilidade do capacete modular e o conforto do capacete aberto, tudo numa única peça atraente recheada de características.


Eu diverti-me bastante nesta visita de estudo, mas isso também pode ter sido dos vapores das tintas. Foi enriquecedor ver os capacetes a passarem por numerosos pares de mãos antes de irem parar à loja; existe muito trabalho manual e dedicação em cada um deles. Se estiverem a pensar num quico novo estudem o catálogo Nexx que tem mais capacetes que a concentração de Faro. Além disso, há uma linha renovada todos os anos! Comprem nacional sem sacrificarem qualidade, segurança ou design.

Excelentíssimos Senhores Directores da Nexxpro Lda., estou disponível para realizar um teste aprofundado ao vosso produto X30 e partilhar as minhas experiências com a blogosfera. Por favor entrem em contacto comigo para eu vos dar a minha morada de entrega e discutirmos umas decorações personalizadas que tenho em mente. Obrigadinho e continuem o bom trabalho.

22.1.09

3 Horas da Glória do Ribatejo 2009

Sábado, 28 de Fevereiro de 2009. Convívio de 3 Horas de Resistência, em circuito urbano. Estejaindes lá ou sejaindes quadrados.


A organização promete petiscos especiais em Glória do Ribatejo, a 50 kms de Lisboa, o que parece incluir uma prova de arranque. BARRRRRROOOOOOOOTEEEEEE! Todos os contactos que precisam estão no cartaz, que também exibe uma foto made in Bob. Nice.

21.1.09

Materiais alternativos

Via Makezine chega-nos esta "Vespa Daniela" construída em madeira. Uáááááááááá?????!!!!!!...


Mega props para a Carpintaria Carlos Alberto, de Lousada, pela imaginação e talento. Não estou bem a ver como é que se legaliza um quadro de madeira feito "em casa", mas não resta dúvida que este é um veículo funcional.

Enquanto os rumores daquele quadro completo em fibra de carbono não se materializam, podemos construir Vespas de madeira ou Lambrettas de cartão. Não andem à chuva.

[Edit: mais aqui e aqui]


20.1.09

Olhá Resistência

No próximo Sábado vai ter lugar uma prova de 6 Horas de Resistência em Benidorm. Duas formações nacionais, a equipa 66 "VespaRacing Portugal" e a equipa 64 "Jocha Creations PBS", vão participar. Na última prova realizada nos Reinos de Castela e Aragão, uma equipa nacional conseguiu o 2º lugar da geral! Vamos torcer por eles.

Entretanto ficarão contentes por saber que se começa a alinhavar um campeonato estruturado de Resistências. A primeira prova é já no fim de Fevereiro, num circuito urbano localizado em Glória do Ribatejo. Toca a arranjar uma equipa e a desmontar os faróis e descanso da Vespa do primo!


P.S.: Sabem se já saiu a DamotoClássica nº9?

19.1.09

A Lambretta dos 10 contos

Costumo ser bastante reservado acerca da minha humilde colecção de scooters, que mantenho afastada dos olhares do grande público. Comprei-as quando eram baratas e abundantes mas essa é uma época completamente esquecida; os preços altos são uma constante na actualidade, o que faria incidir uma luz bastante estranha no meu estábulo se este fosse apresentado publicamente. Além disso, o véu de mistério propositado fará a minha colecção parecer maior do que é. :-)

Abro esta excepção para vos tentar educar um pouco na história do scooterismo nacional, criar algum contexto histórico na evolução do coleccionismo de scooters clássicas, e proporcionar uma âncora de sanidade nestes mares tempestuosos de preços loucos. Esta é a minha Lambretta LI150 série 3 que comprei por 10 contos, com documentos, para oferecer a um amigo como prenda de aniversário. Passado algum tempo ele deu-ma de volta, o que dá uma média de 5 contos por cada entrada de LI150s3 na minha frota, eheheh.


Sim, é verdade. Há não muitos anos atrás as scooters eram baratas. Para os novatos pode ser difícil de acreditar, habituados como estão a um preço mínimo de 1000 euros por qualquer monte de lixo minimamente semelhante a uma Sprint. Antigamente eu podia sair de casa ao Sábado de manhã com 40 contos no bolso, andar 30 quilómetros em qualquer direcção, e vir almoçar a casa com uma Sprint a andar. Os preços não estão loucos agora, estão é parvos! Antigamente é que os preços eram loucos.

