Já não me lembro como é que a descobri nem como a trouxe para casa. Lembro-me vagamente que foi no início do século, imediatamente antes do Dilúvio dos Preços Absurdos. Estava parada num sucateiro nos arredores do Porto, daqueles que têm montes de motores de carro espalhados no chão debaixo de um alpendre. Lá estava a DL parada, com a pintura de origem e todas as borrachinhas e pecitas de origem. Foi amor à primeira negociação. (sorry, no pics)
Muitos anos se passaram com a máquina encostada à parede num lugar de garagem colectiva dum amigo meu, já que eu não tinha sítio para a guardar. Obrigado, Félix. O pó acumulou-se lentamente até 2007 quando a trouxe para a "base avançada" a empurrar - não era longe mas devia ter enchido os pneus primeiros e ter tomado um pequeno almoço substancial :-\ .
Mais um ano se passou até que o motor voltasse à vida, com uma ajudazita do Sérgio (a pintura fui eu que a puli sozinho), e mais outro ano a lutar contra folgas e a mandar vir peças. Mais outro ano ainda para instalar peças e ultimar pormenores até que, finalmente, com o apoio moral do LIICET (Lambretta Invicta Irónico Club Extreme Team), a máquina rolou. Fica aqui registada a histórica chegada à base depois da primeira volta de teste, ainda em configuração "naked".
É aqui que moram as fadas da embraiagem. Esta encontrava-se completamente colada e tive que a desmontar para descolar os discos. Depois montei-a. Depois desmontei-a e voltei a montar, só que desta vez correctamente. E funcionou.
Não precisei das ferramentas que já tinha mas sim da que não tinha :-(... Toca a fazer um compressor de embraiagem com restos encontrados no topo da bancada e a pintá-lo em Azul Cueca irónico.
O escape estava bastante gangrenoso e presumivelmente entupido, com uma camada espessa de ferrugem a disfarçar mal várias soldaduras e um suporte principal totalmente partido. O sr. Neca controlou um escape de concorrência a um bom preço e siga a Marinha.
Spaghetti italiano multicolori porca miseria! A electricidade não requereu atenção mas a luz traseira decidiu agora funcionar só por números primos o que colocou a instalação eléctrica em cima da mesa. Veículos Italianos dos anos 70 e problemas eléctricos, uma combinação vencedora!
Para finalizar e comemorar esta odisseia épica de quase uma década, foi instalado um autocolante NOS Vespa Gang de lote antigo que já se encontrava reservado deste tempos imemoriais para esta ocasião, prolongando a tradição iniciada com a VBB.
Está longe de ser uma comedora de quilómetros confortável, fiável ou até segura, mas já dá para fazer um pouco de fumo ao fim da tarde e, principalmente, desimpedir a fila de projectos. Ide rolar, meus filhos!