Num destes passeios de Sábado de manhã fui dar a um garageiro daqueles com o chão em terra batida e o calendário da mulher nua na parede. Na sua arrecadação tinha lá isto parado. Falei com o dono: "quer vender? isto está aqui parado a apodrecer, pode ser quanto é que você quer dar, olhe que tal 10 contos, pode ser leve lá isso." Surreal, não é? Durante vários anos tive uma regra de não comprar scooter nenhuma que custasse mais de 50 contos, e enchi a garagem. O que é que se compra hoje com 50 contos? É claro que estes preços nunca se poderiam manter num mercado justo e livre, mas daí até à especulação descarada que começa a aparecer é um longo caminho.

Esta LI não tem os balons: estavam no pintor a ser refrescados quando, infelizmente, o homem morreu e se perderam. Em compensação veio com uma tampa de guiador e conta-kms suplente. Depois dumas horas à volta dela, até chegou a pegar e tudo. E depois duma limpeza, até deixou de meter nojo. Mais ou menos. Ei, é uma Lambretta de 10 contos!...

Por isso, enquanto vocês analisam os classificados à procura de algo minimamente decente por menos de 2000 euros, lembrem-se que eu:

a) comprei uma Lambretta por 10 contos,
b) dei uma Lambretta a um amigo;
c) recebi uma Lambretta de graça.

E é por isso que eu sou o Bob.

16.1.09

Bicho-carpinteiro


Serra da Malcata, Vespa carregada, milénio passado

Está-me a dar o bicho-carpinteiro de novo. Sinto cada vez mais aquela comichão que só pode ser coçada com 10 dias na estrada, sem grandes planos ou itinerários. Ou então com penicilina.

Sinto a vida a escorrer-me por entre os dedos, e apenas a acumulação de quilómetros e experiências conseguirá estancar a hemorragia. Começa-se a alinhavar outra viagem a Marrocos, desta vez em jipes velhos. Até podia ser em skates, não me interessa. Para inspiração, a viagem da Joana na América do Sul em bicicleta. Soberba!

Queres sair de casa e ir a algum sítio distante? Avisa-me, quero ir contigo. Projectos precisam-se.

15.1.09

Bob fere os sentimentos de motard

No parque de estacionamento subterrâneo do shopping encontrei a zona reservada aos motociclos completamente ocupada. No entanto, existia um espaço morto por trás da coluna que parecia feito à medida para a PX. Estacionei-a numa manobra fluida e elegante.

Três motas ao lado encontrava-se um motard junto à sua CBVFGSRXXX FireNinjaBladeExtreme que mete conversa comigo. Algo do estilo:

- Isso cabe em qualquer lado, hã?!...
- É verdade, nunca falha.

Concentrei-me no inventário do conteúdo do porta-luvas, convicto que a conversa tinha terminado. O falador motard, no entanto, era de opinião contrária:

- Quer trocar a minha pela sua? (risinho)
- O quê, esta por essa?
- Sim.
- Não, nem pensar.

O pobre motard não estava a contar com a minha recusa categórica em trocar a minha velhinha scooter pelo seu fenómeno de tecnologia Japonesa, por isso ficou calado a olhar para mim, algo chocado e magoado pela minha resposta negativa. Depois de alguns momentos de silêncio embaraçoso decidi acabar com o sofrimento do homem dirigindo-lhe um "boa tarde" e desaparecendo pelas escadas acima.

A última vez que o vi ainda estava ele paralisado com uma expressão confusa, a olhar na direcção duma PX badalhoca, tentando compreender algo que é tão complicado e, ao mesmo tempo, tão simples.

14.1.09

Rica mistura

Hoje vim do escritório (quase) até casa com o ar aberto... Ooops.

[Humor: ultimamente tenho curtido o Lonely Astronaut]

13.1.09

RecupChaço v1.03

Há uns dias atrás andava eu a chafurdar nos classificados virtuais quando pisei num anúncio de venda duma Carina. Intrigado pela mancha rectangular na lateral do veículo, cliquei na foto para visualizar uma imagem maior. Tratava-se duma janela cortada no balon para sabe-se lá qual efeito. O ponteiro do rato deslizou para cima da invulgar abertura e, logo a seguir, apareceu uma mensagem do meu computador: "Fechar janela". Seguiu-se sonora gargalhada.


Depois de me recompor dos efeitos de tão inusitado e acutilante sarcasmo digital, pus-me a pensar como seria bom poder rectificar à distância todos os defeitos dessas scooters que pululam no mercado cibernético... Se existisse um programa de computador que permitisse, com alguns toques no teclado, corrigir atentados ao mau gosto e às regras básicas da mecânica a partir do conforto de nossa casa... Bastaria fazer right-click e...

12.1.09

Eu quero gajas!

Eu quero gajas! Não, a sério, eu preciso duma mulher. Se:
  1. pertences ao sexo feminino,
  2. sabes andar numa scooter com mudanças,
  3. a tua alcunha na escola não era "a Mulher Elefante", *
  4. vives no Porto ou arredores,
então eu quero falar contigo. Necessito duma condutora de scooter para fotografar uma scooter clássica para um artigo de revista. Sou um profissional sério e um cavalheiro, nada de cenas estilo Gato Preto Gato Branco! Bem, excepto em caso de consentimento mútuo. :-) Não há remuneração monetária, mas podemos partilhar um Sumol de laranja. Não garanto fama e glamour, mas sim umas fotos numa revista para mostrar aos netos.

Vamos lá, meninas e senhoras, jovens damas e moçoilas, toca a dar um toque aqui ao velho Bob. Eu sei que vocês (mulheres com carta de motociclos e domínio sobre caixas manuais) são uma espécie rara, mas não inexistente. Como prova apresento as estatísticas de visualização do vídeo [Azul cueca], onde a presença feminina é vestigial mas inequívoca. Me liga, vai!


* a opção 3 pode ser ignorada em caso de utilização de capacete fechado

9.1.09

Neve

Nunca tinha andado de Vespa a nevar. Já apanhei com granizo (dói que se farta), mas nunca neve. Até hoje. Para comemorar a ocasião escrevi outro haiku, desta vez sem aldrabar a métrica. ;-)

No casaco preto
Pontinhos de neve branca.
A luz fica verde.

8.1.09

Carina GTI

Aqui vai uma antiguinha, trazida à minha atenção pelo Coriscada. Um cavalheiro estava a vender uma Carina e uma Vespa 50s no Dantesco OLX, ambas pintadas na mesma cor "linda" [citação do vendedor], um reluzente dourado. O que me fascinou não foi o facto do cavalheiro ter aproveitado o saldo de tinta dourada com avidez, mas sim a proliferação de pormenores vermelhos que não poupam nenhuma superfície exterior desta espalhafatosa Carina. As abundantes riscas encarnadas não deixam dúvida que estamos na presença da... Carina GTI!


A Carina GTI é ainda mais rara que a mitológica Carina Sport, e a sua posse elevará qualquer proprietário, por mais trengo que seja, ao topo da cadeia alimentar das scooters nacionais, onde o esperará uma poltrona aquecida de fino couro Norueguês com massajador incorporado, e um copo de leitinho morno com bolachas de pepitas de chocolate. Dessa posição invejável ele poderá escarnecer da gentinha com Carinas plebeias, enquanto exibe a sua tatuagem indicadora de estatuto e superioridade scooteristas.


De qualquer maneira, parece que a Piaggio perdeu a exclusividade nos pedais de travão pintados...

7.1.09

Vespa Sprinter

Uma olhadela rápida aos classificados virtuais revelará a existência duma quantidade significativa de exemplares da rara e furtiva Vespa Sprinter 150 no mercado. Depois de décadas de obscuridade, eis que finalmente chegou o momento de afirmação deste fascinante modelo de Vespa clássica, desconhecido do grande público até hoje.


A sua história é bizarra e invulgar, e estará para sempre rodeada por um véu de mistério. Os rumores falam duma partida do turno da noite da fábrica de Pontedera depois de lhes ter sido negada a pausa do chá, da tentativa de criação duma classe de Scooters GT nas 24 Horas de LeMans, de planos de conversão da Sprint básica desenhados nas costas dum envelope, de peças especiais como giglers abertos à mão e molas de embraiagem de titânio, e uma conspiração da família Piaggio para esconder as 970 Sprinters fabricadas (7 das quais em cilindrada 125) numa mina de carvão desactivada.

Seja qual for a verdadeira história, este modelo que nunca existiu oficialmente encontra-se agora no meio de nós, com a sua raridade e contexto a justificar plenamente os elevados preços de venda.

3.1.09

Clarkson vs. Vietbodge

Eu adoro o Top Gear. Não é segredo que o Jeremy Clarkson odeia Vespas (ver aqui e aqui) e motas em geral. Assim, podem imaginar a situação caricata que surge quando ele é obrigado a percorrer 1600 quilómetros de estradas vietnamitas durante a época das chuvas num Vietbodge, sem nunca ter andado de mota.


Gosto da maneira como ele estaciona durante os primeiros três dias até aprender a usar o descanso. É o que os 'bodges merecem... É claro que o aborto com pintura de dois tons precisou dum motor novo no primeiro dia, aos 12:42. Também avaria aos 25:12, 35:55 e 37:43. Podem ver o Top Gear Vietnam Special aqui, em versão completa ou em resumo de 10 minutos.

Cinco quartos de hora de épico. Está-me a apetecer viajar de novo.

2.1.09

[Azul cueca] número 1!

O vídeo [Azul cueca] tornou-se o mais visto de todos os meus humildes filmezitos no Youtube, em menos de um mês! Não sei se é resultado do meu genuíno talento, ou de uma propagada tendência masoquista entre os meus leitores. De qualquer maneira, é incentivo para continuar esta exploração musical.

Continuo receptivo a contratos de gravação e a propostas de colaboração artísitica com artistas reputados! Até já tenho a capa do disco e tudo...



1.1.09

Ano Novo

Eu estou cada vez mais pragmático. Tão pragmático, de facto, que sinto estar a transformar-me em algo irreconhecível e grotesco para a sociedade. Assim estilo o Jeff Goldblum depois do seu acidente com um transportador de matéria [em Italiano para vosso entertenimento]. Nem vou falar no Natal. Montes de pessoas concordarão comigo que a semelhança a uma orgia negra de consumismo desprovida de qualquer teor espiritual é grande.

Não, o que me incomoda é o Ano Novo. Na generalidade todas as pessoas gostam da passagem de ano, de entrar no ano novo, começar de fresco, novas oportunidades e resoluções, e tudo isso. Ridículo! Ridículo ao extremo, digo eu. Não há diferenças entre o dia 31 de Dezembro e o dia que se lhe segue, são a mesma coisa. Excepto por alguns pormenores fiscais, a continuidade é avassaladora! Se viajarem num comboio e passarem para a carruagem seguinte, continuam a estar no mesmo comboio! Não é uma vida nova, que raio de delírio evasivo colectivo é este!?

Se estiverem interessados em mudar para melhor, cumprir projectos e efectuar resoluções, porquê esperar até ao fim do calendário? Há algo de errado com o próximo minuto? Existe alguma janela de oportunidade cósmica para melhoramento pessoal que só está aberta durante cinco minutos no início do ano? Isso é o mesmo que irmos por uma auto-estrada fora e falharmos a nossa saída, pensando: "Ah, não faz mal, saio na próxima que fica a 700 kms de distância- quando lá chegar é que vai ser, aí é que me vou começar a aproximar mesmo do meu destino." Ridículo!...

Pessoalmente acho muito mais piada ao Solstício de Inverno, que por acaso até coincide com o meu nascimento. O significado astronómico é renovador e muito mais real que o término de algum calendário arbitrário. Peço perdão pela minha "rant", às vezes não me contenho perante a absurdez de muitas das convenções sociais que as pessoas observam cegamente. Prefiro ser grotescamente pragmático a ser um zombie social acéfalo.

Falemos agora de coisas importantes, de como os meus entes queridos manifestaram a sua estima através da aquisição monetária de produtos fabricados industrialmente. Eis duas das ofertas relevantes, sendo que a terceira merece um parágrafo independente. A miniatura naif, provavelmente o resultado de trabalho infantil nalgum país do Terceiro Mundo, surpreende pelos dois apêndices mamários afixados no local da matrícula. O livro do Vittorio Tessera, Innocenti Lambretta (con Guida al Restauro), é simplesmente indispensável: a mistura perfeita entre fotos de qualidade, história da marca, descrição dos vários modelos e listagem de pormenores de restauro. Eu já tinha o Guia de Restauro em separado mas não me estou a queixar. O único ponto fraco é a língua Italiana que reside fora do meu universo poliglota.


Finalmente, a terceira prenda. Eu fiquei muito contente com a terceira prenda. A terceira prenda é especial e necessita de apoio áudio para a sua visualização. Por favor sigam as instruções:
  1. Cliquem aqui;
  2. Minimizem imediatamente a janela que abriram em 1);
  3. Cliquem aqui.
Se seguiram as instruções correctamente estarão agora a contemplar o total esplendor da magnificência da terceira prenda. Ah! Ah! Nem pensem nisso! Podem ver aqui a lista de cores disponíveis, é azul-turquesa. É AZUL-TURQUESA, RAIOS!